“Ai, eu sei quem são esses caras! Eles fizeram Chappie!”

Calma, gafanhoto! Sim, eles fizeram Chappie, muitas novinhas fritam na pixxxta com seus sons mas eles são MUITO mais do que isso e estão na estrada desde antes de você aprender a comer de colher.

Achei os caras em 2013 naquele momento “não aguento mais o que toca no meu radinho”. Digitei FREAK no youtube esperando um presente de Baphomet e I FINK U FREEK apareceu. Assisti umas 5 vezes seguidas e foi amor a primeira bizarrice.

Ver aquela mulher com olhos de capiroto numa banheira suja, amando ratos e dizendo que me acha estranha e gosta muito de mim foi demais.

Na mesma hora fui procurar tudo que eu poderia achar sobre a novidade. Naquela época não imaginava que o mundo poderia ama-los como eu e, man, ao contrário dos fanboys comuns, eu tô muito feliz com isso.

Mas os caras merecem ser vistos além da estranheza porque o som é muito bom, a atitude é muito boa e eles são muito mais do que uma participação do Chappie e um bando de attwhores.

Pensando em pregar a palavra da bizarrice e em te dar assunto para conversar quando Rich bitch rolar na sua balada ou você for assistir Chappie com @ gatchenh@, segue o mínimo que você precisa saber sobre esses lindos.

• Quem são?

Os caras são da Africa do Sul e fazem um som chamado Rap Rave que é uma mistura foda de rap  com eletrônica.

Eles deixam a imaginação doentia fluir e buscam inspiração nas loucuras de ácido do mundo tanto nas músicas quando nos vídeos, mas já foram mais certinhos do que se imagina. São feios, estranhos, magros, fazem coisas absurdas (Cachocherra!), são amigos de Marilyn Manson (<3) e Jack Black e tretaram com a Lady Gaga, ou seja, tudo pra dar certo.

• Ninja

Watkin Tudor Jones Junior é o nome da figura. WAT? (Lê-se VAT e já vai entrando no clima afrikaans desse post).

Watkin é o nome real do Ninja .

Com 40 anos mas corpinho de 150, rapeando há mais de 20, é um caso a se estudar.

Quando você o olha, imagina não se tratar de nada além de um cara feio, magro, com tatuagem HORROROSAS, maconheiro e fazendo música freak para ganhar dinheiro.

#NOT

Mentira.

#YES

O cara consegue fazer sons muito além do rap have balada comercial, tanto que demorou 20 anos pra fazer sucesso (coisa que ele fala muito bem sobre, na música So What do álbum Ten$ion). Seu foco é e sempre foi o rap, mas ele tem sons que vão do love songs, passando por umas baladinhas meio anos 60, chegando ao rap hardcore. A musicalidade dele é incrível e Waddy se daria bem fazendo qualquer tipo de som.

Quem só o conhece do Die não faz ideia do que esse cara é capaz.

Dá pra acreditar que essa voz lindinha e doce é da mesma pessoa da fota lá de cima? :3

• Yolandi Vi$$er 

31 anos num corpo vindo dos infernos para lacrar todas azinimiga, o nome dela é Anri Du Toit. Ela adotou o nome Yolandi porque é um nome feminino comum na Africa assim como o nosso “Maria” e segundo ela mesma, a intenção é representar todas as Yolandis da quebrada. Segue com o Ninja há tempos e seu corte de cabelo também é um símbolo regional. Segundo ela, todas as garotas brancas, pobres de Cape Town usam esse corte e ela o adotou pelo mesmo motivo do nome.

Li há muito tempo na sua page no Face que ela morou muitos anos em um orfanato e sempre foi rebelde. Sempre soube que seu futuro era ganhar dinheiro longe de um trabalho 9 to 5.  Corre pra jogar na Mega, porque você manja,Yo.

Dizem que os dois são casados, mas há controvérsias.

Ninja e Yolandi tem uma filha chamada Sixteen Jones.

Sim, o nome dela é 16.

Sim, é por isso que o Ninja tem um 16 tatuado na cara.

Ela aparece em vários vídeos e tem algumas faixas gravadas desde a época solo do Ninja. No último álbum deles, tem uma faixa beeeemmm velha que foi reciclada dela conversando com o Ninja em Moon Love.

Pelo que eu sempre acompanhei dos dois, eles são amigos de longa data que resolveram ter um filho no melhor estilo Ross e Rachel, mas não parece em nenhum momento que são casados apesar das matérias que eu li por aí “os bem casados da Africa.” Bitch, please.

• Quem é DJ Hi Tek?

Teoricamente é o cara que produz as batidas, mas…

Existe.

Não existe.

Existe e é gay.

Não existe.

É o Ninja.

Não é o Ninja e não existe.

É um espectro que assusta crianças africanas. (esse eu que inventei)

Foi isso que eu encontrei pesquisando por ele. Dizem que o nome dele é Justin de Nobrega. Talvez não exista mesmo alguém com esse nome. O.o

Existem alguns vídeos e fotos mas cada uma com uma cara diferente para ele, então EU realmente não sei quem é esse ser. Segundo Ninja, ele existe e é gay, o que se pode imaginar ouvindo Dj Hi Tek rulez e em um vídeo em que Ninja se retrata sobre as críticas desse som.

• A peregrinação

Watkin fez tudo ao mesmo tempo até chegar ao Die então fica complicado falar de tudo em uma linha temporal, mas dá pra resumir.

O primeiro single foi em 1995 com o The original Evergreen chamado The Puff Magik. Quem é manjador já entendeu o porque esse som foi banido da Africa. Os caras eram e ainda são entusiastas da senhora MariaJoana (conhecida como maconha na nossa terra). Eles ganharam um prêmio SAMA com essa música mesmo ela sendo banida. Convenhamos que em 95 chapar não era muito bem aceito.

De uma forma geral, Original EverGREEN (eu entendi a referência) era bem experimental, vezes com rap bem pesado, vezes com instrumentais saídos de uma bad de ácido. Depois que Ninja saiu da banda, eles gravaram outro álbum que eu nunca consegui achar.

Após a saída dele, foram gravadas suas melhores músicas em seu trabalho solo. O álbum “Memoirs of a clone” de 2001 é de chorar de emoção pela variedade musical, e nele se vê toda a capacidade musical desse lindo.

Em 2001 ele criou seu personagem e banda Max Normal.

E porque diabos esse nome?

A intenção era fazer um rap motivacional. Ele queria mostrar pra galera que ele era só um cara normal que gostava de cantar e que a vida podia ser boa. Já com o envolvimento da Yolandi, ele se apresentava de terno e gravata.

As músicas falavam sobre vegetarianismo, maus tratos com os animais e NO DRUGS (Acho que pra eles, maconha não é droga, então tudo faz sentido).

Uma segunda versão da banda é o Max Normal.tv que segue a mesma linha. Nessa época, ele se apresentava com slides de ppt no telão para ilustrar suas letras. Tudo com a ajuda da Yolandi. Nessa segunda fase da banda, já se pode ver o esqueleto do Die Antwoord com as primeiras músicas em Afrikaans e o sotaque bem carregado, que são características atuais.

Ons is hier é o primeiro som dos caras todo gravado em afrikaans.

Ao mesmo tempo, ele também grava com o nome Fucknrad seguindo a mesma linha experimental, e com a Yolandi no vocal, mas já digo que é um som meio chato para quem o ouviu na era solo. Eu, particularmente não gosto dessa fase, mas os poucos sons que eu curto, curto muito, tipo esse:

https://www.youtube.com/watch?v=kjJxpeZZkZ0

No meio disso tudo ele grava com o Contructus Corporation e o som é bem parecido com os anteriores e dizem que Dj Hi Tek já estava com eles nessa época.

Em 2008 a banda acabou para nascer o Die Antwoord já com sua formação atual.

Resumindo, a maioria dos trabalhos parecidos com o som de Die que eu pesquisei vindos da África, tem o dedo desse rapaz.

Com o vídeo “Enter the Ninja” lançado no youtube, eles nasceram desacreditando dos 1 milhão de acessos em 24 horas e estão sambando na cara da Lady Gaga desde então.

• Como ganhar $?

  

Todos os boatos de que são attwhores e que tudo que fazem é para ganhar dinheiro são verdadeiros. Mas tudo muito genuíno. Tá na cara que os caras realmente são despirocados, e encontraram aí uma maneira certeira de ganhar dinheiro.

Ele demonstra em algumas músicas muita mágoa da midia por não dar a ele a visibilidade que ele gostaria fazendo o som “good guy” que ele fez desde o começo e eu acredito muito que o Ninja e a Yolandi de hoje são personagens criados exclusivamente para ganhar dinheiro. Os caras eram uns fodidos fazendo um som bacana, mas, uma vez que não deu certo, se montaram e meteram as caras e não fazem questão de esconder isso. Isso quer dizer que são fakes? Não! Mas são muito menos escrotos do que se vendem e segundo Yolandi “I’m here to make Money, not to make friends”. :3

• O que diabos é Zef Side?

É a versão africana de White trash. Representa o lado pobre e branco da África. Segundo Jack Parrow, um amigo que canta com os caras as vezes e bem presente na cena hip-hop sul-africana, é ser pobre e com estilo e eles levantam essa bandeira sempre que podem.

Tá oquei, né?

• Albuns

O primeiro foi o $O$ de 2009 (lembra da parada de só ganhar dinheiro? Olha a referencia ae.) que lançou os caras com Enter the Ninja, chocando o mundo e com a presença linda de Leon Botha.

Leon sempre aparecia em shows e vídeos dos caras.  Ele foi a pessoa mais velha do mundo com progeria (google it) e contribuiu pro Die com suas pinturas e com algumas batidas (será que ele era o DJ Hi Tek??? =O). Faleceu em 2011.

Alguns sons da época MaxNormal.TV foram reciclados com novas versões como Super Evil e Wat Pomp.

Não tem uma música nesse álbum que não valha a pena se ouvir, mas em especial, a transante Liewe Maatjies que é uma reciclagem de Good old fashion loving, da era Watkin Tudor. <3

Ten$ion (Dinheiro, again) veio em 2012 lacrando com I fink u freeky e a polêmica Fat Boom boom. Essa foi a vingança deles pela treta com a Lady Gaga.

O que foi essa treta?

A gatona os chamou para abrir um show dela e eles negaram (SCORE). Ela ficou bem puta da vida e deu uma esculachada neles no twitter. A resposta a isso veio com o vídeo que… bem… assista para entender.

Em 2014 eles lançaram Donker Mag com meu mantra para momentos de bad “Happy Go Sucky Fucky” (tanto amor em um nome de música <3), e reforçam a bizarrice e a loucura que os fazem únicos com o clip de Ugly Boy que conta com a participação de Marilyn (deus) Manson e Jack Black.

Eles tem 2 EPS de 2010 com remixes de algumas músicas, pra quem gosta, recomendo.

Por fim, Die Antwoord é gore musical.

É único e genuíno.

E vale cada kb que ocupa no meu radinho.

<3