Top 6: Momentos tensos em jogos de videogame

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Olá, caros amigos e amigas. É com imensurável prazer que eu comunico a estreia de mais uma sessão nascida da falta de criatividade sem vergonha deste vosso escriba.

Sim, porque listas são bacanas. Para começar, vamos analisar alguns momentos em jogos de videogame que deixaram os nervos à flor da pele e as pessoas normais em estado de choque catatônico.

Creio que seja necessário avisá-los de que os jogos abordados por mim são em sua quase totalidade oriundos das gerações passadas. Então, apertem os cintos e vamos ao primeiro Top 6: Momentos tensos nos jogos de videogame.

Número 6: Sonic e o oxigênio

Em seu auge, no início dos anos 90, as aventuras de Sonic faziam parte do que se tinha de mais divertido em matéria de games de plataforma. A velocidade do jogo e as novidades que ele ofereceu se comparado ao seu rival nintendista – o Super Mario – eram o atrativo a mais da série.

Uma dessas novidades envolve água. Se nos games do bigodudo, você podia nadar tranquilo apenas desviando dos inimigos ao redor, aqui os programadores se atentaram a detalhes mais condizentes com a vida real como respirar, por exemplo. Ao contrário do MarioSonic tem um estoque finito de oxigênio. E a forma que os criadores do game arranjaram para avisar ao jogador a respeito desse detalhe é de um bom gosto admirável. Um contador de cinco segundos aparece sobre a cabeça do personagem, enquanto a trilha sonora muda para um tema apavorante dando a entender que algo muito ruim vai acontecer no final da contagem. Com a música atingindo o clímax, a chegada ao zero significa a morte por afogamento do ouriço azul, que cai para fora da tela com uma expressão de agonia comparável apenas ao efeito sonoro macabro da água invadindo os seus pulmões.

Depois de um tempo, você percebe que existem fontes de ar na forma de bolhas gigantes que podem ser engolidas, assegurando-lhe alguns segundos de vida a mais. Porém, para quem estava acostumado a jogos no estilo do próprio Super Mario, nos quais era possível nadar desbravadamente como se não houvesse amanhã, perder oxigênio não parecia nada legal. Principalmente quando não se tinha ideia do que fazer no momento. Era tenso.

Número 5: Nemesis em Resident Evil 3

Lançado pela Capcom para o saudoso Playstation em 1996, Resident Evil veio para consolidar o que ficaria conhecido como Survival Horror, estilo de jogo em que o protagonista se vê às voltas com uma situação claustrofóbica envolvendo o sobrenatural, aliado a um certo clima de cinema de horror, principalmente filmes de zumbis. Os dois primeiros títulos da série foram grandes sucessos e abarrotaram uma legião de fãs.

Quando o terceiro episódio foi lançado, os programadores introduziram um novo conceito. Se nos jogos anteriores o principal objetivo era sobreviver e escapar, Resident Evil 3 oferecia algo diferente: um vilão à altura da protagonista.

Era Nemesis, arma bio-orgânica criada pela Umbrella Corporation que vem a ser a empresa responsável por toda a desgraça na história de R.E..

O monstrão toca o terror quando aparece. Logo de cara assassina cruelmente um homem na frente da personagem Jill Valentine balbuciando S.T.A.R.S – o nome do esquadrão do qual você faz parte. É certeza de que aquela criatura monstruosa não tem objetivo algum senão esfolar a sua pele. Tentar enfrentá-lo na primeira vez em que ele é avistado é quase garantia de morte e fugir não é assim tão fácil. Se você atravessa uma porta, respirando aliviado por achar que o monstro é como todos os outros zumbis que não te seguem de uma sala à outra, é logo surpreendido ao presenciar o supersoldado maligno invadindo o recinto sob o qual você acreditava estar em segurança. Através da mesma porta por onde você entrou.

Toda aparição do bicho tem esse grau de tensão. Nos momentos finais ele inclusive sofre mutações, criando tentáculos e ficando ainda mais assustador.

Número 4: Akuma invadindo Street Fighter

A melhor franquia de jogos de luta de todos os tempos. O chefão supremo, M. Bison (Vegano Japão), é um dos mais icônicos vilões de qualquer mídia. Um sujeito dotado de poderes paranormais que deseja dominar o mundo (OF COURSE!) e que foi responsável direto por metade das inscrições no torneio Street Fighter 2.

M. Bison é mau.

Agora imagine-se em Super Street Fighter 2 Turbo prestes a enfrentar o seu desafio final. Você já se preparou psicologicamente, já tem sua estratégia formada, já se enxerga dando uma lição no meliante quando, de repente, surge um cara que parece ter vindo do próprio inferno e resolve fazer o trabalho antes de você. Com meia dúzia de pancadas, que nem aparecem na tela de tão violentas que devem ter sido, o chefão está no chão. E o psicopata toma o lugar dele, frente a frente com você como se estivesse dizendo: “Agora é comigo, mermão”.

Encrenca pura, situação tensa. Ninguém sabia quando Akuma poderia dar o ar de sua graça. E realmente o sujeito impõe respeito. Além da moral de conseguir derrubar facilmente o poderoso M. Bison, ele também é rápido, forte, atravessa o seu personagem com um movimento de sombras, solta dois “hadoukens” aéreos ao mesmo tempo com um braço só e não tem medo de você. Diferente da maioria dos personagens de SSFT, ele vem para cima constantemente e se você não pensar rápido em segundos estará beijando a sarjeta.

E não só na série regular como na franquia Zero/Alpha também, onde o maldito às vezes aparece do nada para quebrar a cara de algum pobre jogador. Tem até uma versão para consoles domésticos que conta com um modo masoquista no qual você tem a opção de tomar uma sova enfrentar uma única batalha contra Akuma.

Número 3: Aparições repentinas de tranqueiras aleatórias no Road Rash

Road Rash consiste basicamente em uma corrida de motocicletas. A diferença é que elas são ilegais, valem dinheiro, acontecem em movimentadas rodovias estaduais e no meio dessas disputas tudo é justificável para ganhar algumas posições. Que seja empurrar o seu adversário para cima do tráfego em movimento ou simplesmente a maior tradição da série, derrubá-lo da sua moto na base da porrada ou de posse de algumas armas como cassetetes, correntes e tubos de gás de pimenta. Entre uma corrida e outra rolam pequenas apresentações animadas dando toda a glória ao vencedor e humilhação ao perdedor, que tanto pode chegar nas últimas colocações como ser preso pela polícia ou destruir sua moto a ponto de ela não poder mais rodar.

A dificuldade é um show à parte. Os níveis são baseados em cinco circuitos ao redor do país e para avançar para o próximo level você tem que conquistar ao menos a terceira colocação nas corridas. Os estágios posteriores ficam mais difíceis, com os concorrentes ganhando motocicletas aprimoradas e os percursos tendo um aumento na duração, ou seja, uma pista com dez quilômetros de extensão passa a ter quinze. No meio tempo, você acumula grana para deixar a sua moto ainda mais possante e incrementada.

Ótimo não? De fato é. Tirando o problema do jogo se tornar EXTREMAMENTE difícil nas provas finais. E aí surge a tensão.

Road Rash foi o primeiro game de corrida de motos a explorar a profundidade nos cenários. Se em jogos mais antigos – como Hang On – era possível pilotar de um lado a outro da tela, em Road Rash nós ganhamos relevo e altitude. E como as corridas acontecem em rodovias é normal trombar com todo o tipo de porcaria pelo meio do caminho. Fora os carros que circulam, também tem pedras, cercas e animais. Isso mesmo, vacas, veados, cachorros e o que mais puder atrapalhar a sua jornada rumo a vitória. Se quiser desviar, se der tempo de desviar de alguma coisa, você ainda corre o risco de acertar em cheio a uma placa de trânsito, pilar, poste, cerca, rampa, ou o que quer que esteja às margens do asfalto, o que faz seu piloto voar para longe e a motocicleta mais ainda com o jogador tendo que voltar correndo para pegar o que sobrou da bike e continuar o percurso.

Recuperar a posição que você tinha na corrida é quase impossível, portanto bater não é uma boa ideia. Pegue tudo isso, adicione pistas cada vez mais longas, tráfego cada vez mais intenso e motocicletas cada vez mais rápidas. Já viu né? As coisas praticamente SE MATERIALIZAM na sua frente.

Número 2: Reptile em Mortal Kombat

Quando MK I foi lançado nos idos de 1993, os arcades eram febre e em cada esquina havia uma casa de fliperama. Nesses lugares sempre tinham alguns jogadores barbarizando com as CPUS. E com certeza ao lado destes havia ao menos uma pessoa observando. Foi assim com Street Fighter e Fatal Fury, foi assim com Mortal Kombat. Entretanto, o sanguinolento game da Midway ofereceu pela primeira vez nos jogos de luta a possibilidade de enfrentar um personagem secreto controlado pelo computador. Para isso era necessário cumprir algumas exigências, no caso chegar até o quarto estágio sem ser derrotado – de preferência sem bloquear ataques – e ao final da peleja aplicar o “Fatality”, golpe mortal que é a mais conhecida característica da série MK.

O referido estágio, “The Pit”, é uma ponte de pedra com gigantescas estacas pontiagudas na parte inferior e uma enorme lua cheia ao fundo onde você verifica se vai poder ou não se encontrar com o famigerado Reptile, o tal personagem escondido.

Normalmente não acontece nada, porém, se devidamente atingidos aos objetivos – ou por qualquer outra razão que só os deuses conhecem – estranhos objetos cruzarem a lua, é sinal de que ele estará te esperando no andar de baixo. E eu não me refiro ao capiroto. Em resumo, se por acaso no inicio da luta você vier a avistar OVNIS, bruxas, duendes ou Papais Noéis passeando pela tela, basta cumprir mais um procedimento para ser levado a parte dos espinhos e enfrentar um sujeito que tem todos os poderes dos ninjas Scorpion e Sub Zero além de ser bastante rápido. A tarefa para tal consiste em ganhar dois rounds obtendo “Flawless Victory” – sem levar nenhum cuspe que seja – e despachar o oponente para o além com o movimento fatal. Feito isso, você encara Reptile e se for o vencedor ganha 10 milhões de pontos.

Voltemos então às casas de fliperama e as pessoas te observando enquanto joga. Se naquele tempo você estivesse lá tranquilamente chegando até a “The Pit” e algum ser de outro mundo cruzasse a lua, já podia se preparar para atrair a atenção de todos os que estivessem de bobeira no recinto. Em um minuto, aqueles dois gatos pingados que te observavam se tornavam uma multidão ávida por assistir ao jogador, no caso você, ganhar a luta sem ser encostado pelo adversário, aplicar um “Fatality”, enfrentar o réptil, vencer e dar cabo da vida do infeliz.

Simplesmente a consagração, o feito do maioral, o que separava os homens dos meninos.

E o que era extremamente tenso! A possibilidade de se ferrar é indubitavelmente maior do que a de conseguir, pois tomar um soquinho que for, cometer o pecado de errar o comando do “Fatality” ou levar um cacete do ninja esmeralda era mais do que motivo para ser duplamente achincalhado pela multidão.

Número 1: Turbo Tunnel de Battletoads

Esse não necessita de muita explicação. Para quem não conhece, farei um paradigma com o cinema. Em O Albergue, o diretor Eli Roth nos presenteou com uma história curiosa na qual três jovens viajavam a um país europeu em busca de diversão e acabavam se dando mal. Eram sequestrados por pessoas de uma instituição macabra, especializada em prover diversão sanguinária a sádicos ricaços que podiam pagar pela sensação de matar  outro ser humano com requintes de crueldade. Os desavisados que assistem a produção – geralmente convidados por amigos que não batem bem das bolas – pensam estar presenciando a uma inocente e divertida comédia teen até que o bicho pega e as cenas sangrentas e impactantes pipocam na tela mudando completamente a perspectiva do incauto espectador.

Exatamente do mesmo modo que em Battletoads. Ao se ligar o console, apertar start e começar a jogar, o que se tem é um divertidíssimo game com uma temática perfeita, personagens carismáticos, controles nota dez e excelente trilha sonora. Logo após, uma segunda fase diferente e igualmente interessante onde se desce por um túnel pendurado em um cabo porrando inimigos com os mais criativos golpes. Na terceira etapa tem mais um pouco do estilo plataforma com pancadaria, até que você encontra uma motocicleta voadora dando sopa.

Aí então o jogo chega e te diz: “bem-vindo ao inferno”.

Não existe um game que tenha tido o mérito de se tornar tão maquiavélico ao se comparar um determinado ponto com o início deliciosamente divertido. Tentar atravessar o Turbo Tunnel era tensão certa. Acredite, se você não passou pela experiência, assistir a um vídeo da fase não chega aos pés de resolver enfrentá-la na raça.

Administrador Iluminerd

A mais estranha figura nesse grupo: não posta, não participa de podcast, mas foi ele quem uniu todas as pessoas dessa bagaça...

Este post tem 17 comentários

  1. Deka

    HAHAHA Bom post meu caro Edu.
    Para falar a verdade acho que o número 1 está bem merecido nesse lugar, sempre digo que esse Battetoads é um jogo mentiroso, te engana ser um game agradável e na verdade é um jogo de corrida fudido de difícil, para quem terminou ele sabe que a maioria das fases é sempre uma corrida contra algo.

  2. Victor Vaughan

    Que tenso chegar no “the pit”, que medo do Riptlile e do Scorpion (do Sub Zero era raiva mesmo). Bons tempos de muleque buchudo!! Valeu a matéria!

  3. Walber

    Eu passei essa fase do Battletoads uma única vez. Consegui fechar o jogo usando emulador, mas mesmo assim, fiquei quase um dia inteiro.

  4. Jhonny

    Faltou a batalha contra a segunda forma da Mother Brain do Super Metroid(Snes)

    1. Edu Aurrai

      Bom, nessa a tensão é meio que substituída pelo sentimento de ver o último Metroid ajudando a Samus. Depois que tu pega o megalaser merece um “Top Momentos Épicos“.

  5. Nick Oslahf

    Parabéns! Primeira postagem de top sobre jogos que não se prende a nova era!

  6. tubaraocl

    faltou citar no battletoads que depois da fase das motocas tinha uma pior ainda a das minhocas que nunca consegui passar… huahuauahuahauhauha E o Road Rash é muito bom comprei meu Mega Drive 3 só por causa desse jogo

    1. Edu Aurrai

      Igual falei pro amigo acima. As minhocas eram uma agressão à sua sanidade. Desafio master até hoje.

  7. Feliciano

    Cara, desses aí, só enfrentei o Sonic e o do Battletoads (sendo que desse segundo eu desisti), tinha um outro que ainda era bem tenso pra mim (e que merece ir pra uma talvez segunda postagem desse tipo) que era o Bloody Swamp do Kid Chameleon…

    Enfim, adorei a postagem e o blog, já está nos meus favoritos!

    1. Edu Aurrai

      Bro, vou falar pra ti. Depois que consegui sair do turbo tunnel eu também desisti. Até hj não terminei Battletoads.

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