Voz das improváveis possibilidades

Você está visualizando atualmente Voz das improváveis possibilidades

Quando se fala sobre  a mulher na Literatura, sabe-se que  é um quadro em constante construção. Até hoje, o número de homens escritores é maior que o número de mulheres que escrevem.
Como em várias áreas da vida, o espaço na Literatura vem sendo conquistado pelas mulheres com base em muita luta.
Com a disseminação de redes sociais literárias, mulheres de todo canto do mundo e idade têm se arriscado e marcado presença com seus mundos em histórias incrivelmente bem criadas. Mesmo que inconscientemente, elas seguem os passos de suas precursoras — como de Nísia Floresta Brasileira Augusta, que foi a primeira mulher a ter textos publicados em jornais —.
E falando em luta, não podemos deixar de falar e lembrar a trajetória de Carolina Maria de Jesus.

Quem é Carolina Maria de Jesus?

Carolina nasceu em Sacramento, Minas Gerais no dia 14 de Março de 1914. Em 1921 entrou para o Colégio Espírita Allan Kardec, onde estudou apenas por dois anos. Ela traz uma história cheia de dificuldades e improváveis possibilidades, já que era negra, mãe solteira, favelada… Mudou-se diversas vezes junto de sua família. Sua vida fora vivida entre Sacramento – MG, Conquista – MG, Franca – SP, Uberaba – MG e por fim Favela do Canindé, que serviu de cenário para muitos de seus escritos.

Teve uma carreira literária meteórica. Os livros Quarto de Despejo – o diário de uma favelada (1960) e Casa de Alvenaria, diário de uma ex-favelada (1961), levaram sua carreira de escritora para além do Brasil. Seu diário chamou atenção do mundo por dar uma visão real das pessoas menos favorecidas da sociedade brasileira. Ela escrevia usando folhas antigas que achava enquanto catava lixo. Em uma época onde o país se encontrava em desenvolvimento, seus textos mostravam as contradições sociais. Além dos livros citados, Carolina publicou por sua conta Pedaços da Fome e Provérbios, em 1963.

Após sua entrada magnífica na Literatura, Carolina desapareceu desse meio por 10 anos. Reaparecendo na capa de um livro, o Diário de Bitita, em 1986 – apenas depois de sua morte –.

No início da década de 80, a produção literária foi se transformando. Agora o modo autobiográfico tomava conta até dos escritos ficcionais. Foi isso que marcou o retorno das obras de Carolina. Ela novamente servia de pesquisa sobre a sociedade menos favorecida.

Carolina Maria de Jesus era a voz da favela. Ela deu vida e visão para muitos personagens da Favela do Canindé. Até hoje é lembrada por sua luta. Sua história deu origem a livros, filmes e inspira homens, mulheres e crianças de toda sociedade, seja rico ou pobre.

Deixe um comentário