Iluminamos: Os Mercenários II

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Fala galera! Hoje, deixarei para vocês minha opinião sobre o segundo filme da franquia Os Mercenários!

Primeiramente gostaria de falar sobre a história do filme. Ela não existe! E nunca teve o intuito de ser  importante. Deste modo, a primeira coisa que um sujeito deve saber antes de entrar no cinema ou, de preferência,  antes de decidir assistir a continuação da franquia é: a ideia do filme consiste em não ser levado a sério. Não existe tempo para desenvolver histórias, aprofundar personagens ou sequer criar identificação  com os mesmos. Na verdade, acredito que poucos lembrem o nome dos personagens, uma vez que os mesmos foram completamente ofuscados pela importância histórica de seus intérpretes, incluindo o orelhinha do “Slot” Randy Couture que, mesmo sendo um ex-lutador de MMA,  em seu ramo era tratado como uma lenda.

Velhos cheios de testosterona, explosões desmedidas, munição infinita, miopia adversária. Essas e outra centena de mentiras absurdas compõe o enredo deste clássico, que revivendo um gênero até então sepultado no cinema politicamente correto, possibilitou para muitos nerds babões o primeiro contato com a old School dos filmes de ação, ou seja, o que havia de melhor no cinema nas décadas de 80 e 90.  Todavia, uma questão deve ser comentada. Se você não gosta de violência, ações fisicamente improváveis e situações que ofendam  sua inteligência de minuto a minuto, vá fazer outra coisa, de preferência ir à puta que o pariu seu hipster boiola!.

O que lhe espera em “Os Mercenários 2” é um bando de idosos sanguinários que, compensando as limitações físicas, recorrem a frases de efeito e cenas recheadas de efeitos especiais.  Traduzindo, esse é um daqueles filmes que você deve deixar o seu cérebro em casa, uma vez que o mesmo não passa de um pretexto para reunir os atores mais fodas de outras gerações num tiroteio frenético, vide a morte ridícula daquele cara, que só de sacanagem não vou procurar o nome, afinal, como ator ele apenas conseguiu ser o irmão do Thor…

Sobre os pontos positivos e negativos,  além dos diversos clichês que permeavam os diálogos, achei interessantíssima a luta ao estilo Assassin’s Creed  protagonizada por Jason Statham, ou Startman como diria o nosso amigo Sr. Delarue, e também a ótima sacada quando  o próprio  Dolph Lundgren  brinca com o fato de ser Engenheiro Químico e um gênio de Q.I tão alto que poderia ser equiparado a Sir Stephen William Hawking

Quanto aos demais destaques, um em especial fica por conta da boa interpretação de Jean Claude Van Damme, o canastra Vilain ( isso mesmo, o vilão chama-se vilão!), o que deixou no ar a dúvida do subaproveitamento do ator neste tipo de personagem, especialmente em sua era de ouro. Outro ponto de destaque fica sob a batuta de Chuck Norris, dando o ar da graça para tão somente debochar de seus Facts. Para vocês terem noção, numa cena de fazer defunto se borrar, o velhinho de cabelos tingidos e rosto modelado a base, simplesmente acaba com um tanque e pelo menos 30 soldados, e tudo isso sem perder a pose, Like a Boss.

Sobre os pontos negativos, a única coisa que tenho a dizer, é que essa ideia já deveria ter sido concretizada em outros tempos. Realmente é uma lástima que tantos astros somente em 2012 puderam se juntar, especialmente Arnold e Sly, que, longe do auge físico, recorreram frequentemente, sendo o primeiro unicamente, ao uso de armas de fogo. A verdade é que, como  bom saudosista, além da ausência do Steven Seagel, senti uma ponta de tristeza ao ver que meus “heróis” da infância não tinham mais gás para cenas grotescas, o que por um lado, dessa vez bom, também possibilitou que  os demais atores tivessem seu momento de destaque, incluindo Jet Lee e seus dez minutos de filme.

 Bom… Depois de tantos Spoilers, uma questão paira no ar: Será válido pagar o ingresso para ver um bando de senhores  que já passaram, e muito,  da idade fazer este tipo de produção?

Porra, é claro! Você presenciará o maior asilo de brutamontes da face da Terra, que sem sombra de dúvidas engoliria o Asilo Arkham!

Já vi o filme tem uma semana e até agora ando atordoado com a obra de arte que presenciei. Por vários instantes, em meio as carnificinas gratuitas, me peguei pensando: O que é o cinema?  Diverti-me para cacete assistindo um filme que caga para todas as regras de uma boa história, roteiro e interpretação. Assisti-o ao lado da minha namorada, que mesmo odiando esse tipo de filme, riu horrores e disse que era um dos melhores que havia visto. Então? O que é cinema? Na verdade, o que são Os Mercenários? Um filme de ação? Sim! Comédia? Com certeza!

   Sério, em que mundo você imaginou contemplar no mesmo espaço, atores como Chuck Norris , Bruce Willis e especialmente o Tio Arnaldo? E tudo isso graças ao Sly!!! Que demonstrando manjar das putarias coisas, vide Rocky VI e Rambo IV, conseguiu mais uma vez trazer o mais puro entretenimento para as telonas, só que desta vez  amparado por  um elenco de peso. Imaginem meus amigos… Se uma andorinha já fazia verão, não é de se espantar que um bando deste porte nos  arraste para o inferno!!!!

Don Vitto

Escritor, acadêmico e mafioso nas horas vagas... Nascido no Rio de Janeiro, desde novo tivera contato com a realidade das grandes metrópoles brasileiras, e pelo mesmo motivo, embrenhado no submundo carioca dedica boa parte de seu tempo a explanar tudo que acontece por debaixo dos panos.

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