Se há algo que não pode faltar num festival de cinema é bizarria. Às vezes representada pela presença de uma estrela hollywoodiana num filme de baixo orçamento, com maquiagem carregada e indumentária extravagante. Às vezes traduzida num longa de atmosfera perturbadora e estética exótica. E, noutras, simplesmente contida num filme totalmente absurdo, sem noção.

Fucking Different XXX (um trocadilho que pode ser entendido como “Diferente pra carvalho XXX” ou “Transando diferente XXX”) pode se encaixar nesse último caso, acho. Prometendo derrubar clichês eróticos e retratar o sexo de maneira explícita e com humor, o filme derrapa na própria proposta e apresenta mais do mesmo.

Quero dizer: Apresenta um pornozinho safado (no sentido de cretino), e só. Vários diretores entram (opa!) com um segmento, alguns até tentam esboçar alguma criatividade, mas a maioria não foge Mulher-Maravilha do lugar-comum, embora a fotografia, algo mais cuidada que nas costumeiras produções do gênero (é, devo me lembrar de ter visto algumas…), talvez possa chamar a atenção dos aficionados.

A graça do filme (além das belas – e mezzo exóticas – mulheres e de meias com a bandeira do Brasil aparecendo na historinha mais terna do programa), porém, foi ouvir (e, às vezes, ver) as reações de casaizinhos que compraram ingressos na esperança de ver um filminho apimentado para acender a noite e sentiram-se debaixo de um chuveiro aberto e com a resistência queimada com cenas delirantes como a de um Caim amarrando uma Eva anabolizada e aproveitando-se da coitada.

Nota: 5.0