Todo Festival do Rio tem suas barbadas, os longa-metragens que não só os cinéfilos, mas principalmente o grande público deseja ver, formando longas filas nas premiéres, e, às vezes, esgotando, com antecedência, ingressos para sessões vespertinas de meio de semana.

Alheio a tudo isso, correm por fora produções pequenas, de estrutura quase artesanal, que podem se revelar surpreendentes e poderosas. “Uma Super-simplificação de Sua Beleza” não me ganhou pelo título bizarro, como podem estar matutando.

O interesse pelo filme nasceu da leitura de sua resenha na revista do festival. Dizia que a produção mistura imagens documentais do próprio cineasta, animações e ficção, para dar vazão à obsessão do diretor pelos motivos por trás do fim de seu relacionamento.

Basicamente, é uma alucinada colagem de vídeos pessoais do cineasta, animações coloridas lisérgicas, de estilos variados, e uma narração climática, embalada numa estética moderninha, como um filme documental dentro de outro, ficcional.

À parte de toda a verborragia, reflexão e espanto diante do caleidoscópico conflito entre o romance e a realidade, enxergamos Terence Nance, o cineasta, o artista fragmentário com queda para o exibicionismo psicológico, o romântico que só quer fazer a coisa certa. Que deseja que o ajudemos a entender o que fez de errado, e pergunta a cada um, a todo momento: no lugar dele, o que você faria?

Nota: 7,5

 *Não perca a próxima sessão no Festival do Rio: SEG (8/10) 17:40 Estação Sesc BarraPoint 1