Iluminamos/Álbum Novo: A Place to Bury Strangers – Exploding Head

Bem amigos da rede Iluminerds,  estamos de volta com mais um Álbum Novo, depois de um curto período de férias autodeclaradas pelo humilde redator que vos subescreve. Claro que não seria político, nem de bom tom, mencionar as ameaças e esbravejos proferidos pelo nosso chefe Don Vito, que parece ter aprendido bem com seu bisavô de oitavo grau, Don Corleone, a arte da intimidação toscana, recorrendo a táticas sujíssimas, como as aparições personalíssimas e inesperadas na residência de seus  empregados; motivo pelo qual não as comentarei.

Agora, minha longa legião de fãs, os que choraram a minha ausência, ficaram tristes, desapontados, putos e desacreditados na blogagem musical de qualidade, peço que de maneira alguma reprimam essa angústia. Pelo contrário, aconselho que peguem uns bons alto-falantes ou fones de ouvido, certificados pelo INMETRO, do contrário desintegrarão antes do primeiro acorde; liguem no máximo, se você tiver culhão, às mulheres, peitos, e baixem escutem Exploding Head, o penúltimo álbum do APTBS – A Place To Bury Strangers.

Para tentar delimitar linguisticamente o som dos caras é bem apropriado o termo anglo-saxão: Wall of Sound, claro que logo em seguida deve-se acrescentar os vocábulos, de mesma origem étnica, noise-rock, post-punk, shoegaze, e, finalmente, dessa vez fazendo uma ode à nossa língua materna, mostrando que ela também entende de música, roque psicodélico.

A Place to Bury Strangers é bombante, os riffs de batera e baixo remetem a uma coisa Joy Division em esteroides, simples, reto, mas altamente hipnotizante. Não tem como fugir, a captura dos seus ouvidos pelo clima dark e alucinógeno, que se cria, é inevitável, é pulsante.  O vocal abraça o melhor estilo sou problemático, viciado, estou bêbado e suado, acabei de cheirar e em breve terei uma overdose, mas antes disso, vou cantar no microfone uns versos que escrevi em casa. Jim Morrison ficaria orgulhoso.

A guitarra, ah a guitarra, sinto-me na necessidade de reservá-la este parágrafo em sua totalidade, uma vez que as vibrações dela originadas são resultado dos planos e esquemas diabólicos de um louco subvertendo a engenharia de som pro mal! Uma porrada visceral; não são frequências que saem daqueles amplificadores, mas, sim, as garras agressivas de uma aberração orgânica, aterradora, a quimera de texturas trazida a este mundo pela alquimia sonora de seu criador.

Dr. Frankstein nos ensinou que dar vida a monstros é um ato perigoso, o mais provável é que Oliver Ackermann nunca tenha lido O Moderno Prometeus. Mas Oliver ganhou o nosso perdão, ao contrário de Frankstein, sua criação é perfeita.

Quando nomeio este honesto músico de louco diabólico da engenharia de som, tenham certeza que não estou usando de exacerbações negativas ou hiperbólicas na definição de sua persona; o cara realmente o é. Retomo aqui ao termo Wall of Sound, usado no princípio deste post. Wall of Sound refere-se a uma técnica de gravação na qual utiliza-se vários músicos, no formato orquestra, alocados em um ambiente com tratamento acústico que favorece o eco, onde as passagens instrumentais são repetidas simultaneamente, produzindo um som cheio, pleno, reverberante, que irá soar bem na jukebox vintage do seu amigo cult, ou nas caixinhas de PC Leadership do seu brother roots. O inventor desta técnica Phil Spector – onde a usou: álbum Beatles – Let It Be; quem é adepto dela? Ackermann.

Trazendo mais evidências para o meu caso,  para produzir seus elementais do som de outra dimensão, Ackermann viu que a tecnologia bruxaria disponível não era suficiente, razão pela qual passou a construir seus próprios pedais de efeito, distorções e modulações diretamente do submundo. Quem tiver interesse procure no Youtube por Death By Audio pedals. Imprescindível mesmo é pegar uma cópia do Exploding Heads, abrir um vinho e quando a garrafa estiver nos 2/3 de seu conteúdo rubro ligar o álbum e entender do que estou falando. Não deixe para depois!

Administrador Iluminerd

A mais estranha figura nesse grupo: não posta, não participa de podcast, mas foi ele quem uniu todas as pessoas dessa bagaça...

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