“A música é a minha vida”. Quantas vezes já não dissemos isso ou ouvimos quem movesse os lábios nessa direção? No entanto, a batida frase inspirou uma descolada produção, com cara de filme independente da fase áurea da Miramax.
Electrick Children surge como metáfora dessa ideia, ao propor a possibilidade da jovem Rachel ter engravidado após ouvir uma canção de rock em uma velha fita cassete.
Criada em uma comunidade mórmon, a adolescente crê tanto em sua concepção imaculada que, forçada pela família a se casar com um rapaz qualquer, toma o caminho da roça (na verdade, de Las Vegas, a cidade mais próxima dali) em busca do suposto pai de seu rebento, o cantor da empolgante ‘Don´t Leave me Hanging on the Telephone’, da banda The Nerves.
Sua busca torna o filme um colorido rito de passagem, no qual não só Rachel descobre mais sobre si mesma, como também alguns dos personagens. É o caso do desmiolado sensível vivido pelo irmão mais novo de Macaulay, Rory Culkin. E de Liam Aiken, que personifica o irmão caretíssimo de Rachel que a segue na fuga, pretendendo tirar dela a confissão de que ele nada tem a ver com aquela gravidez, embora acusado pela própria família.
Electrick Children é engraçado, leve e exalta a importância da música na vida de cada um. É emblemática a cena em que Rachel entra no prédio do skatista interpretado por Rory Culkin. Naquela espécie de república, cada quarto está tocando um gênero musical diferente, e sempre no último volume. Rachel atravessa o corredor, passa pelos quartos, e, na sequência, seus ouvidos e coração jamais seriam os mesmos.
Nota: 8,5
*Não perca a próxima sessão no Festival do Rio: Domingo (7/10) Estação Sesc Barrapoint, às 15:20.
Gostei! Vou querer ver esse filme quando sair do Festival e chegar aqui!
Interessante o filme mesmo! Esse é uma das grandes pedidas do Festival. (tudo bem, foi o único que eu vi… mas saí satisfeito)