A Comicon do Chile foi pródiga em atrações. Além da animação promovida no palco pelos organizadores, distribuindo prêmios, fazendo trívias, desfiles de cosplays e apresentando os artistas convidados ao público, inúmeros fã-clubes, guildas e sociedades se fizeram presentes, descortinando mundos de fantasia novíssimos em folha ou empoeirados e embolorados, todos eles fascinantes.
O sucesso estrondoso de Game of Thrones surgiu na figura de três mocinhas devidamente caracterizadas, que exibiam artigos inspirados na série de fantasia da HBO, como os ovos de dragão.
A Sociedad Tolkien Chilena reluziu toda sua glória na reprodução de um cenário da Terra-Média, e em vestimentas que remetiam fielmente aos filmes adaptados da obra de J.R.R. Tolkien.
Galardões, pavilhões, dragões, bijuterias, miniaturas e livros inspirados no universo de O Senhor dos Anéis coloriam o estande.
Foi uma grata surpresa encontrar por lá um reduto steampunk, devidamente paramentado com suas roupas de couro e tecido em tons terrosos, suas molduras de quadros rebuscadas e seus acessórios metálicos retrô.
Os fãs da encerrada série de livros e filmes do bruxinho mais famoso de Londres vestiam, elegantes e ao mesmo tempo despojados, suas gravatas frouxas e uniformes de Hogwarts, sob os auspícios do chapéu seletor.
Outras séries mobilizaram seus fã-clubes na Comicon: os de Crepúsculo, os de Glee, e os de Supernatural, respectivamente.
Mesmo seriados encerrados há tempos, como o irresistível Arquivo-X, mereceu um espaço no evento, decorado com memorabília da série e até um alienígena cinzento.
Os fãs de Star Wars dividiram-se em vários espaços, dentre eles um reservado apenas aos artigos raros de um colecionador, e outro dedicado à Aliança Rebelde.
Mas, de longe os mais simpáticos foram os membros da Agrupacion Amigos de Viaje a las Estrellas, espécie de fã-clube de Jornada nas Estrelas (cujo filme Além da Escuridão: Star Trek, recém-estreou), que; além de tirarem de seus baús dezenas de bonequinhos de Kirk, canecas de Scotty, réplicas de naves e outros apetrechos raros; convidaram-nos para tirar várias fotos, com muita alegria e entusiasmo.
O evento abrigou ainda uma sortida flora de empreendedores da área cultural, que submeteu ao público seus projetos sui generis, como o guarda-sol (?) de cogumelo e a touca-lenço-cachecol.
Artistas plásticos apresentaram seus trabalhos com forte pegada pop, reinterpretando personagens famosos como Superman ou explorando clichês do traço mangá, em belas e sensuais aquarelas.
Toy Art, adesivos, cartões-postais, publicações independentes e artigos de todo tipo ligados a tais obras foram vendidos ao público numa apresentação bastante profissional, sinal de que os chilenos preocupam-se com a embalagem também, não somente do conteúdo.
Com menos recursos, mas igual potencial e conteúdo, fanzineiros reuniram-se num corredor, vendendo suas HQ, poesias, ficções de protesto a preços módicos e impressionante qualidade. Provavelmente, me verão por aí usando uma camisa desenhada por um destes caras, com a imagem de uma muchacha chamando para luta-livre.
A aventura acabou mais ou menos por aí, posto que o sol estava se pondo em Santiago e estávamos a um passo de virar abóbora. Entretanto, nossos bolsos vazios e sacolas cheias apontavam para a continuidade dessa aventura, para uma sequência, uma parte dois – a missão – a se desenrolar em nossas cabeças, nos bonequinhos que compramos, nas conversas que tivemos, nas fotos que registramos e nas revistas que leremos.
Com relação aos gibis chilenos, podem ter certeza que, assim que eu conseguir me entender com o castelhano de suas páginas, volto para contar tudo pra vocês 😉
Sava, adorei a cobertura do evento! Muito bem feita, parabéns!
Maneiro, mas eu gostei mais das meninas! hehehe
Parabéns pelos posts, deu pra se ter uma boa ideia do que se tratou essa Comicom!
Valeu, gente! Foi divertido pacas. A paixão da galera de Santiago pela cultura pop foi algo bonito de se ver. Jovens, adolescentes, pais com suas crianças, e muuuitos cosplayers. Santiago é um barato, e já estou com saudade ^^