Iluminamos: Te Prometo Anarquia – Festival do Rio 2015

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Dizem, que para algumas pessoas, na vastidão desse mundo, o amor e a dor caminham lado a lado. Às vezes servem para rimar, às vezes para amadurecer. Na maior parte do tempo, porém, seria apenas ruído: Um rap improvisado sob o efeito de ervas conhecidas. Um passeio de skate pelas ruas da Cidade do México. Um afago perdido no ciúme. Miguel ama Johnny que ama uma moça que ama Miguel.

Parte do filme, incluído na mostra Premiére Latina, é sobre amor. Em nossos olhos; luzes vermelhas, corpos nus, paixão e desilusão. Miguel sofre com o interesse de Johnny por Adri. Ele declara seu amor por Johnny em troca de risinhos nervosos e concordâncias. Algo o corrói por dentro e seu equilíbrio se torna distante. Parte da produção germano-mexicana é dor. E faz com que o sentimento entre os rapazes, seus encontros e desencontros, suas drogas, andanças e bicos para conseguir grana fácil percam toda a leveza, toda a diversão envolvida. Especificamente quando se aproximam indelevelmente do câncer que devora seu país: o tráfico de entorpecentes.

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Miguel acostumou-se a vender sangue para o mercado negro, e a convencer outros a vendê-lo, por uma porcentagem. Entretanto, ao levar cinquenta pessoas, dentre eles diversos de seus amigos, para negociar com traficantes que precisam de sangue de fora do sistema, percebe tarde demais o quanto está envolvido e como não haverá volta. Nesse ponto do longa de Julio Hernandez Cordón, começa um processo de transformação. É quando o amor e a dor se tornam um terror tão devastador que os leva às últimas consequências.

Quando o dia amanhece, as cinzas ainda estão quentes. As consequências não sumiram com o efeito das drogas. Já a liberdade que gozavam, sim. Está morta. Eles também se vão. Um após o outro. O que servia para rimar, serve agora para amadurecer. O amor e a dor se tornarão memória.

Quieres nota? 8,5

Assista na sexta, 9/10, às 15:00h no Cinépolis Lagoon 1

Rodrigo Sava

Arqueólogo do Impossível em alguma Terra paralela

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