Deus Local (Festival do Rio 2014)

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Quantos filmes uruguaios chegam aqui? Não importa. Agarre a chance de roer as unhas de nervoso diante de um raro suspense de horror de visual impecável falado em castelhano.

Tá certo que o diretor Gustavo Hernandez tinha a pretensão de fazer um filme cabeça. Mas não se preocupe com isso,  nem em entender a narrativa de alguns dos flashbacks que pululam na tela. Nada disso é necessário para a diversão, ou melhor, o nosso penar.

Com um roteiro enxuto, poucos e competentes efeitos e, principalmente, muita sugestão, o filme nos deixa em permanente estado de tensão, nos põe na tela, com o coração na boca, tal qual os personagens.

Deus Local elabora uma sinfonia do suspense de sustos. As cenas são longas e estruturalmente simples, mas o desespero e medo dos personagens, tal como numa partitura, tem notas altas e baixas, um crescendo e um clímax. Sim, os clímax de tais cenas são fortes, sendo que a final é coisa do capiroto.

Há um flerte com o melodrama, acento latino que se faz presente nas interpretações de sofrimento e nas repetições histéricas de pedidos de ajuda.

Ao final da projeção, a equipe do Festival do Rio abriu para perguntas ao diretor, que esclareceu que a trama da imagem profana encontrada pela banda na caverna remete aos ídolos que espantavam conquistadores espanhóis das minas de ouro do Peru e da Bolívia.

Ou seja, ao que tudo indica a história que se vê na tela tem raízes na realidade… É, agora é oficial: Não tenho mais planos de visitar esses países. Passo.

Rodrigo Sava

Arqueólogo do Impossível em alguma Terra paralela

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