E ae, pessoal! No Vale a Pena de hoje tenho o prazer de esmiuçar uma graphic novel de um dos meus personagens favoritos: Groo, o errante!

Na passagem dos anos 80 e 90, a Editora Abril lançou uma série que, para mim, foi uma das melhores coisas que ela fez: A linha Graphic Novel, termo criado pelo mestre Will Eisner. Composta de 29 volumes, foram lançados nesta coleção Hqs fechadas da Marvel, DC e até álbuns europeus! Todos editados em formato álbum, papel couché e acreditem se quiser: sem cortes!

Isso, lamentavelmente a Abril era conhecida por, nos anos 80 e 90, assassinar nossas Hqs com cortes gigantescos das histórias e até modificações de texto, dando desculpas esdrúxulas, como “dar mais espaço para mais histórias no mix”, “mais páginas encareceriam o preço final da edição” e até que “as histórias tinham batalhas muito prolongadas”. Me pergunto se estes editores gostam de assistir filmes com cortes de cena, por exemplo.

Até tinham a ousadia de dizer que os cortes eram imperceptíveis. Eu até hoje quando leio essas Hqs percebo claramente que picotaram alguma coisa, tem uma história do Hulk que nunca esqueço, onde cortaram simplesmente METADE das páginas da história original. Mas felizmente na linha Graphic Novel a tesoura passou longe, e pudemos desfrutar ao máximo do conteúdo das Hqs. A empreitada deu certo, resultando depois na criação das linhas Graphic Marvel e Graphic álbum, que outro dia analisarei por aqui.

Mas agora chegando na aventura em questão, na décima quarta edição desta linha temos Groo, uma paródia dos bárbaros das Hqs e filmes épicos, encarando o único mal irremediável: A morte. E o pior: A morte dele mesmo!

Groo é dado como morto ao enfrentar o dragão Floom-Floom, mas sem a informação do rei da região (que odeia Groo) nosso herói escapa com vida, mas a disseminação da notícia sobre a morte de Groo é tanta que ele mesmo acredita que está morto!

Em um tom irônico e humorístico que só os mestres Sergio Aragonés e Mark Evanier sabem fazer, temos uma Hq de deliciosa leitura. Uma narrativa simples e leve, como devem ser as Hqs de Humor, nos levam ao melhor da Idade média. Groo está ali em sua melhor forma, sendo corajoso, idiota, atrapalhado e burro, como sempre.

Há quem ache que a arte de Aragonés é simples demais, mas os convido a observar a imagem abaixo. E aí, ainda acha que ele fácil desenhar igual ele?

Esta hq em um pouco mais de 50 páginas consegue contar uma história redondinha, por isso eu penso: é realmente necessário tantas e tantas sequências, além de mega sagas, para contar as histórias de hoje em dia? Sei não…

E podem ter certeza: Vou esmiuçar outras Graphic Novels por aqui, porque tem muito mais coisa boa de onde essa aqui saiu.

Nota: 9,5.

A Morte de Groo

Autores: Mark Evanier ( roteiro) Sergio Aragones (desenho e roteiro) e Tom Luth(cores)

Número da páginas:  60

Editora: Abril

Lançamento: agosto de 1989