Fabulosos Vingadores pode muito bem ser uma das melhores revistas lançadas pela Marvel nesses tempos. Ela combina um dos mais fortes roteiristas que a editora tem (Rick Remender), que vem de um dos mais bem sucedidos títulos dos últimos tempos (Fabulosa X-Force), com a arte dessa dupla maravilhosa (John Cassaday e Laura Martin) oriunda de outro grande sucesso do passado (Surpreendentes X-men), além de trabalhar com alguns dos maiores personagens que a empresa tem.
Acima de tudo, a proposta desse arco é fantástica: o que aconteceria se o Caveira Vermelha tivesse os poderes do Professor Xavier? Mas, então, o que aconteceu para que isso não se tornasse fato?
Nesse número temos a conclusão desse primeiro arco da revista. Thor, sob o controle do Caveira Vermelha, luta contra a Feiticeira Escarlate e o Destrutor. O Capitão América, enquanto isso, enfrenta o vilão nazista diretamente – apenas para se ver frente a frente com todas as suas dúvidas sobre a atual situação social/política dos Estados Unidos. Wolverine e a Vampira ficam totalmente de fora até quase o final da edição e no epílogo temos um salto no tempo para três meses no futuro, onde um terrível vilão dos anos 90 é o grande senhor do planeta.
Então, qual é o problema? A narração de toda a edição é ruim e pouco adiciona valor ao enredo. A batalha entre a Feiticeira Escarlate e Thor é tão pomposa que parece ter sido escrita por Shakespeare, ao passo que isso cai bem para o deus do Trovão, as falas de Wanda ficaram exageradas e, por fim, tem o ataque do Caveira ao Capitão… O discurso político do vilão desagradou centenas de leitores americanos (a verdade dói), para nós, terceiro mundistas, o texto é coerente e sabemos que exprime bastante a opinião do autor, mas pelo amor de Odin! O Caveira Vermelha teve a mão decepada pelo Wolverine e continua ali como se tivesse apenas furado o dedinho?!
Por outro lado, temos a arte de Cassaday, desenhista notório por seus atrasos, mas fica difícil reclamar quando se olha sua arte – no entanto, aqui, nessa revista ele está muito preguiçoso certas horas. Mas a luta de Wanda com Thor é especialmente legal do ponto de vista visual e as cores da senhora Martin foram feitas para combinar com o traço do artista.
Wolverine tem uma cena no fim da edição com Thor que é exatamente o que se espera do trabalho de Remender, um Logan com um fator de cura que apesar de fabuloso, tem seus limites. Vampira e Wanda têm um momento desabafo que é totalmente coerente com seus passados e personalidades. E o final com o vilão trash dos anos noventa comprova que o roteirista sabe muito bem aonde quer chegar.
Essa edição, assim como toda a série até agora, é exatamente isso: para cada grande momento, você tem dois de mediocridade. Algumas das escolhas estilísticas, como, por exemplo, a narração, são questionáveis. Dito isso, Remender conquistou a confiança dos leitores no passado recente e possivelmente o próximo arco vai elevar o título as alturas.
Rapaz, não fui com a cara dessa revista…
Remender, pra mim, é o Snyder da Marvel: bonzinho, mas muito longe de ser essa coca-cola…
Olha, acho que só o Remender para trazer o Massacre de volta e ele se tornar interessante….
parece que agora vc perdeu a paciencia com o remender 3V
Perdi um pouquinho…. Mas ele pode recuperá-la fácil se quiser, Caio! rs