Fala galera que curte uma bizarrice, mas nem tanto quanto o Woody Allen! Hoje, falaremos sobre o subestimado Amante a Domicílio, filme dirigido e estrelado por John Turturro que traz de volta às telas a raiz da boa comédia.
Não posso negar que fui levado a este filme devido à ausência de títulos melhores, assim como à insistência de minha senhora em ver algum título que lhe agradasse mais. Dessa forma, bastou somar a carreira de John Torturo à sinopse bem feita que, rapidamente, sanei este problema. Além, é claro, de saber que teria a Sophia Vergara rsrsrsrs
Para sanar algumas dúvidas, eis a sinopse do Adoro Cinema:
Murray (Woody Allen) é um senhor de idade que, durante uma conversa sobre sexo, diz que conhece um gigolô. Ao saber o quanto poderia ganhar como cafetão, ele tenta convencer seu amigo, Fioravante (John Turturro), a entrar para o ramo. Só que ele é um pacato jardineiro e não quer se envolver em algo do tipo. Após muita insistência de Murray, Fioravante topa fazer um programa com a doutora Parker (Sharon Stone), que está bastante insegura por ser a primeira vez que trai o marido. O sucesso do encontro faz com que a fama de Fioravante corra entre as amigas da doutora, assim como ele mesmo passa a notar melhor as qualidades da nova profissão.
De início, pensei que fosse aqueles filmes blasé em que o humor estaria nos detalhes que ninguém vê, em especial, por nunca ter visto Woody Allen atuando fora de seus filmes. No entanto, logo na abertura, vários pré-conceitos foram quebrados e uma sequência engraçadíssima nos dá o cartão de boas-vindas. Afinal, quem consegue se manter sóbrio ao ver o bom velhinho – Woody Allen –, sem o mínimo de cabimento, transformar um bom amigo em garoto de programa?! Pior ainda, vê-lo oferecer o mesmo, feito um panfleto, para qualquer mulher que fizesse menção de estar carente? Pode até parecer meio boçal e de fórmula batida, mas a simplicidade como que os fatos se desenrolam e a maneira doce com que esta comédia é tratada se tornam seu grande diferencial, principalmente, se comparado ao que somos submetidos pela indústria do cinema.
Há quanto tempo não somos agraciados por uma boa comédia? Uma comédia de verdade, sem o exagero de palavrões, cenas de nudez ou abuso de bebidas? Aqui, não precisamos de cenas escatológicas ou piadas extremamente agressivas. Chega a ser um triste panorama e, pelo mesmo motivo, não é de se espantar que Chaves seja sucesso absoluto há mais de três décadas.
Por fim, antes que venham me crucificar por essas críticas ao atual estado do gênero – que, a meu ver, o levarão ao descrédito – gostaria de dizer que não sou totalmente contrário ao que está sendo produzido. Fui um grande fã das fórmulas de American Pie e SuperBad, sendo este último uma das melhores comédias da atualidade. No entanto, gosto de ver trabalhos diferentes do estilo norte-americano de festança + jovens seminuas + bebida + polícia e altas confusões.
Seria possível até se confundir e achar que “Amante a domicílio” é mais uma obra de Woody Allen, em especial, pelo filme ter uma pegada bem próxima às influências de sua carreira como cineasta, porém, ainda é uma boa comédia com toques de dramaticidade. Além das risadas constantes, somos presenteados com ótimas atuações – destaque para Vanessa Paradis e Liev Schreiber (núcleo judeu do filme) – e a direção/roteiro competente de John Turturro.
Não tinha ouvido falar desse filme. Valeu pela dica. Às vezes a gente precisa se desvencilhar do massaveísmo que permeia o cinema atual e procurar alguma coisa mais… honesta.
Com certeza, meu amigo. Você não se arrependerá.
Tu viu isso mesmo?! Cara, estou surpreso.