Iluminamos: Brasil 4 X 1 Camarões no cinema

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(Diretamente de nossas empoeiradas gavetas, da semana retrasada até você!)

neymar

A expectativa de um novo jogo da seleção brasileira de futebol vem sempre acompanhada da dúvida de onde assistir a esse verdadeiro folhetim de (muito) suor e paixão, que move multidões por onde passa.

As opções iam do Alzirão ao Circo Voador, do cercadinho da fan fest à acolhedora poltrona de casa. Eis que, entre assistir em pé na rua, ao som de vuvuzeladas no tímpano, e conferir as catimbadas do escrete canarinho com todo o conforto e acepipes a disposição em recinto fechado, ficamos com a segunda alternativa.

E, como numa acertada substituição de última hora, tal alternativa de conforto passou a ser – aos 45 do segundo tempo, assistir ao jogo no cinema.

Decisão acertada, vez que a poltroninha reclinável, a pipoca na manteiga e o refrigerante geladíssimo (além de uma ótima companhia e uma love seat cúmplice) se mostraram agradáveis demais da conta.

Com os torcedores devidamente paramentados, e os gritos de gol, de incentivo e até mesmo os xingamentos de praxe totalmente liberados, o clima foi de estádio na Copa, experiência que valeu muito a pena, principalmente para sem-ingressos como eu.

Agora, como diria Galvão Bueno, foi um teste pra cardíaco. A concentração que o cinema oferece parece modificar, aumentar o ritmo do jogo. Captura o som das torcidas e reverbera pela sala, além de tornar tudo muito mais dramático. É como um filme desenrolando-se da fita na tela grande.

A emoção aflora, você fica vulnerável com as perdas de bola da seleção próximas da sua própria área, se desespera de ver que eles não ganham a melhor na maioria dos combates, e rói as unhas imaginando em que pé cairão as pelotas lançadas da defesa para o ataque quando não se apresentam jogadores para fazer a ligação.

Aliás, é aí que entra Fernandinho, que, honrando a bonita camisa que vestia, tirou da UTI o meio campo verde e amarelo. Claro que antes disso, Neymar já havia novamente chamado para si a responsa de escrever a História, aquela escrita pelos vencedores.

Já é lugar comum dizer que o namoradinho do Brasil quer dizer, da Bruna Marquezine estava numa tarde inspirada. Com forma física superior e autocontrole exemplar, o craque evitou a marcação e as provocações camaronenses, precisando de apenas duas jogadas para voltar a se isolar na artilharia do mundial.

Palmas também para Luiz Gustavo, David Luiz, Hulk e outros que, embora menos cotados, contribuíram para agendar o embate com o aguerrido chi chi chi le le le, viva Chile! nas oitavas! E para a torcida, que empurrou o time, fora do campo e dentro do cinema, para essa vitória, sofrida no primeiro tempo, e merecidíssima no segundo.

E é igualmente impagável rir com a galerinha na sala escura, cada um adivinhando como se dera o oportuníssimo gol de Fred, pois ‘de cabeça’ seria simples demais. O atacante tinha feito era “de bochecha”, “de boca” ou “de bigode”. Sim, de bigode!

deitados-----

O plantado jogador do Fluminense ainda nos desopilou o fígado outras vezes em momentos tensos da partida, e ficamos agradecidos por seu desprendimento em deitar na área mais uma vez em busca do gol.

Em suma: Tome coragem e um calmante para as próximas e decisivas contendas, e tenha o prazer de experimentar acompanhar o jogo no estádio, aliás, no cinema mais próximo de você. Haja cinemão!

Rodrigo Sava

Arqueólogo do Impossível em alguma Terra paralela

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