Estamos viciados em Sexting?

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De acordo com a entrada no dicionário de Cambridge, sexting é o hábito de trocar mensagens com conteúdo erótico e sexual no intuito de excitar outra pessoa, via dispositivos eletrônicos. Já no dicionário urbano, é quando meninas do ensino médio, ou até mesmo do fundamental, enviam nudes para os meninos, no intuito de chamar a atenção. Mas são estúpidas em confiar nos meninos, porque, obviamente, essas fotos serão compartilhadas com toda a escola.

Na Netflix, o documentário Addicted to Sexting explora os diversos aspectos e implicações de  trocar esse tipo de mensagem nos celulares e computadores, no intuito de dismitificar algumas ideias sobre o tema,”ajudar” aqueles que não possuem tanta prática no assunto e propor uma reflexão sobre o fato de sermos viciados em certas práticas que podem ser nocivas, caso comecem a interferir nossas vidas pessoais.

Embora todos os aspectos que envolvem a prática de sexting sejam abordados de forma completamente superficial e apelativa, com uso de estrelas de filmes pornôs para exemplificar algumas ações mais comuns das pessoas que enviam ou recebem mensagens eróticas, há trechos com especialistas em relacionamentos e psicólogos que realmente oferecem perspectivas para que possamos refletir se, afinal, somos viciados em sexting.

Pessoas entrevistadas para o documentário, muitas vezes admitiram ser viciadas, mas a impressão que passam é que é algo que faz parte de suas rotinas, principalmente entre os mais jovens, algo completamente tão natural quanto desejar um bom dia a alguém e que não necessariamente implique em consumação de algum ato. Entre os “mais velhos”, ou seja, minha geração ou as anteriores à minha, a falta de familiaridade com os termos e com os dispositivos eletrônicos, gera boas piadas para os atores da produção.

Porém, apesar do tom um pouco debochado, a produção não deixa de abordar os casos de suicídio de mulheres que tiveram suas fotos vazadas, lembrando que a confidencialidade não existe:

“Nossa forma de pensar ainda está presa na era pré-internet. Se dizemos algo a alguém ou se enviamos algo, é confidencial para nós dois. Não é confidencial. Na verdade, nada é! Temos realmente um tipo de relação incômoda com o conceito de privacidade. 
É uma espécie de troca: nós trocamos nossa privacidade pela máxima conectividade. Estamos dispostos a abrir mão de nossa privacidade, de modo que possamos estar conectados em qualquer lugar, a qualquer momento, com quer que seja, sempre, de qualquer forma.” (Dr. Larry Rosen)

 

Muito rapidamente, entra na questão da infidelidade, lembrando que pessoas casadas têm à sua disposição sites de relacionamento como o Ashley Madison, que promove encontros entre esse público e os brasileiros estão entre os maiores usuários. Mas, de acordo com o documentário, sexting entre pessoas casadas causa tantos divórcios quanto qualquer outro tipo de traição.

É curioso pensar, no entanto, que a habilidade que as novas gerações têm com aplicativos e interações virtuais, é inversamente proporcional à quantidade de relações sexuais que realizam, pois, de acordo com um estudo publicado pela BBC, a geração Smartphone tem menos relações sexuais que a geração de seus pais, por exemplo. Ou seja, quantidade de mensagens, não significa necessariamente quantidade de relações.

E você? É viciado em sexting? Acredita que seja uma prática saudável? Sexting é traição?

Dani Marino

Dani Marino é pesquisadora de Quadrinhos, integrante do Observatório de Quadrinhos da ECA/USP e da Associação de Pesquisadores em Arte Sequencial - ASPAS. Formada em Letras, com habilitação Português/Inglês, atualmente cursa o Mestrado em Comunicação na Escola de Artes e Comunicação da USP. Também colabora com outros sites de cultura pop e quadrinhos como o Minas Nerds, Quadro-a-Quadro, entre outros.

Este post tem 2 comentários

  1. Alguém loukasso dedroguinha

    Posso dizer que gosto muito da prática. Eu e a minha parceira costumávamos conversar muito a respeito. Mas houve certos desgastes e hoje já quase não falamos. É uma prática muito boa e sempre que conversamos, nós nos aproximamos de um jeito muito bom. Ficamos próximos, conversamos mais, damos mais risadas juntos. Mas infelizmente, para a prática do “sexting”, exige tempo e dedicação e não estamos tendo isso. No caso concreto, está influenciando muito pois, falando especialmente por mim, essa prática me traz a vontade de realizar o ato; quando não há, a vontade até existe, mas ela é muito mais controlada e de uma forma muito mais amena. Gostaria de falar que consigo manter um relacionamento sem essa prática, mas estaria mentindo. Posso afirmar que me tornei um viciado nessa prática de tal forma que se pudesse, praticaria todos os dias. Infelizmente, meu relacionamento irá terminar muito em função da falta dessa prática. Então, se posso deixar um recado aos interessados que por aqui passarem, pratiquem o sexting. Se isso faz bem a vocês, como um casal, pratiquem. Não deixem que isso caia na monotonia e seja uma prática anual (como a minha tem sido). É triste. Quando você gosta e não tem, você vai procurar isso em outros lugares – naturalmente, todos os seres humanos são assim. Infelizmente, meu relacionamento vai acabar pela falta de.

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