Mike Portnoy é o cara da foto, ex-baterista da banda Dream Theater. E, desde meados dos anos 1990, teve sérios problemas com o alcoolismo. Foram anos e anos até a aceitação, tratamento, recaídas e a reabilitação. Assim, entre 2002 – 2009, compôs Twelve-Step Suite (A Saga dos 12 Passos), ou seja, 5 músicas que se relacionam aos 12 passos do A.A. (Alcoólicos Anônimos) – estes podem ser definidos como atitudes e atividades voltadas para a recuperação do dependente químico, primariamente instituídos pra alcoólotras (1935) e depois estendido pras demais dependências químicas.
Muito do lado pessoal de Mike Portnoy foi corajosamente exposto, interessante que, em determinado ponto da reabilitação, pede-se que o dependente peça desculpas pessoalmente ou por escrito a todos que ele afetou… Bom, fiquem com as músicas, que são sempre compostas/divididas de 2 ou 3 partes que, somando tudo, formam os 12 passos. Pessoalmente recomendo Repentance e The Shattered Fortress… A título de curiosidade, a faixa Repentance (clique no nome da música pra ler a tradução) tem na segunda parte dela “IX. Restitution” (05:46 min) diversos depoimentos dos amigos de Mike Portnoy, sobre como foram afetados pelo vício.
IV. Reflections of Reality (Revisited)
V. Release
VI. Ready
VII. Remove
VIII. Regret
X. Restraint
XII. Receive
XIII. Responsible
Por isso, quero, com este post, destacar a luta daqueles que estão matando um leão por dia.
Um viciado nunca se torna um ex-viciado, apenas aumenta o período de abstinência. Durante o trajeto, são comuns e esperadas as recaídas… É ainda mais doloroso o retorno ao tratamento. A expressão Demônios Internos ganha uma nova faceta. Algo intrínseco preso a sua mente, esperando apenas uma brecha pra se libertar. Lugares relacionados ao vício, amigos, costumes… são gatilhos internos prontos pra te devorar…
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria
Segue, abaixo, a lista dos Doze Passos (para os Alcoólicos Anônimos):
- Admitimos que éramos impotentes perante o álcool – que tínhamos perdido o domínio sobre nossas vidas.
- Viemos a acreditar que um Poder superior a nós mesmos poderia devolver-nos à sanidade.
- Decidimos entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidados de Deus, na forma em que O concebíamos.
- Fizemos minucioso e destemido inventário moral de nós mesmos.
- Admitimos perante Deus, perante nós mesmos e perante outro ser humano, a natureza exata de nossas falhas.
- Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse todos esses defeitos de caráter.
- Humildemente rogamos a Ele que nos livrasse de nossas imperfeições.
- Fizemos uma relação de todas as pessoas que tínhamos prejudicado e nos dispusemos a reparar os danos a elas causados.
- Fizemos reparações diretas dos danos causados a tais pessoas, sempre que possível, salvo quando fazê-lo significasse prejudicá-las ou a outrem.
- Continuamos fazendo o inventário pessoal e, quando estávamos errados, nós o admitíamos prontamente.
- Procuramos, através da prece e da meditação, melhorar nosso contato consciente com Deus, na forma em que O concebíamos, rogando apenas o conhecimento de Sua vontade em relação a nós, e forças para realizar essa vontade.
- Tendo experimentado um despertar espiritual, graças a esses Passos, procuramos transmitir essa mensagem aos alcoólicos e praticar esses princípios em todas as nossas atividades.
Lembrando que eu não endosso esse tratamento e a sua filosofia como definitivo e obrigatório, mas sim admiro esse, independente de religiosidade. Cabe a cada um encontrar o seu modo pra enfrentar o vício e seguir em frente…
Até mais.
De todos os vícios, vencer o álcool é, com certeza, o mais difícil de todos, principalmente por causa da ampla aceitação social da bebida em praticamente todos os níveis da sociedade.
Em uma entrevista do Renato Russo para o Jô ouvi ele dizer que a palavra em algumas línguas para álcool seria o equivalente em português a espíritos, o que criou o lema Espíritos contra o espírito.
Histórias de vitória e superação emocionam. Triste é imaginar que para cada um que vence, muitos e muitos ficam pelo caminho.
Belo post, Renver. Não é uma questão de religiosidade. É uma questão de personalidade. Ponto.
Vlw amiche.