Iluminamos: Guardiões da Galáxia

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Os anos 80 tinham coisas bem legais e “zueras” (um termo atual). Minha infância foi justamente oitentista, e, sendo criança, não pude aproveitar melhor, como faria caso fosse adolescente. No entanto, algumas coisas foram bem marcantes. Dentre as quais posso citar as músicas da época e a Sessão da Tarde, com seus filmes aventurescos. Indiana Jones, De Volta para o Futuro, Star Wars (na época, mais conhecido com o titulo traduzido, Guerra nas Estrelas), Caravana da Coragem (dos Ewoks) e O Último Guerreiro das Estrelas eram exemplos empolgantes que geralmente apareciam nas rodinhas do colégio. Ah! Muito provavelmente um personagem desses filmes servia de apelido para o colega. E o jeito era aceitar, pois se chiar poderia ser pior. O apelido fatalmente te seguiria pelo ano, e talvez por outros anos escolares.

Ok! Adiantemos mais ou menos trinta anos no tempo. Dona Marvel e seus estúdios (e a Disney, não se esqueça!) vêm e fazem uma combinação louca de tudo o que descrevi. E ainda jogam na sua cara, por cerca de duas horas, em um filme de heróis obscuros (até mesmo para quem lê quadrinhos). Só tenho uma coisa a dizer:

OBRIGADO, MARVEL!

Sendo eu um baita saudosista, GUARDIÕES DA GALÁXIA me transportou para uma época em que filmes de aventura nos faziam querer revê-los imediatamente, seja se encolhendo na cadeira do cinema para a próxima sessão ou gravando em uma VHS pra logo mais. Está tudo ali, desde referências de filmes, apetrechos (o Walkman de Peter Quill é o ícone da época) e brinquedos. Tudo compõe o clima. Mas não desanime se você não curtiu essa época, pois certamente vai se divertir também (e até ter a oportunidade de saber como era essa época). O diretor James Gunn já trabalhou em filmes com personagens pop (os dois Scooby Doo), de “herói” (Super, de 2010) e filmes com correria (Madrugada dos Mortos, do qual escreveu o roteiro). Vendo a lista, parece justo pensar que tudo serviu de “treinamento” para Guardiões.

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Pôster fantástico de Guardiões para IMAX: explodindo ainda mais o clima de aventura da “Sessão da Tarde”.

Pra começar: Guardiões da Galáxia NÃO É um filme de comédia. Você pode até espernear e insistir com essa teoria, mas as frases feitas e as piadas realmente funcionam e fazem parte do personagem. Seja o desprezo de Rocket (aqui sem o “Racoon”, coisa que ele – acredite – não é), a fixação de Drax ou o cinismo do Senhor das Estrelas (quem?), os gracejos realmente fazem parte do personagem. Muito diferente da piada do Thor sobre Loki ser filho adotivo ou o Hulk dar um soco no mesmo Thor, após uma batalha, tudo em Os Vingadores. Além disso, se você não considera “comédia” filmes como Indiana Jones e De Volta Para o Futuro, então o raciocínio para “Guardiões” é o mesmo. Ok?

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As primeiras versões nos quadrinhos, que diferem do filme, em sua maioria mais atuais: a aparição de Rocket em 82 (publicado aqui no Brasil em Hulk 24, de 85), a apresentação de Senhor das Estrelas no Brasil (também em 85) e a primeira versão dos Guardiões, com Yondu, com visual quase que totalmente diferente do cinema.

A história começa justamente nos anos 80, quando Peter Quill, o Senhor das Estrelas, é abduzido após um acontecimento pessoal. A cena é rápida, tem certa carga dramática, no estilo Disney, mas não compromete. Na verdade, tem até referências para entender melhor a personagem. Isso porque todos os guardiões possuem seu drama pessoal, embora este não seja o foco. Tudo em nome da zuera.

Aliás, muito se comentava sobre Rocket (dublado por Bradley Cooper) roubar a cena. Mas, apesar dele formar uma excelente dupla com Groot, que muito lembra C3PO e R2D2 (a dupla robótica de Star Wars), o grupo como um todo consegue ter seus momentos. Mesmo Groot (dublado por Vin Diesel), com apenas uma frase no filme inteiro, e Drax (já que muitos duvidavam da capacidade de Dave Bautista atuar) possuem cenas marcantes.

Gamora (Zoe Saldana) é a mais lúcida da equipe, mas nada chata. E o Senhor das Estrelas (Chris Pratt) é sensacional. O ator acredita no personagem canastrão e entrega um trabalho excelente. A cena de abertura é prova do esforço e dedicação para ficar com o papel (Chris perdeu quase 30 quilos). Do lado vilanesco, Ronan (Lee Pace) é realmente um fanático e Nebula (Karen Gillan) mortal e perigosa. Korath (Djimon Hounsou) aparece menos, mas não compromete. Yondu (Michael Rooker) é um personagem bem diferente da sua versão dos quadrinhos (nas HQ ele fazia parte da primeira formação dos Guardiões), contudo também tem boas cenas.

Guardians 2
Essa turminha do barulho vai aprontar altas confusões na telona do cinema mais perto da sua casa.

Para os leitores de quadrinhos, o filme é um prato cheio. Muitas referências, outros personagens aparecendo (alguns já divulgados e outros não) e até alguns implícitos. O covil do Colecionador (Benicio Del Toro) é uma overdose de informação. Provavelmente mais coisas serão percebidas com o tempo. E, pela primeira vez nos filmes de heróis da Marvel, temos uma citação mais explícita sobre as jóias do infinito.

O filme é visualmente lindo, claro, como uma aventura com clima de anos 80 deve ser. Cores vivas e fortes. Tanto na prisão espacial quanto na mítica Xandar com sua austera Tropa Nova. Um destaque para os figurantes. Sendo um filme espacial, a variação de alienígenas é excelente, com arte, maquiagem e figurinos muito bem trabalhados, minimizando efeitos de CG.

Guardians 3
Essa é a turminha “DUMAL”!

A trilha sonora é fantástica. São canções da década de 1970, apesar do clima oitentista. Entretanto, há uma explicação: são as músicas que a mãe de Peter Quill curtia da década anterior e que repassou ao filho pela fita cassete que o pirralho curte. As canções potencializam o filme ao ponto de criar cenas poderosas. A abertura e a cena final (com Jackson 5) são dois exemplos.

A Marvel teve acertos demais dessa vez. Expandiu seu universo cósmico, iniciou bem a nova franquia, teve liberdade para trabalhar com personagens desconhecidos que certamente vão conquistar o público (diferente de personagens mais icônicos que causam chiliques de fãs quando algo não lhes agrada), e até mesmo conseguirá boa grana com sua divisão Marvel Music. Não teve vergonha de assumir ser um filme pipocão, em vez de tentar ser sério, tal qual aquele aluno da época de escola que não esquentou com a pilha dos outros. É zuera do início ao fim dos créditos. E isso passa bem longe de ser um demérito.

Ah! Nem árvores nem guaxinins foram maltratados no processo. Palavra da Marvel.

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Resultado Sorteio X-Men: Dias de um Futuro Esquecido:

Como prometido, divulgaremos também o resultado do sorteio dos pôsteres de X-Men: Dias de um Futuro Esquecido.

– Pelo Facebook, o escolhido foi Atilla Nadim, de SP.
http://sorteiefb.com.br/resultado?id=23jh

– Pelo comentário na postagem original no site, o vencedor foi Michel Duarte.

http://www.iluminerds.com.br/professor-xavier-em-dose-dupla/

Michel e Atilla precisam entrar em contato para passar seu endereço e receberam em casa seus prêmios.

Vilipendiador Unperucked

Sempre se metendo em novos projetos e lutando contra pré-conceitos interiores. Já teve pilhas de HQ's, videogames e cartuchos. Hoje somente bons encadernados e um emulador. Ainda assim, sempre tenta colecionar algo. Pensou em escrever sobre a procrastinação mas achou melhor deixar pra semana que vem.

Este post tem 6 comentários

  1. toddy

    Porra, rolou outra promoção? E meus livros????????????????????
    ótimo post!!!!!!!!!!!!!!!!!

    1. Don Vittor

      Nós estamos acabando de finalizá-lo. Como você é um puta comentarista, os seus exemplares virão com um puta brinde rs

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