Iluminamos: Oblivion – film collage

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O nome Tom Cruise tem peso em Hollywood. Garantia de bilheteria, ele atrai multidões às salas de cinema não importa o quanto a “crítica especializada” tenha detestado o filme. Esse status lhe outorga certa autonomia para escolher a dedo os papeis que irá interpretar. Cruise inclusive trabalha como produtor, ou seja, o responsável “financeiro” pelo filme, o que lhe permite “controlar” o processo cinematográfico como um todo (numa “pelada”, ele seria o dono da bola). No entanto, esse não é caso da ficção científica Oblivion, nesta produção da Universal Studios ele deixa o escritório de lado para se concentrar apenas na interpretação. Baseado numa graphic novel, o longa aposta numa mescla de temas e clichês do gênero que mais parece uma colagem de diferentes histórias.

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Na trama, após uma guerra nuclear entre terráqueos e alienígenas, Jack e sua parceira Victoria (a estonteante Andrea Riseborough) são os únicos seres humanos que restaram em nosso mundo. O casal serve como “zeladores”, supervisionando o processo de extração dos recursos materiais da Terra para levar à lua Titã de Saturno, o novo lar da raça humana. Seu “controle da missão” fica localizado na nave colossal Tet que orbita o planeta e é responsável pelos drones que o vasculham em busca dos alienígenas sobreviventes. No entanto, com a queda de um antigo módulo espacial da Nasa trazendo a cosmonauta Julia (Olga Kurylenko), Jack enfrentará um dilema quando tudo em que sempre acreditou entra em colapso, fazendo com que ele tenha que escolher em qual lado sua lealdade reside e o que significa “ser humano”.

Certamente, o ator não é nenhum estranho na ficção científica, tendo participado do respeitável Minority Report (Steven Spielberg, 2002), do, um tanto quanto questionável, Vanilla Sky (Cameron Crowe, 2001) e, claro, da refilmagem Guerra dos Mundos (Steven Spielberg, 2005). Em Oblivion, assim como nesses longas, seu papel gira em torno do conceito do “homem comum” (norte-americano) envolvido em tramas grandiosas que não compreende inteiramente,  mas que tenta agir da melhor maneira possível…fazer o certo. Não é a mais original das premissas, mas rende alguma reflexão e é o que o grande público gosta de ver. Além disso, Cruise está seguro o suficiente no papel – que ele já está cansado de interpretar – para dar certa confiabilidade a seu personagem, Jack.

Oblivion starring Tom Cruise

A direção e o roteiro são de Joseph Kosinski, autor da história em quadrinhos ao lado de Arvid Nelson. É sua concepção inicial de um projeto nem concluído que – ao ser comprado pela Universal Studios – sofreu várias revisões de roteiro, primeiro de Karl Gajdusek e depois de Michael Arndt. Essa é uma prática comum em Hollywood quando se tratam dos grandes estúdios e da soma considerável de dinheiro investida. Fica difícil saber como era o texto original de Kosinski, só quando a Radical Comics decidir publicar a obra (da qual só existem imagens conceituais), mas a verdade é que o filme é bem pobre narrativamente e deixa a desejar tanto na execução quanto na proposta. Ficamos com uma forte sensação de déjà vu durante cada minuto das duas horas de projeção.

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Antes de Oblivion, Kosinki dirigiu “Tron: O legado” e nesse projeto repete sua parceria com o diretor de fotografia Claudio Miranda, recém-oscarizado por “As Aventuras de Pi” (Ang Lee, 2012). Neste quesito, não há do que reclamar, o trabalho do chileno empresta certa “personalidade” a um filme que de outra maneira não teria nenhuma. As locações na Islândia – a nova Meca da indústria do audiovisual, servindo de base tanto para séries medievais quanto para ficções científicas pós-apocalípticas –; a computação gráfica e; as duas atrizes que contracenam com Cruise, Andrea Riseborough e Olga Kurylenko, proporcionam um estímulo visual para quem quiser se aventurar no mundo de Oblivion, a partir desta sexta nos cinemas.

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E para quem acha que Tom Cruise já se cansou do gênero, no próximo ano ele estrela “All You Need Is Kill”, dirigido por Doug Liman, sobre um soldado preso num looping temporal, revivendo sua última batalha contra uma invasão alienígena.

Este post é também uma homenagem ao crítico norte-americano Roger Ebert (1942-2013) que ensinou e inspirou várias gerações de entusiastas e profissionais a falarem sobre cinema (inclusive este que vos fala).

Zé Messias

Jornalista não praticante, projeto de professor universitário, fraude e nerd em tempo integral cash advance online.

Este post tem 4 comentários

  1. Pra ser bem honesto, quando vi Tom Cruise e Morgan Freeman juntos, num filme de Ficção Científica, fiquei doido pra ver. A doideira passou assim que eu li a sinopse. Cataclismas provocados por invasões alienígenas já me encheram o saco… Resolvi ver o Vai que Dá Certo. Senti que saí ganhando, e, depois de ler a sua resenha, percebi que realmente valeu a pena não assistir isso aí.

  2. Renver

    Obrigado por me fazer economizar 15 pila!!! Uso o dinheiro e compro uma colônia barata da Avon.

  3. Eu assumo que acreditei no filme desde o começo e esperava muita ação com uma história bastante misteriosa e intrigante, mas no final o trailer é melhor do que o filme. O roteiro é muito manjado, as interpretações até q estão boas, a fotografia maravilhosa, mas é só isso. Perdi duas horas da minha vida vendo um crossover de “Vingador do Futuro” com “A Ilha”.

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