Ensaio antropológico de primeira ou A Inconstância do Gordo Perdedor Selvagem

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Esta coluna “toma emprestado” o título do aclamado livro do professor Viveiros de Castro. Fui apresentado ao livro numa das aulas do doutorado e foi amor à primeira vista… pelo título. Baixei o livro quase na mesma hora (usando o wi-fi da universidade, claro!..rsrs).

Isso faz uns cinco ou seis meses. Não li uma linha do livro até hoje…rs

Essa é minha vida, esse é meu estilo. Acadêmico cascateiro, gênio incompreendido, otaku, metaleiro, fã de balé e música clássica (alguma coisa contra?!), sou um nerd em tempo integral. Preencherei este pequeno espaço com meus textículos, pequenas viagens, ironias (muitas ironias), autodepreciação (MUITA AUTODEPRECIAÇÃO!) e uma putaria ocasional (afinal, ninguém é de ferro!). Enfim, o cotidiano do típico nerd onanista carioca.

Tal qual o trabalho antropológico supracitado, a abertura dessa coluna será um ensaio etnográfico sobre uma tribo muito estranha. Só que, enquanto Viveiros de Castro fala da cultura ameríndia, falarei dos gordinhos perdedores, um tema muito caro, por motivos óbvios, a este blogayro. Mãos à obra!

Não existe maior clichê do que o dos gordinhos tarados perdedores. Todo mundo conhece esse clichê justamente porque ele é muito verdadeiro. Pesquisas do Instituto Ronald McDonalds de Apoio a Obesidade Infantil comprovam que 85% dos habitantes do planeta é, ou pelo menos conhece, um gordinho perdedor (menos na Etiópia e outros países africanos). Na internet, 78,99% dos usuários são gordinhos tarados.

Aposto que você, querido leitor, já deve ter se lembrado de dois ou três espécimes, e um deles, sem dúvida, é você mesmo. Todo mundo tem aquele amiguinho levemente obeso que, além da aparência, possui manias igualmente bizarras como: cheirar o próprio saco, comer meleca e/ou guardar as unhas do pé em jarros de maionese Hellman’s.

Os futuros leitores desse blog poderão perceber que simpatizo bastante com esta famigerada classe carente de higiene. Não que eu compartilhe de TODOS os preceitos ou seja um membro ativo do Movimento. Felizmente, ainda pertenço há uma penca de outras classes que, graças ao bom Satanás Deus, me impedem de exercer plenamente esta minha herança psicogenética. Pois, se não fosse meu lado pobre fudido, negro que representa, metaleiro headbanger, universitário cult-bacaninha e, principalmente, meu lado filho criado pelos próprios pais e que tem um irmão, provavelmente este texto teria muita autobiografia (o que seria só triste e nem um pouco engraçado).

Digo isso porque, de acordo com a Fundação Jô Soares, 98,69% dos gordinhos pervertidos – pederastas ou não –, são filhos únicos e foram criados pela avó. Isso sem contar aqueles que estudam em internatos, escolas só de garotos e/ou colégios religiosos. Ainda segundo a Fundação Jô Soares em favor dos menores (de 180 kg) carentes, esses locais são praticamente criadouros de gordinhos perdedores, só que com uma incidência muito maior de pederastia e até alguns casos promissores de sócio e psicopatia aguda.

Aí, a querida dona de casa pode perguntar, como se forma a mente do gordinho tarado perdedor?!

É basicamente assim: se você tem um filho, não pode dar muita atenção a ele (ou simplesmente não quer, já que ele é um grande perdedor fedido a queijo) e ele estuda num internato religioso, ele provavelmente irá masturbar padres aos 13 anos em troca de revistas pornôs. E vai perder as mesmas revistas para o valentão da turma 15 minutos depois. Aos 20, ele já vai ter desenvolvido toda a sua massa corpórea e não será mais ameaçado fisicamente, só psicologicamente. A partir daí, é quase certo que ele vá querer ser Jornalista ou trabalhar em Comunicação para ser roteirista de quadrinhos, isso porque ganhar dinheiro com Informática é um clichê reservado apenas para os nerds pervetidos magros de óculos, e é um mercado bem saturado, diga-se de passagem. Mas, como seu filho estudou numa boa escola molestadora, é quase certo que ele passe no vestibular – isso com muito esforço porque o gordinho tarado perdedor também é burro como uma porta.

Em sua mente, só existe espaço para 3 coisas: preparar coisas mirabolantes para comer (geralmente misturas que são nojentas [e letais] para o resto da população), maneiras mirabolantes de como pegar mulheres e o famoso espaço para o Universo Nerd, dado que já foi provado pelo Instituto Neurocientológico Industrial Light and Magic que o Universo Nerd ocupa exatos 61,6 % da cabeça de todo Nerd, não importa qual seja sua denominação, raça ou credo. Já o cérebro do nerd magro de óculos é formado pelo espaço nerd e outros 39,8% só para planos mirabolantes para pegar garotas, o que neste caso inclui o enriquecimento com Informática. Sendo assim, a única e verdadeira arma a seu favor do gordinho nerd perdedor é o mais clássico de todos os clichês: o “humor dos gordinhos”.

Ninguém sabe contar melhor uma história do que um gordinho. Mesmo a sua própria, que, a primeira vista, pode parecer extremamente deprimente, pode ser bem engraçada na mão do gordinho certo. Existe até um grande cânone da Igreja Baconiana de Homer Simpson do Último Dia que diz “você quer saber quem é a única pessoa que transa menos do que um gordinho tarado perdedor? Um gordinho tarado perdedor sem graça.”

Tenho um gordinho tarado perdedor em casa. E agora?!

Só há duas maneiras conhecidas pelo homem de erradicar um gordinho tarado etc etc etc. A primeira foi experimentada por Ben Stiller em um de seus primeiros filmes que até hoje passa no SBT. Conhecido como Pesos Pesados (1995) quando passou na Globo, no canal do baú o filme virou Um Acampamento da Pesada. A ideia dos caras, e que funciona apenas em países “super do bem” como China, Irã, Rússia e Inglaterra, é jogar os gordinhos nos trabalhos forçados e assim fazê-los emagrecer na marra. O único problema dessa história é que quando os gordinhos vêm seu direito ao ócio e à preguiça cotidiana ameaçado, o mecanismo de defesa imunológico escondido na banha aciona a glândula gorditis obesis que libera uma substância que os faz ficar mais inteligentes e instaurarem uma rebelião (como aconteceu no filme).

O jeito mais garantido de se livrar de um moleque obeso na sua casa, sem ter que matá-lo e enterrar no quintal o que daria muito trabalho por causa do peso e do mau cheiro (se vivo já cheira mal!!!), é arranjar uma mulher para ele. É batata! Bota uma mulher na frente dele – contrate uma empregada novinha e gostosinha (que assim você, pai, pode aproveitar também. NICE!), case de novo com uma mulher com filhas adolescentes, ou simplesmente vista-o de mulher e o coloque num colégio feminino – que as mudanças vão aparecer logo nos primeiros momentos com postura, educação, vestuário e higiene (essa mais gradativamente). Isso porque o ponto fraco de todo gordinho perdedor é se apaixonar pela primeira mulher que diga “oi” para ele. É triste, mas é verdade!

Aliás, outra característica básica dos gordinhos é a perversão solidária. “Eu não tô comendo (mesmo porque eu nem saberia por onde começar), mas pelo menos alguém tá pegando ela de jeito”. 

Não tenho nenhum motivo para colocar essa foto aí embaixo além do prazer sádico de ver meu maior fetiche (Sophia Bush [sem parentesco] sentar no meu colo) sendo realizado por outro.
*Zé Messias é roteirista do programa Supernanny e massoterapeuta do John Travolta nas horas vagas.

Zé Messias

Jornalista não praticante, projeto de professor universitário, fraude e nerd em tempo integral cash advance online.

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