Nerdtalgia: Transformers Generation One – parte 2

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Continuando com a série de posts sobre Transformers G1. Vamos pela ordem: brinquedos.

Como citei no post anterior, AQUI, a primeira geração de Transformers chegou ao Brasil em 1985; mas para entender alguns fatos da chegada em terras tupiniquins, veremos seu inicio nos EUA.

A série de brinquedos americana contava inicialmente com três escalas de personagens: os minibots/minicars (mediam por volta de uns 6 cm), os de tamanho médio (o dobro dos minis, em média, e que eram a grande maioria da coleção), e os chefes (pelo menos o triplo de tamanho dos minis). Essas proporções incomodavam mais quando em modo veículo. Como explicar que um Pontiac (Windcharger) era no máximo a metade do tamanho de um Porsche (Jazz)?

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Optimus antes da fama: ainda não agregava valor.

A explicação: a Hasbro (empresa americana) comprou os direitos de duas linhas de brinquedos da japonesa Takara: Diaclone e Microman. Ambos eram linhas de robôs “transformers”, mas possuíam características distintas. Enquanto a Diaclone era composta pelos tradicionais veículos (e mais tarde pelo Dinobots), a Microman contava, como sugere o nome, com os minicars, além dos “robôs objetos” (como os “cassetes players” Soundwave e Blaster). Apesar da Hasbro ter criado o conceito de Autobots e Decepticons, curiosamente Líder Optimus e Megatron vieram de linhas diferentes. O primeiro era um Diaclone e o segundo um Microman (apesar do tamanho).

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Diaclones e Micromans: daí tudo começou.

Aqui cabem algumas curiosidades sobre Diaclone e Microman.

– A linha Diaclones possuía bonequinhos (pilotos) de uns 2 cm. O conceito inicial era que os veículos fossem utilizados por humanos, em vez de possuírem “vida própria” como os Transformers.

– Isso explica, por exemplo, as versões de Ratchet e Ironhide, que apresentavam uma espécie de cabine para o piloto. Em vez da cabeça, o piloto ficaria na altura do tórax, como se estivesse dirigindo/controlando o personagem. Bem diferente das versões que ficaram famosas.

–  Outras “discrepâncias” eram as cabeças do Bumblebee, muito mais parecida com o Optimus Prime do que com a versão imortalizada pelo desenho e do Jetfire, ainda mais “robótico”.

– Aliás, falando em Jetfire, o personagem tem diferenças também de nome, e possui uma história de licenciamento bem diferente do restante da linha. Mas vou deixar pra falar sobre isso mais a frente, quando abordar a série animada.

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Isso é diferente disso, que é diferente disso, que difere daquele outro…

– Outro detalhe, algumas vezes questionado, seria o motivo do dinobot Swoop (pterodátilo) ter a cor diferente no desenho (o cartoon azul e o toy vermelho). Acontece que a versão original Diaclone era azul.  A Hasbro fez um “repaint”.

– Essa coisa de cor acabou gerando um personagem raro: Bluestreak foi lançado inicialmente na cor azul (a sua cor original de Diaclone). É possível ver isso no primeiro catálogo da linha. A partir da segunda série de G1 ele passou a ter a cor prateada que mantêm até hoje. Em 2003, por problemas com registro de marcas (não achei exatamente qual seria), o personagem teve o nome alterado para Silverstreak, o que faz mais sentido considerando a cor que adotou por muitos anos.

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Hasbro que me pariu!

– Ultima curiosidade: a linha Microman licenciada pela Hasbro foi uma espécie de “segunda versão”.  Anos antes, a americana Corporação Mego adquiriu a licença de uma linha anterior (que não possuía veículos transformers) e lançou no país com o nome de “Micronautas”. O nome não é coincidência, é a mesma série que pertence a editora MARVEL COMICS, e que teve histórias publicadas na antiga Herois da TV, pela Abril. Inclusive é possível achar bonequinhos do Baron Karza (vilão dos Micronautas) à venda no Ebay.

Com o sucesso,  a Hasbro consegui colocar mais personalidade aos personagens criando as famosas “tech specs”, que são aquelas fichinhas que vinham no verso da embalagem de cada robô contendo suas características, pontos fortes e fracos.

Próximo capítulo: ainda nos brinquedos, mas agora no Brasil.

Vilipendiador Unperucked

Sempre se metendo em novos projetos e lutando contra pré-conceitos interiores. Já teve pilhas de HQ's, videogames e cartuchos. Hoje somente bons encadernados e um emulador. Ainda assim, sempre tenta colecionar algo. Pensou em escrever sobre a procrastinação mas achou melhor deixar pra semana que vem.

Este post tem 10 comentários

  1. starscream2

    PostEs sobre a G1? Sensacional! o/

    Aproveitando, Vilipendiador, você já conhece a página da Aliança Transformers Brasil no Facebook? Lá é ponto de encontro de todo fã dos robôs.

    Sobre o post, lembro de duas coisas da época: 1) o desenho dos Transformers passava nos domingos, por volta do meio-dia, depois dos Thundercats e antes de G.I. Joe e 2) a versão nacional em quadrinhos “batizou” as personagens com nomes estranhos, como Furão, Trinco, Cometa, Supremus e por aí vai.

    1. Vilipendiador Unperucked

      Conheço o site, Starcream, mas acho que poderia ser mais elaborado pois tem informação boa lá. Fica uma impressão que não atualizam faz tempo.
      E sobre as duas informações, estou ciente. Isso será mais explorado quando passarmos pelos quadrinhos e desenhos.
      Valeu pela presença!

  2. Vilipendiador, sua série é foda. Estou já esperando pelo próximo. Fantásticas as informações que você colocou aqui.

    Apesar de ser fã dos Transformers, tem muita coisa aqui que eu nunca soube. Por exemplo: nunca soube que eles vieram de duas linhas diferentes de brinquedos japoneses, e muito menos imaginei que o Optimus teve uma versão menos glamourizada, anterior ao desenho!

    Outra coisa: finalmente alguém me esclareceu por que a cara do Bumblebee brinquedo é tãããão diferente da versão animada. Tive o brinquedo, e passei a infância inteira querendo saber o porquê disso. hahaahahaha!

    A série Transformers foi o meu primeiro “amor televisivo” nerd, digamos assim, seguida de perto por Thundercats e, em seguida, Comandos em Ação. Parabéns por essa série. Espero que ela se estenda por vários posts!

    Ah, também nem imaginava que os Micronautas, que eu adorava (principalmente o Rom), também vinham da mesma linha. Caraca…

    Mande ver na série!

  3. toddy

    A única versão dos Transformers que gosto é a versão que eles são animais, o Optimus é um gorila e o Bubble bee é uma mosca! Ali é maneiro

    1. Vilipendiador Unperucked

      Dá pra ver que você não é da época de G1, o que torna compreensível sua preferência.

        1. Vilipendiador Unperucked

          Não consigo gostar. Infelizmente, pois Best Wars é sempre elogiado.

          1. Colossus de Cyttorak

            As histórias das séries Beast Wars são boas à beça. Uma coisa que sempre me incomodou na série (desde a época de lançamento), foi o aspecto artificial dos pelos e peles dos animais que os transformers viravam… A impressão que eu tenho é a de que a série foi lançada antes do tempo. Deveriam ter esperado a tecnologia de computação gráfica melhorar, para poderem reproduzirem com mais perfeição as diversas texturas de peles, cores e pelos dos animais. Tirando isso, eu gosto bastante da série também.

          2. JJota

            Eu achava um saco o fato deles terem que passar a maior parte do tempo na forma de animais…

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