Iluminamos: Feio – Festival do Rio 2013

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Uma criança de 10 anos é sequestrada na capital da Índia. Mas o filme não é sobre isso. Feio examina ressentimentos, desentendimentos e conflitos familiares entre pessoas ligadas umas às outras pela mágoa, violência e dor. A menina é filha de um ator fracassado, melhor amigo de um produtor picareta. A depressiva mãe dela é casada com o chefe de polícia de Mumbai, possui um irmão criminoso e desmiolado e uma amiga golpista.

Criolo cantou que não existe amor em SP. Baseado em fatos reais, Feio nos faz crer que em Mumbai também não. O lixo e a decadência espalham-se por toda parte, contaminando todos ao redor. A torpeza parece se revelar em todos os personagens, num jogo baixo de acusações mútuas e traições. Em paralelo, a história deles é contada explicando diversas situações e atitudes, revelando escolhas do passado que trouxeram pesadas consequências.

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O desempenho da força policial de Mumbai é mostrado com tintas fortes. Do desdém e ironia com que o delegado recebe a denúncia do sequestro, até a extrema violência com que o chefe de polícia trata os suspeitos, inclusive custodiando-os em prédios distantes do sistema de segurança pública e grampeando-os deliberadamente.

A busca de sua enteada pela corporação é exemplar, e mais sintomático ainda é o resultado: Fazendo seu trabalho, a polícia acaba encontrando diversas crianças desaparecidas no processo, algo que não aconteceria se não fosse o incentivo de procurar a enteada do chefe. Feio é brutal, deixa os nervos à flor-da-pele, e é capaz de evocar a ação e violência de recentes produções norte-americanas, com muito mais crueza e reflexão.

As próximas sessões são na quarta, 02/10, às 14:00h e 19:00h, no Cinepolis Lagoon.

Rodrigo Sava

Arqueólogo do Impossível em alguma Terra paralela

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