Carta a cavalheiros que migraram para Windows 8, com breves passagens sobre a vilã atualização 8.1, e outras amenidades

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É inerente ao mercado que um sistema operacional ganhe novas versões para que sejam consumidas. De igual monta, é da lógica da tecnologia que as novas versões ofereçam soluções melhores, que representem uma evolução.

É possível e mesmo provável que o Windows 8 se enquadre em tal evolução, e melhor podem atestar os especialistas. Ao usuário de fanfarra como este que vos escreve, resta o agrado ou o contragosto.

E, embora visualmente tudo venha belo e brilhante, é na rotina diária que o sistema se revela assaz inconveniente, a ponto de soar como o canto de uma sereia uma atualização desse mesmo Windows, apelidada de 8.1, a qual não soubera a respeito nada além da promessa pela qual tornou-se conhecida.

Posso explicar mais suavemente o que de fato aconteceu. É tudo muito simples e deveras idiota: Usuário que sou de versões anteriores do Windows, comprei um notebook cheirando a carro novo, que veio com a versão 8 do Spawn de Bill Gates.

De antemão percebi as bruscas mudanças presentes no visual de abertura, repleto de tijolinhos retangulares fazendo as vezes de ícones, representando softwares e\ou apps, à sombra do que já é ordinário encontrar em tablets e smartphones, supus.

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Qual um raio, atingiu-me a gravidade da falta do botão Iniciar, carcomida muleta na qual este geracional se escorava há longas temporadas, com razoável praticidade e sucesso.

De tal monta que, no ambiente caloroso e seguro da “área de trabalho”, a um tempo sutil e considerável resquício e gueto dos enferrujados enjeitados da era das redes sociais em tempo real, embora fosse possível manter uma ingênua ilustração de fundo e ícones como nos áureos tempos, o futuro continuava ali, de corpo presente: o elefante no centro da hipotética sala.

Como resolver a partir de então a desinstalação de um aplicativo indesejável sem o acesso fácil ao painel de controle? Como abrir um aplicativo, um leitor de pdf, um VLC, sem depender da saturação do desktop com ícones desnecessários?

(Isto sem contar a dor causada pelo novo status do comando “desligar”, hoje escondida em movimentos de cursor no canto alto da tela, e numa seção inadvertidamente nomeada “configurações”. Não quero configurar o computador, céus. Só desligá-lo!)

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A promessa de resolução de todos esses problemas, o fim de todo o choro, de toda lamentação passou de boca em boca, de recomendação em recomendação, até que aos meus moucos ouvidos chegou. Como aquela propalada pílula da felicidade, posso relatar que a satisfação me foi instantânea: A existência de uma atualização do Windows que resolveria o vazio deixado pelo antigo botão vinha a calhar.

Era bom demais para ser verdade. Reconhecer um erro e consertá-lo? Pessoas podem aprender tal lição, e dizem o mesmo de cachorros e macacos amestrados. Agora, certas empresas? Quem sabe?

Procedi a atualização contando não ter nada a perder. Sei que, um par de horas depois, envolvendo download, instalação e a propriamente dita atualização, o Windows simplesmente disse-me que não poderia ser atualizado.

A desinstalação, imediata, automática e forçada, levou outras boas horas, e foi tudo que houve em 2013. Já em 2014, otimista como o Cândido de Voltaire, pensei em tentar novamente, afinal o vazio continuava no desktop. E é onde a introdução termina e a desventura começa.

Esteja aqui em alguns dias, quando terá diante de si minha próxima e derradeira carta, para tomar nota do que efetivamente me aconteceu e o que fiz a seguir, de modo que eu venha a concluir meu relato da melhor forma possível, para que tudo vá bem.

Rodrigo Sava

Arqueólogo do Impossível em alguma Terra paralela

Este post tem 2 comentários

  1. Harvey_o_Adevogado

    o windows 8 que a mulher-pássaro instalei um aplicativo “Shell alguma” coisa que simula o efeito do botão iniciar.

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