Constantemente somos agraciados com novas obras baseadas nas narrativas mitológicas gregas (e sampleadas pelos romanos), como Fúria de Titãs, Tróia, Imortais, Percy Jackson e O Ladrão de Raios, Spartacus, God of War e por aí vai…
Muitas vezes, elementos básicos do mito são usados na criação de uma narrativa bem diferente da original. Nomes, características físicas e relações sociais são retiradas de seus contextos para originar um novo enredo. Assim, pode haver uma enorme distância entre o que nos foi passado pelos poetas, artistas e historiadores e a versão dos filmes, desenhos e jogos. Contudo, até que ponto isto é ruim?
Por conhecer o mito verdadeiro, prefiro-o em comparação a variante “hollywoodiana”. Mas isso não é uma regra, gostar de uma obra que não reflete o mito de verdade não está errado. Não podemos exigir que as pessoas conheçam a mitologia profundamente. Afinal, nem todo mundo tem a iniciativa (ou paciência) de ler a Teogonia… O fato é que estas obras baseadas na mitologia não se vendem como representações fiéis, são adaptações, produtos derivados. Não podemos interpretá-las de outra forma, pois cairíamos no campo do eterno insatisfeito (mimimi).
Um ponto de insatisfação para muitas pessoas é a mistura de contextos e personagens de diferentes mitos. Por exemplo, em Fúria de Titãs (2010), Perseu cavalga Pégaso para matar o monstro Kraken (enviado por Hades) e salvar Andrômeda, pois sua mãe, Cassiopeia, havia comparado a beleza da filha a de Afrodite. Mas, na verdade, quem cavalgou Pégaso foi Belerofonte (em outro contexto) e Perseu salvou Andrômeda matando o monstro Cetus enviado por Poseidon, pois a mãe da jovem havia se comparado às ninfas do mar, filhas deste deus. Usar Hades para o mal sempre foi mais fácil…
As mudanças das adaptações são facilmente justificadas por se tratarem de novos formatos midiáticos. Uma história narrada não possui o mesmo impacto caso seja traduzida para a linguagem cinematográfica (e esse problema ocorre com as adaptações de quadrinhos também) – essas alterações são realizadas com o objetivo de criar um conteúdo mais atrativo (leia-se: comercial). Além disso, por se tratarem de narrativas muito interessantes, com ótimos personagens, a vontade é usar tudo. E, neste desespero em abraçar diversos mitos em uma mesma obra, cometem-se verdadeiros crimes. Isso ocorre em quase todas as adaptações de mitos gregos, é um verdadeiro crossover de narrativas independentes.
Por sua vez, o lado positivo do “erro” narrativo é a busca pela estrutura verdadeira. Para isto, decidi compor uma série de textos sobre a adaptação do conteúdo mitológico grego. Como existem muitos exemplos, e como gosto de videogame, escolhi o jogo God of War para destacar algumas diferenças, ou semelhanças, entre a obra e o mito. O texto será dividido em três partes: a versão em God of War; a narrativa mitológica e a representação na arte.
Mas qual a importância da arte? Simples: parte das referências que possuímos sobre os mitos, e não só no que diz respeito às imagens, vem das obras de arte. Elas, portanto, são importantes devido ao caráter ilustrativo baseado na narrativa original – é a versão visual da história (e muitas vezes utilizadas como fonte para a direção de arte). E também porque eu me amarro.
Para começar, nada mais justo do que abordar a trajetória de Kratos, o herói de God of War. Infelizmente, como o texto já está grande, ficará para a próxima semana…
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Droga! Na hora que o texto ia ficar bom acaba. Que vacilo! HAUHUAHAUUAHHAUHUAHUHA!!! No aguardo da parte 2.
Cenas dos próximos capítulos:
Quem é Kratos?
Do Caos ao Reinado de Cronos
Zeus e os Deuses do Olimpo
O senhor ficou todo serelepe né Churrumino! hehehe
Se liga aqui não, cumpadi!
hauhauhauhauha
muy bom
Valeu.
Está dando um trabalho…
Muito curioso pelas continuações. Joguei GOW e ficava o tempo todo comparando com a mitologia “real”.
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