Hoje é 11 de setembro e, enquanto todo mundo relembra os atentados ao World Trade Center, resolvi falar de algo mais divertido: a exatos 25 anos estreava nos Estados Unidos uma série animada que iria fazer história entre os fãs da Disney: Ducktales, os Caçadores de Aventuras (Algumas fontes citam também a data de 18 de Setembro para a exibição do primeiro episódio, mas até pra aproveitar a oportunidade, irei considerar o dia 11 ok?).

A Disney resolveu ousar e colocar o Tio Patinhas como personagem principal. Vale citar que o pato pão duro é um personagem importante nos quadrinhos, mas raramente fora utilizado em animações antes de Ducktales. E o Donald, a maior estrela nas animações quando se trata da família Pato, foi tirado da história logo no episódio piloto: “O Tesouro dos sóis dourados”. Nele, Donald parte para a marinha e deixa os três sobrinhos Huguinho, Zezinho e Luisinho aos cuidados do Tio Muquirana. É interessante notar que, no início, assim como nos quadrinhos, o Patinhas é mau humorado e ranzinza, não gosta nem um pouco da ideia de ter três “pestinhas” para cuidar. Mas, aos poucos, os trigêmeos amolecem o coração do tio-avô.

A série segue as aventuras do Tio Patinhas e os sobrinhos em busca de tesouros e enfrentando adversários em vários locais ao redor do mundo com histórias empolgantes, no clima das melhores histórias de Carl Barks. Aliás, vários episódios são diretamente baseados em histórias escritas pelo velho mestre Disney, o que por si só é garantia de qualidade.

Ao longo dos 100 episódios, personagens da galeria dos patos nos quadrinhos fizeram uma aparição na série, casos do ganso sortudo Gastão e o professor Ludovico. Outros foram criados especialmente para a série como o mordomo do Patinhas, Leopoldo, Madame Patilda e sua neta Patrícia, bem como o aloprado capitão Bóeing talvez o personagem que mais fez sucesso.

Os vilões também não ficavam atrás, Maga Patalógika e os incansáveis Irmãos Metralha eram presença frequente na série. Assim como o rival do Patinhas, e segundo pato mais rico do mundo: Pão Duro MacMoney

A série no Brasil estreou no ano seguinte (1988), como é comum, no programa da Mara Maravilha no SBT. Ganhou o subtítulo: “Os Caçadores de Aventura” e foi um sucesso imediato, tanto que logo passou a ter um horário próprio na programação. Com o sucesso, era questão de tempo para que uma infinidade de produtos com a marca Ducktales invadisse o país. Então, era possível encontrar praticamente de tudo com as figuras dos patos.

Como jogada de marketing, a Editora Abril dava de brinde na compra do iogurte Chambinho uma revista com a quadrinização do episódio “Pato das Selvas”.

Essa iniciativa fez um tremendo sucesso entre a criançada que se entupia de iogurte só pra ganhar a revistinha (E antes que perguntem: Sim! É experiência própria).

Meses depois, a Editora Abril lançava nas bancas a revista mensal dos Ducktales com aventuras inéditas, dentre as quais, pode-se destacar a saga em 4 edições: “Em busca da número 1”, na qual a Maga consegue finalmente se apodera da moedinha da sorte do Patinhas. A revista teve 26 edições e durou até 91, mas, até hoje, é possível encontrar reedições dessas histórias nas revistas Disney.

Logo após a ultima edição, foi publicada a mini-série “Ducktales no Brasil: o segredo do Tio Patinhas” totalmente escrita e desenhada por quadrinhistas brasileiros, que colocava Tio Patinhas e a turma se aventurando em busca de tesouros em terras brasileiras. E anos atrás, a Editora lançou uma edição especial de Ducktales trazendo uma história inédita da turma.

Após o término da série animada, em 1990, foi lançado um filme no cinema intitulado Ducktales, O Tesouro da Lâmpada Perdida, passando inclusive nos cinemas do Brasil e estando disponível em DVD.

Também foram lançados três jogos de vídeo-game da série: Ducktales e Ducktales 2, para o Nintendo 8-bits e DuckTales: The Quest for Gold para PC’s.

A série esteve ausente das telinhas brasileiras por mais de dez anos, mas, em abril de 2009, a Rede Globo surpreendeu até o mais otimista dos fãs e trouxe a série de volta. E o melhor: com a dublagem original da Herbert Richards. Infelizmente, como se trata da Globo, nada seria sem críticas, não? Os episódios passavam picotados para se adequar ao tempo de exibição da  emissora do seu Roberto. Mas como dizem: pra quem não tem nada, metade é o dobro. Atualmente a série está disponível completa (a Globo exibiu apenas os 64 episódios da primeira temporada. E cá entre nós são os melhores episódios já que depois disso a série deu uma bela caída de qualidade).

Ducktales é um desenho que merece ser visto por todos que cresceram lendo as histórias maravilhosas da família Pato. Com roteiros que trazem todo o clima dos quadrinhos. Infelizmente a série nunca chegou a ser lançada em DVD por aqui.

E, para terminar, a inesquecível música de abertura, cantada no Brasil pelo Luiz Ricardo, que, entre outras coisas, foi um dos palhaços “Bozo” brasileiros.