Wasteland Scumfucks – Terra do Demônio: o que achamos do quadrinho

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Achei muita coisa. Fim.

Sério, é uma viagem por um pesadelo absurdo. É uma fantasia semi-escatológica. É uma aventura grotesca. É uma distopia irreverente. É uma comédia de erros com muita ação.

O pior é que te envolve. Tem estilo, tem identidade própria, e faz você xingar o autor enquanto xinga a si mesmo por não conseguir parar de ler uma desgraça tão divertida como essa.

 

Yuri Moraes, o autor, é um cara distinto: atuou como diretor e roteirista de Hermes e Renato a The Noite, passando por Casseta & Planeta, Furo Mtv e Comédia Mtv. E ele mora com dois gatos, o que o aproxima espiritualmente de Grant Morrison. Pode confiar em sua capacidade de contar histórias. Trate de confiar nos desenhos dele também, você verá milhares deles no livro, que tem mais quadrinhos por página que nos gibis do Pernalonga e dos Looney Tunes. Os personagens, cenários e objetos são toscos e carismáticos, se é que posso xingar assim. Digo, chamar assim.

A verve punk está cuspida por todo lado, há toda uma preocupação em nos introduzir a um universo escrotamente fantástico, no qual percebi ventos da europeia Valerian e certamente de outras coisas das quais não me lembrarei agora.

 

Também posso dizer que senti nos traços uma inspiração em Alan Sieber e Arnaldo Branco, mas é inegável que suas linhas possuem uma objetividade narrativa que nos acorrenta à trama, e um vigor juvenil que dá a ela peso e frescor em igual medida.

Então lamba o álbum de uma vez e veja por si mesmo ou mesma o efeito que ele irá te causar.

Rodrigo Sava

Arqueólogo do Impossível em alguma Terra paralela

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