Enquanto Chávez morria e disciplinas como Ética, Direito Constitucional e Direito Administrativo foram encaixadas na grade escolar do ensino fundamental no DF, a política brasileira produz mais uma de suas pérolas, desta vez na Comissão de Direitos Humanos.

Eu não sei se vocês acompanham o caderno de política dos jornais (sou old school) ou grandes portais na Internet, mas parece que o glorioso PSC conseguiu finalmente a presidência de uma comissão. E sim, foi justo uma das – na minha humilde opinião – mais importantes delas.

Fundado em maio de 1985, o Partido Socialista Cristão surgiu para “difundir os ideais políticos de Pedro Aleixo” (quero que os senhores prestem bastante atenção nas aspas!). Apesar da sua data original de fundação ter sido em 85, o partido só teve reconhecimento como tal em 1990 devido ao clima político que vivíamos, obviamente.

No site do partido, há a seguinte passagem que quase me fez gargalhar: “O PSC foi criado para ser um partido diferente no cenário político brasileiro, que procura de maneira altiva novos rumos para a nacionalidade…”

Ai ai, PSC… Ai ai…

Um dos mais conhecidos momentos desse ilustre partido aconteceu em meados de 2005 quando a sigla lançou seu apoio à família tradicional. Achei apenas um dos comerciais desta maravilhosa campanha que você conferir abaixo:

http://www.youtube.com/watch?v=hDT8DHxkKG8

Inspiradora, não?

Pois este sensacional (estou quase sem adjetivos para descrevê-los) partido indicou outra pessoa incrível para a presidência da Comissão de Direitos Humanos, o pastor Marco Feliciano. Dentre seus inúmeros feitos em sua carreira política, acho que os mais notáveis são as declarações feitas em redes sociais e, é lógico, o fato de ser relator do projeto contra o exame da OAB. Calma, eu não esqueci o projeto “Papai do Céu” que é o suprassumo de sua carreira, um projeto tão importante que não acho adjetivo para classificá-lo.

Marco Feliciano é um nome conhecido dos defensores dos direitos humanos, mas não como alguém que poderia assumir a comissão do mesmo assunto. Feliciano tem um histórico de declarações dúbias e cheias de preconceitos não só contra os gays, mas também em relação aos negros.

De todas as suas declarações, a minha favorita ainda é “não sou contra os homossexuais, sou contra o ato homossexual” – pura poesia. E, é claro, a maravilhosa resposta para o jornalista que o perguntou sobre a PL 122, da qual já falei aqui no Iluminerds, postada em seu canal oficial:

“Primeiro que nós temos um documento assinado pela ex-ministra, agora Presidente da República, Dilma Rousseff. Ela assinou um documento manifesto, registrado em cartório, dizendo que ela vai lutar pela vida também; que ela é contra o aborto na esfera mais podre dele e que as igrejas vão continuar tendo sua liberdade de culto”

Tá sabendo bem hein, Pastor?!

Pois é, Comissão de Direitos Humanos, prevejo dias de muita escuridão.