Iluminamos: TABU – Festival do Rio 2012

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Eu estava na expectativa. Pensei: vou assistir a um filme português. Ele venceu um prêmio da crítica em Berlim. Sim, eu queria muito assistir a um filme atual de Portugal neste festival.

E, sim, em que pese a rima acima, também almejava pegar alguns filmes portugueses antigos, de uma das (ao menos três) mostras dedicadas à terrinha e seus realizadores, mas como nem horário nem grana davam, preferi ficar com o longa de Miguel Gomes que possuía uma sessão ao meio-dia.

Não é implicância, entendam, mas vim de uma noite mais curta que as outras, culpa de uma sessão do festival que subiu as legendas lá pela madrugada. Daí, nada mais natural que meus olhos estivessem sensíveis, assim como meus outros sentidos meio amortecidos.

“Tabu”, em preto e branco, não ajudou muito. A trama inicial, após enigmático prólogo passado na selva, concentra-se no cotidiano de uma prestativa e preocupada senhora, às voltas com sua idosa vizinha, que, depressiva, a todo momento chama pela filha e queixa-se da azeda empregada.

Não é mau esse segmento, mas o sono me pegou mesmo no segundo, quando um personagem revela o passado da idosa, sua juventude passada na África. O filme transforma-se quase numa peça muda. Os atores balbuciam, mas não os ouvimos, apenas a narração em off. Isso e as cenas, a própria ação e as interpretações remetem e ao mesmo tempo homenageiam o cinema mudo, o melodrama clássico.

Não levem a mal, mas todo aquele silêncio me aconchegou na poltrona e confesso que dei umas boas cochiladas, embora não quisesse, claro. Tentarei dormir mais no próximo festival. Em casa, não no cinema.

Nota: 7.0 (para o primeira parte do filme)

Nota: 5.0 (para a segunda)

P.S.: Agora que o festival está terminando, resta-me procurar em outras paragens o que outros cineastas portugueses andam filmando, como Manoel de Souza e João Pedro Rodrigues. #Ficaadica.

Rodrigo Sava

Arqueólogo do Impossível em alguma Terra paralela

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