No começo da década de 1990, vivemos uma enxurrada de jogos no estilo beat’em up. Pra quem não sabe, esse foi um gênero de jogos em que o personagem entrava em um cenário, 3em grande desvantagem numérica, contra uma porrada de inimigos – geralmente menos fortes -, e era obrigado a ir massacrando todos que apareciam pelo caminho, à medida que o cenário ia passando.
O gênero beat’em up foi inaugurado pelo jogo Kung Fu Master (nosso colega, Audi, falou sobre esse jogo aqui), produzido pela Irem em 1984, mas estourou no final da década de 1980 e no começo da de 1990.
Aliás, Kung Fu Master foi desenvolvido por Takashi Nishiyama, que depois saiu da Irem pra virar Diretor de Desenvolvimento da… (quem adivinhar, ganha um doce) SNK! Lá, ele ajudou na criação da placa-mãe do sistema Neo-Geo e foi diretor de desenvolvimento de, simplesmente, Art of Fighting, Fatal Fury e Samurai Shodown.
A Irem “criou” o gênero com Kung Fu Master, mas nenhuma outra companhia conseguiu tirar tanto deste gênero quanto a Capcom. Final Fight foi o grande sucesso beat’em up no Brasil, e graças a ele, inúmeras outras máquinas do mesmo gênero, da Capcom, vieram parar por essas bandas, em Fliperamas, botequins e Cia. Pra além da Capcom, o gênero rendeu muito dinheiro e inúmeras empresas acabaram produzindo jogos beat’em up a rodo pra Arcades: Capcom, Konami, a própria Irem, SNK, dentre outras. O resultado disso foi que o mercado foi simplesmente inundado por títulos como Cadillacs & Dinosaurs, Knights of The Round, Dungeons and Dragons, Alien vs. Predator, etc. (Capcom); Tartarugas Ninja, The Simpsons, X-Men, etc. (Konami), dentre outras…
Hoje, vou falar um pouquinho sobre uma das tentativas da Konami de entrar nesse gênero: X-Men.
A história do jogo é simples: Magneto e a Irmandade de Mutantes resolvem, de alguma forma, causar caos e destruição, usando uma porrada de capachos e outra cambada de Sentinelas. Cabe aos mutantes tentarem impedir esse ataque desvairado dos bandidos. O time X-Men disponível no jogo é composto por Ciclope, Wolverine, Tempestade, Noturno, Colossus e Cristal.
O objetivo, como em todo beat’em up que se preze, é sair espancando capangas e sentinelas até chegar ao final de cada fase e enfrentar o chefão da vez, um dos membros da Irmandade. Esta, por sua vez, é formada por Rainha Branca, Blob, Pyro e Fanático, sendo que, cada um deles, é um chefão de final de fase.
Ao contrário dos jogos do gênero da Capcom, nesse falta profundidade. Ao controlar o personagem escolhido, tem-se a impressão de que ele está claramente sobreposto ao cenário. Os efeitos sonoros são péssimos, a música de abertura do jogo é de uma pobreza descomunal (coisa já inconcebível pra um jogo do começo da década de 90), os efeitos sonoros dos personagens e inimigos são “soltos”, sem nenhuma conexão com o efeito gráfico ao qual eles deveriam estar conectados.
Essa sensação de “sobreposição” também ocorre nos efeitos gráficos. Ao fazer seu personagem socar ou chutar o adversário, não há qualquer outra interação que não o fato de o adversário simplesmente cair. Em Final Fight, por exemplo, cada adversário atingido por um golpe de Guy, Cody ou Haggar, “treme” no instante em que apanha, por alguns microssegundos, ficando paralisado na tela. Esse detalhezinho faz toda a diferença, pois transmite uma sensação muito interessante de alto impacto e dá alguma veracidade de que um golpe forte realmente atingiu alguém.
Em X-Men, cada soco faz com que os adversários deem uma simples curvadinha pra trás, morrendo logo em seguida. Não dá pra ser mais sem graça que isso. Pra piorar, controlamos mutantes que simplesmente não usam seus poderes. Ciclope, por exemplo, passa o tempo todo dando socos e chutes. Seus raios óticos são um golpe de emergência, o qual você terá que gastar pontos da sua barra de life pra usar. Ou seja, você é penalizado por usar os poderes mutantes que são a razão de ser de seu personagem. Dá pra ser mais idiota?
O mesmo acontece com Tempestade, que só solta alguns furacões (muito feinhos, aliás) ao custo de sua barra de life. Colossus tem o golpe de emergência mais idiota de todos: ao apertarmos os 2 botões ao mesmo tempo, e darmos o golpe de emergência, ele simplesmente emana uma aura brilhante e fica por alguns instantes sem sua pele de aço orgânico. Muito escroto. Wolverine é o único que salva, pois usa suas garras o tempo todo. Por outro lado, seu golpe de emergência também é um dos mais idiotas: ele faz uma espécie de onda de força brilhante com as garras… Putz. O Noturno dá uns “banfs” e sai derrubando todos no cenário… Já a Cristal… Bom, a Cristal sempre foi uma chata de galocha pra mim. Nunca joguei com ela. Quem jogou, por favor fale, nos comentários, dos poderes dela no jogo.
A inteligência artificial, tanto dos capangas de meio de fase, quanto dos chefes, é burra. Acaba-se ganhando o jogo no esquema de tentativa-erro, o que não demanda nenhum outro esforço que não o fato de você ser teimoso.
Enfim, é um jogo ruim. E o pior: gastei um monte de fichas nele, na época. Sabem como é: na falta de qualquer coisa nova sobre super-heróis em outras mídias, o que quer que aparecesse, eu consumia mesmo…
Isso é tão vergonhoso que o roteiro deve ter sido do Scott Lobdell!
Poderia ser pior: Loeb e Liefeld mandam avisar.
É que eu estava me lembrando da fase do Lobdell nos X-Men nos anos 90…
Foda-se se o Colossus tem um peido atômico.
O pior de tudo desse jogo foi terem “embarangado” a Emma Frost com esse “fraldão”.
Cara, a Rainha Branca foi pessimamente executada nesse jogo. Dá vergonha de enfrentar ela. Não sei se você se lembra, mas ela anda toda desengonçada, no jogo, sem nenhum jeito feminino.
Acho que os programadores/animadores desse jogo simplesmente não sabiam fazer personagens femininas. A Tempestade é um horror, praticamente um homem de roupa feminina. Inclusive, o jeito dela andar é igual ao do Ciclope…
Nesse jogo a Ororo parece um ciborgue.
E o Colossus parece o Horácio, com seus “braços de jacaré”.
Caraca, bem lembrado… hahahahaah
Cara, tem todo o jeito mesmo de roteiro do Lobdell! hahahaah! Inclusive no que diz respeito à gratuidade da ação.
A Cristal, se bem me lembro, era a mais rápida mas tb parecia a mais fraca. Golpes pouco eficientes e um especial em que ela jogava uma bola de energia do chão que criava uma bolha rosa. Ah! E esse golpe demorava, na sua execução. Entre ela lançar e a explosão tinha alguns milesimos de vulnerabilidade.
Jogos dos X-Men mesmo só começaram a prestar alguma coisa em consoles caseiros. Gosto bastante dos dois do Mega Drive.
Mas tem pior também: a versão do SNES. Recomendo nem tentar.
Realmente. Não só jogos dos X-Men… Jogos de Super-Heróis, eram de maneira geral ruins, e continuam sendo, até hoje. Dá pra contar nos dedos as honrosas exceções: Batman e a série Arkham; Separation Anxiety, do Aranha, pra PS2; e por aí vai…
Sempre que lançam um jogo novo baseado em universo de Super-Heróis, eu crio a mesma expectativa que criaria com um novo Need For Speed: “Putz, qual será a próxima surpresa?” Porque não tem nenhum parâmetro, a qualidade é completamente irregular…
Separation Anxiety é medíocre pefiro Maximum Carnage
O X-men 1 do Mega é um dos melhores X-men da era 16 bits.
Concordo quanto ao X-Men do Mega. Bom pacas.
Não joguei Maximum Carnage, mas gostei muito do estilo do Separation Anxiety.
Eu tinha o X1 do mega… cara que jogo bacana, o conceito de resetar o mega e o lance de ajuda até hoje é inovador…
Aquele negocio de resetar foi a maior sacanagem. Demorei pra acreditar naquilo.
Por causa disso, hoje é uma merda jogar o game pelo emulador.
E o X-Men 2: Clone wars tb é muito bom. Jogabilidade agradavel e mais herois.
Sacanagem pra quem tinha o Mega sem o botão reset.
hahahaha…podes crer.
Mas ainda não consegui jogar isso no emulador. O jogo reseta normalmente e não avança.
Estarei fazendo algo errado?
Jogos de herois no Arcade eram o do Aranha e do Capitas: ambos extremamente apelativos e caça-níqueis, mas divertiam a beça.
Não me lembro desses jogos…. Em Niterói, durante a década de 90, não tínhamos lá muitas opções… hehehehe
O do Capitão América teve até uma adaptação caseira pro Mega Drive, onde era possível jogar com ele, Tony Pinga, Visão pelado e Gavião Flecheiro. Mas o do Arcade é o que realmente presta.
Ah! Não confundir com um que foi lançado pro Nintendinho, onde só dava pra jogar com o Capitas e Gavião.
Já o do Aranha é aquele em que tb tinha a Gata Negra, Namor e (novamente) Gavião Arqueiro. Totalmente apelativo e fodasso!
Procure no emulador mais próximo de você!
CARA, o do Capitão América, agora que você falou, lembrei! Cheguei a jogar ele pra SNES, era péssimo, também, jogabilidade TOSCA! O do Arcade realmente era muuuuito melhor, não dava nem pra comparar….
O do Aranha é esse aqui. Se vc não jogou, faça pelo emulador.
http://www.game-art-hq.com/ga-hq-game-articles-reviews-spider-manthe-video-game/
esse jogo ai tem pra super nintendo?
Toddy, se não me engano, saiu uma versão escrota pro SNES… Mas nem pense em jogá-lo, é um MERDA, muito pior que o arcade.
Você pode encontrar o jogo original da Konami em ROM e jogar no MAME. É o mesmo jogo do arcade, igualzinho.
ae, valeu
Vc não tá falando disso?
http://image.gamespotcdn.net/gamespot/images/box/6/8/5/588685_59724_back.jpg
ATé aonde eu sei não tem nenhuma conexão com esse de arcade, o Arcade do título desse jogo (do 16 bits)é um vilão dos X-men…
Renver, pra te falar a verdade, nem sabia desse jogo…. A versão escrota que eu tava falando, era um jogo chamado X-Men: Mutant Apocalipse. Que também não tem nada a ver com esse do arcade, mas é o que chega mais próximo…
X-Men: Mutant Apocalipse é muito bom cara!!!!!!
bem melhor que o War Gens
Achava os personagens mal animados… Meio duros. Apesar de que o tempo de resposta aos comandos era bom. Mesmo assim, não foi meu jogo favorito…
Isso ae é uma bosta fétida!
Não joguei na época, aí fui tentar a sorte no emulador.
Larguei com dez minutos.
Po! Vale uma breve citação:
R-Type é bom pra caceta. Jogo de nave bem simpático, ainda que as duas ultimas fases sejam bem apelonas.