Dublagem x Legendagem

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Dublar é uma arte. Tão difícil quanto atuar, pois o (bom) dublador deve atuar em cima de algo já pronto. Ou seja, seu trabalho criativo deve ser feito dentro de um limite extremamente severo e pré-estabelecido. Dublar não é só sincronizar o texto aos lábios do ator (como alguns dubladores horrorosos dos documentários da Discovery Networks, History Channel e National Geographic fazem), sem critério, e sim, naquele pequeno intervalo de tempo que se tem entre tomar conhecimento do que será falado pelo personagem, o ensaio, e a gravação, captar o “clima” do personagem, tentar perceber alguma possível intencionalidade, se o personagem sofre, se isso influencia, de alguma forma, no uso de sua voz.

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Julio Chaves: a voz brasileira oficial do Mel Gibson e do Tommy Lee Jones. Grande dublador.
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Márcio Simões: a incrível voz do Patolino, Robin Williams e do Samuel L. Jackson (no papel do Nick Fury),  do Heath Ledger como Coringa, dentre tantas outras. Dublador excepcional.
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Mauro Ramos: a voz do Shrek. Sempre dubla os gordos, os gordinhos bobos, ou os bobos, mesmo.

Ou seja, o bom dublador capta o maior número possível de interferências na voz do personagem e tenta repassar isso em sua atuação, limitado ainda pelo tempo e interpretação já estabelecidos pelo ator original. Portanto, dublar é uma arte difícil, que exige técnica e dedicação e, quando bem feita (aí inclui-se, claro, a tradução), adapta magistralmente uma emoção, situação ou piada do filme original ao falante de outra língua. No caso de nosso país, então, uma nação composta de milhões de analfabetos e analfabetos funcionais, a dublagem possui uma função essencial, um elemento democrático.

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Guilherme Briggs, que dirigiu a dublagem do primeiro Transformers, além de ser a voz brasileira do Optimus Prime, fez um dos melhores trabalhos de adaptação que já vi. Muitas das coisas engraçadas dubladas perdem totalmente a graça quando vistas em inglês. Os dubladores fizeram um ótimo trabalho de adaptação do humor.
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Guilherme Briggs: um dos maiores talentos da atualidade. Conseguiu inclusive fazer o Rei Julian, da série Madagascar, ficar mais engraçado na versão dublada do que no original.

Aliás, faço coro com vários dubladores e defensores da dublagem, contra aqueles que são incondicionalmente contrários à dublagem. Uma coisa é a pessoa preferir ver o original à dublagem, em virtude de um trabalho de dublagem mal feito (como é o meu caso, por exemplo).

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E o contrário também acontece. Eu preferia incondicionalmente a versão dublada ao original. Só passei a ver Os Simpsons com a tecla SAP acionada depois da 8ª temporada, quando Valdir Sant’anna, dublador do Homer Simpson, Peterson Adriano, voz do Bart e Nair Amorim, voz da Lisa, foram substituídos por represália, simplesmente porque lutaram por seus direitos autorais na justiça.

Só acho engraçado aquele povo que diz que prefere ver tal filme “no original” (ou seja, legendado), mas na verdade “lê” no original, pois, devido à falta de fluência no idioma, se vê forçado a ter de acompanhar as legendas a maior parte do tempo. A essas pessoas, eu costumo dizer: você não está vendo um filme, está lendo. E se faz tanta questão assim de ler, leia um livro. Vai ganhar muito mais.

Não consigo deixar de pensar no quanto há de elitista nesse tipo de pensamento, por valorizar filmes legendados num país de semi-analfabetos, e reclamar (como já vi gente reclamando em vários lugares) das redes de cinemas que só colocam salas com filmes dublados. A única “preferência” dos donos de redes de cinema é pelo dinheiro. Se os filmes dublados são os mais procurados, por que então eles teriam prejuízo, colocando cópias legendadas em salas vazias? Se os filmes dublados são os mais procurados, creio que isso seja um indicativo esclarecedor de duas coisas: 1) o grande público vai ao cinema pra se divertir; 2) ler legendas não é divertido.

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Creio que esse pensamento elitista acerca da legendagem de filmes tenha raiz justamente nisso: a maior difusão de filmes legendados, no país, se deu inicialmente através de círculos elitizados da população brasileira (vide Estação Botafogo e seus filhotes cults), já que os filmes de arte, de baixa procura pela ampla maioria da população brasileira, eram abandonados à sua sorte. A necessidade que certos grupos sociais (e aí inclua-se as elites), no Brasil, tinham (e têm) de se manterem “antenadas” com a arte estrangeira levou a essa urgência de se exibir filmes de qualquer maneira, sem tratamento maior que não uma rápida legendagem para sua exibição limitada a poucas temporadas e salas, em bairros de classe-média/alta do eixo Rio-São Paulo.

A partir daí, começa um processo de glamourização da legendagem. Em virtude de sua associação inicial a produtos “de arte”, passou-se a, também por associação, ligar a legendagem ao “que é tido como bom”. Assim, a dublagem passou a ser feita para os filmes das multidões, os blockbusters ou mesmo os cults que tinham maior apelo comercial; enquanto a legendagem foi tida como algo mais nobre, mais castiço e preservador do “original”. Segundo alguns defensores da legendagem, muito do som original do filme (músicas e efeitos sonoros) era abafado ou apagado pelos microfones de dublagem. Tal argumento realmente era válido até o advento do som digital, que, desde então, viabiliza a separação de cada faixa de som específico por canal, permitindo a conservação do som original, ao mesmo tempo em que há a substituição do canal de vozes originais pelo canal de vozes dubladas, mantendo, assim, toda a qualidade sonora do original.

O caso de Breaking Bad não se relaciona diretamente com a dublagem, mas com a má escolha no momento de traduzir o original, bitch!
O caso de Breaking Bad não se relaciona diretamente com a dublagem, mas com a má escolha no momento de traduzir o original, bitch!

Pessoalmente, só associo a existência de filmes legendados a três situações distintas: 1) o filme é cult ou tem pouca abrangência de público, não compensando, assim, fazer sua dublagem (dublagem é um processo caríssimo, para o qual deve haver segurança do retorno sobre o investimento); 2) Excesso de produtos congêneres no mercado e necessidade urgente de lançamento, inviabilizando a disponibilidade do tempo para fazer a dublagem (dublagem é um processo demorado), tornando necessária a mera justaposição de legendas, que é processo mais prático e rápido; 3) Fins didáticos. E é aí que vejo o maior mérito da legendagem. Se o expectador tiver um conhecimento razoável da língua, ver um filme legendado é extremamente instrutivo: não há nada melhor para o refinamento do aprendizado de uma língua que ouvi-la na sua existência verdadeira, através de falantes nativos (mesmo que atuando em um filme), acostumar seus ouvidos a essa língua que é usada em seu dia-a-dia. Mesmo para quem não conhece a língua, mas gosta da cultura em que tal língua está inserida, ver um filme no seu idioma original pode ser um elemento agregador, que atiça a curiosidade do espectador, levando-o ao estudo do idioma. Quando o filme legendado é visto com esses objetivos, eu considero louvável a sua legendagem.

Ocorre que essa não é a situação de maior parte da população brasileira. Aliás, vemos que reportagens, em vários jornais diferentes, atestam a total falta de preparo e iniciativa do comércio brasileiro com o cliente estrangeiro: a pouca habilidade de vendedores com uma segunda língua, notadamente o inglês (a língua franca e mundial dos dias de hoje). Isso é alarmante, e tem chamado a atenção das autoridades do país que vai sediar dois eventos de escala mundial:  Copa do Mundo e Olimpíadas. Como, então, enfatizar o fim didático/educativo da legendagem em um país que não tem sequer a educação mínima e, portanto, não tem os meios para se iniciar em um grau adicional de instrução (que é o aprendizado de uma segunda língua)?

Engraçado que países como Estados Unidos, Inglaterra e França, por exemplo, dublam quase tudo que é veiculado em suas fronteiras, ou seja, o completo contrário do que ocorre nas nossas terras. Mais engraçado ainda é que esses países (destacadamente a França), têm grande ênfase na valorização da cidadania, da inclusão social. Tanto é que, mesmo em crise, seus cidadãos não abrem mão de suas suadas e sangradas conquistas sociais. Quem está errado, então? Aquele que dubla, e por isso inclui, ou aquele que legenda e, consequentemente, exclui?

Colossus de Cyttorak

Detentor dos segredos da Mãe-Rússia, fã incondicional de jogos da antiga SNK (antes de virar esse arremedo, chamado SNK Playmore), e da Konami, Piotr Nikolaievitch Rasputin Campello parte em busca daquilo que nenhum membro da antiga URSS poderia ter - conhecimento do mundo ocidental. Nessa nova vida, que já conta com três décadas de aventuras, Colossus de Cyttorak já aprendeu uma coisa - não se deve misturar Sucrilhos com vodka, nunca!!!!

Este post tem 45 comentários

  1. Leonardo Delarue

    Estava escrevendo um comentário extenso sobre o assunto. concordando e discordando de alguns itens com base em pesquisas, mas resolvi apagar tudo e utilizar isso como tema para podcast!! 🙂

    1. Vilipendiador Unperucked

      Temos nosso gordo deitão.
      Chupa MDM!

      1. Leonardo Delarue

        Só digo uma coisa … essa doutrina de filmes dublados chegou a ZS. Lamentável!!! Tive que ir até a Barra da Tijuca para assistir Hobbit legendado!!! Francamente … e agora essa onde de rolezinho. Vou te que me mudar para Europa!!!! 🙂

        1. Esse é outro ponto, Delaure. A distribuição de filmes legendados sofre com a importância que a dublagem possui no mercado brasileiro, mas, francamente? Vc é público de Estação Botafogo, então…

          1. Leonardo Delarue

            Sério que você se deu ao trabalho de me responder de forma coerente???? Eu sou público de Estação Botafogo porque moro na Linha 1!!! Eu sou Ryca!!! RYCA!!!!! :p

          2. Vilipendiador Unperucked

            E tb Bycha! BYCHAAA! Não esqueçamos.

        2. JJota

          Delarue, você sabe que se você se mudar pros EUA dificilmente assisitirá filmes hollywoodianos dublados em português?

          1. Leonardo Delarue

            E eu tenho cara de quem iria para os EUA? Francamente!!!!! 🙂

  2. Alexandre

    me incomoda, sobretudo, a incoerência/não sincronia entre o som dublado e o movimento facial dos personagens. isso pra mim aniquila qualquer dublagem. meu inglês não seria tão bom e meu ouvido não seria tão bom pra outras línguas que não entendo se eu não tivesse podido assistir aos filmes do jeito que eu gosto: legendados. pra mim a única exceção possível é com desenhos, e só se a dublagem for bem feita. prefiro o idioma original mesmo que eu não conheça nenhuma palavra dele: o idioma original geralmente faz parte do clima do filme… e até num filme japones é muito gostoso quando reconhecemos umas poucas palavras, como arigatô, saionará, sensei, arakiri… não acho elitismo da minha parte. acho que cada um assiste como preferir.

      1. Alexandre

        Elitismo pra mim é dizer que devemos dublar porque fora do Brasil é assim. Mas por que você não contr-argumenta com meu elitismo e mostra o que eu falei que está errado? Vai dizer que o som dublado acompanha o movimento facial dos personagens?? Não to falando de estar sincronizado, estou falando de a pessoa abrir a boca como quem fala “ah” enquanto o que você escuta é “uh”. Tem mais: por acaso falo ingles e em filmes nessa lingua quase não recorro a legenda, mas acabo recorrendo quando não entendo uma palvra ou o sotaque é mais dificil. Repare que isso me educa e até o autor do texto acha isso “louvável”. Pra mim isso é complexo de inferioridade de quem prefere o dublado, não aceitam que o outro pode sim ter uma experiencia melhor com o legendado. Eu jamais escreveria um texto pra dizer que o legendado é melhor, pra mim o melhor é o que cada um prefere. É elitismo querer que todos possam optar? Dito isso me retiro da discussão que me acrescenta pouco. Felizmente tenho certeza que vou sempre ter acesso aos filmes que eu quero ver legendados. Torço para que façam as diblagens também.

        1. Olha só, o problema que vc está abordando é um problema de tradução, não de dublagem.

          Quanto ao seu caso específico de saber inglês, o texto do Colossus contempla a possibilidade. E, nesse ponto, concordo contigo e com o autor, é louvável. O texto do Colossus analisa um movimento que tem acontecido há alguns meses na internet brasileira – uma penca de gente tem compartilhado imagens contra a ampliação das salas com filmes dublados no Brasil e é a partir daí que ele analisa o fenômeno. Não se trata de preferência, mas admitir que o filme dublado atende a um maior público e, por esse motivo, há a ampliação para uma possível geração de lucros.

          Ainda bem que a discussão na área de comentários não é restrita àquele que comenta, senão essa minha resposta perderia completamente a razão de ser.

          1. helderuto

            O problema é existem dois idiomas na dublagem brasileira: o paulistês e o carioquês. Tudo dublado em carioquês é uma bosta, e pra meu desespero 90% dos enlatados no Brasil são dublados em carioquês.
            Eu sou pelo legendado, pois as legendas não te enganam. As legendas não “localizam” diálogos, não enfiam gírias que não existem no original, não censuram as falas removendo palavrões nem outras aberrações que você só vê em filmes dublados.
            Se você vê um filme dublado então você não o vê de verdade, pois você não ouve a performance dos atores, você ouve a performance de dubladores.
            Dito isso, não sou contra dublagem, desde que seja boa, o que é raro no Brasil.

          2. Dr. Housyemberg Amorim

            Boa pra você, né, champs?

            Cara, seguinte, quer queiramos quer não – o “carioquês” é considerado o padrão ainda no Brasil. A maioria dos especialistas no assunto dizem que é o falar padrão porque envolve uma série de fenômenos fônicos que ocorrem em diversas regiões no Brasil – incluindo o Acre…

  3. Harvey_o_Adevogado

    para ficar perfeito post faltou colocar as vozes dos dubladores, Colossus do Ceará. Mas no geral ficou muito bacana.

  4. Von Dews

    É engraçado mas os que defendem filmes dublados sempre usam os mesmos argumentos, “há é um desperdício assistir filmes legendados deviam mesmo e apreender a língua original para assisti-los em vez de ficar lendo letrinhas”, se esse argumento for usado em todas os filmes que alguém for assistir e que não tiver o Inglês como língua nativa daquele pais em tão todos nos teremos que aprender todos os idiomas do mundo e isso não faz o menor sentido. Se eu quiser ver um filme sul-coreano vou ter que aprender Coreano, se eu for ver um filme Alemão vou ter que falar Alemão também, e seu eu quiser também ver um filme do Japão vou ter que apreender Japonês e etc… se alguém diz que para ver um filme na sua língua original vou ter que apreender o seu idioma então todos nos vamos estar muito ferrados pôs não só existe filme bons nos Estados Unidos ou Inglaterra, um exemplo disso é que eu estou pretendendo assistir o filme The Raid: Redemption que é dito como “um dos melhores filmes de ação dessa década” e é um filme da Indonésia se for seguir o argumento do Colossus de Cyttorak então terei que apreender a língua indonésia não é?

  5. Halan

    Querendo ou não um filme dublado altera o conteúdo original as vezes até as palavras e muitas dessas palavras podem ou vão ser alteradas no processo da dublagem e isso é uma deturpação da obra. Um exemplo disso é se alguém for assistir um filme que se passa no Nordeste tipo O Auto da Compadecida como exemplo, esse filme tem uma característica muito interessante que é o sotaque que é algo cultural daquela região se esse filme for dublado ele vai perder algo muito importante que só a língua original proporciona e que pode refletir muito na história daquele filme às vezes ser algo crucial que dublagem alguma vai superar. Imagina um filme decente do John Constantine onde ele é um inglês com um sotaque característico de Liverpool a famosa cidade dos Beatles, imagina se alguma dublagem vai conseguir passar isso de una forma decente ou seja que ele é um inglês.

    1. Halan, é aí que mora o problema. O Auto da Compadecida foi dublado para mais de 50 línguas ao redor do mundo. Em pouquíssimas salas, no mundo inteiro, houve a exibição de cópias dubladas.

      No caso do John Constantine, o argumento é o mesmo: sabe realmente quem vai se importar em ver a versão legendada? Nós, nerds, porque SABEMOS quem é o personagem… O resto da galera pouco se importa com isso.

  6. Halan

    Seus argumentos são ate interessante mas você caiu na idolatrarão exagerada a dublagem é não percebeu ou não quis enxergar que a dublagem tem os seus defeitos e querendo ou não nunca vai superar o original. Um exemplo mesmo é o que você citou no seu próprio texto coloca em comparação Márcio Simões vs Heath Ledger e me diga com toda a sinceridade acha mesmo que o Márcio superou o Heath Ledger no trabalho vocal ao interpretar o Coringa em The Dark Knight? Isso sem falar em todo o trabalho vocal que o ator tem que fazer passando as vezes por coisas terríveis para chegar em um estágio satisfatório é esse trabalho todo nem vai ser reconhecido, a atriz Mercedes McCambrige ingeriu ovos crus, fumou igual uma chaminé e fez o diabo pará ficar com a voz rouca e demoníaca da menina possuída em O Exorcista e tudo isso para nada.

    1. Halan,

      Como assim tudo isso pra nada? Quem conhece os sotaques, idioletos e questões fonéticas do inglês entendeu e apreciou perfeitamente. Quanto ao restante dos não-falantes de língua inglesa, você só tem noção dessa mudança lendo em sites especializados que ela fez esse esforço, pois, num primeiro momento, a impressão é a de que a voz foi tratada digitalmente.

      1. Alexandre

        “Não vai nem perceber isso”. Francamente… Não vai perceber que o rosto do personagem se move de forma incompativel com o som dublado, né? Só que não.

  7. Halan

    Argumento elitista? Por acaso fiz uma lei proibindo filmes dublados, disse que ninguém deva assistir qualquer obra dublada de qualquer mídia? Para mim que esta sendo elitista é o próprio autor do texto ao tentar argumentar de que quem prefere filmes legendados são um bando de ricos elitistas querem proibidor as pessoas menos “desfavorecidas” de assistir filmes, de onde ele tirou essa base ele fez alguma pesquisa com pessoas de todo o Brasil para mim isso é apenas achismos, eu não sou nenhum rico tudo o que eu quero é apenas opções estejam lá filmes dublados tudo bem não me importo é apenas uma opção o que eu quero é poder gastar o meu dinheiro suado em um filme legendado apenas isso.

    1. Ok. O problema é que TODOS O Mundo usa a dublagem para o grande público. Somente público especializado vê filme legendado, queridão.

      Agora no Brasil se criou essa doutrinação pseudo-purista de que a língua original de um filme faz com que vc tenha acesso à obra original. Isso não acontece em nenhuma arte que usa o vernáculo.

      Agora, é sério mesmo que vc quer argumentos acadêmicos para um texto de blog? E ainda quer dizer que não é elitista?

      1. Alexandre

        Ah, então se é a pratica fora do Brasil é porque tá certo? Mas elitismo não seria isso? Imitar a França?? “Isso não acontece em nenhuma arte que usa vernáculo”? Ahn??!! Há um ditado italiano que diz “traduttore traditore”. Acho que dá pra entender sem eu ter que traduzir.

        1. Alexandre

          outra coisa, por que o público especializado não vê o dublado, já que é uma opção melhor e não há perda nenhuma? Vai ver eu sou público especializado e não sabia…

          1. Alexandre

            e um blog JORNALÍSTICO deveria sim citar as fontes de informação. não precisa ser fonte acadêmica, mas a fonte, né? seja qual for.

          2. Vilipendiador Unperucked

            Passou pela cabeça de vocês que o texto tem alto teor OPINATIVO em vez de meramente JORNALISTICO?

          3. Dr. Housyemberg Amorim

            Vc sabe de qual público especializado eu estou me referindo, né? Se vc pensou em críticos de cinema, errou feio…

        2. Vilipendiador Unperucked

          Dá não. Traduz aí pq eu prefiro dublado.

        3. Não, imitar a França, claro que não. Aliás, isso é uma coisa que o Brasil nunca fez. Nunca imitamos Paris, nunca imitamos Novo Iorque.

          Mas poderíamos imitar a Tailândia, Austrália, Japão, México, Chile, Guatemala, etc. etc.

          Há também uma tradição na Itália chamada imitatio/emulatio que já gerou amplas discussões e foi a base para que, na Alemanha, Wolfgang Goethe fizesse uma grande apologia à tradução como uma espécie de ampliação democrática da arte que utiliza a língua. Mas essa era apenas a opinião dele, né?

  8. SandroR

    Tudo depende do contexto, na minha opinião. Ontem mesmo peguei um filme pra ver (baixei mesmo) e era dual audio com legendas. Coloquei em português e comecei a ver… alguma coisa tava errada! A dublagem era péssima. Preferi ver no idioma original (francês) com legendas. The Big Bang Theory por exemplo recebeu uma das dublagens mais porcas que já vi na vida. Por pura birra prefiro ler as legendas do que ver uma dublagem mal feita. Algo parecido aconteceu com Scooby-Doo- Mistério SA: trocaram quase todos os dubladores, inclusive o próprio Orlando Drumond, o que me fez simplesmente parar de assistir ao desenho (Scooby-Doo sem aquela dublagem não dá). Tem filme que só vejo dublado por nostalgia ou porque a dublagem consegue sim superar (mesmo com a inferioridade técnica) o original.

    1. Cara, o problema mais recente enfrentado pela dublagem no Brasil está relacionada ao fato de que, desde a década de 2000, as equipes de dublagem começaram a fazer produtoras menores fora do país. Nessas produtoras, que começaram a trabalhar com vários animês, cobram muito mais barato e entregam um trabalho muito mais porco…

      O Colossus escreveu sobre a dublagem que é séria, responsável e que possui uma das melhores técnicas de sincronia que se tem no mundo. A maior merda, entretanto, é que esses caras estão perdendo espaço porque são BONS no que fazem. Tem horas que não dá pra entender o sistema capitalista, mas…

  9. Vilipendiador Unperucked

    Muito bom texto, Colossus! Parabéns!

    Sou fã da BOA dublagem. O que tem acontecido é que o nivel parece ter caido um pouco. Pelo menos essa é a minha impressão. Antes tinhamos vozes classicas e que, muitas vezes, combinavam com o original. Um dos grandes exemplos disso é o seriado Chaves. Quase todas as vozes originais parecem ter aprendido português. Hoje alguns trabalhos são bem preguiçosos. Isso quando não colocam uma subcelebridade, sem qualquer experiência, para fazer tal trabalhado, como Sabrina Sato ou Michel Teló. Os filmes clássicos de Sessão da Tarde também mostram belos exemplos. Tornaram “cult” filmes que sequer são considerados nos EUA.

    Lembrei de uma história, quando trabalhava fixo em uma produtora. Em uma reunião para discutir projetos eu falei para o diretor que uma boa dublagem pode levantar o filme. Quase apanhei. Talvez pelo ranço da turminha “Estação Botafogo” que vc citou (a produtora é até perto).

  10. ............

    Dublagem brasileira é ótima é um trabalho louvável eu sou muito fan. Só tem um problema oq faze quando um filha da ………… resolve para d dubla um personagem no meio da serie? A primeira coisa q o diretor de dublagem filho de uma……..faz é achar outro ator pra dubla o mesmo personagem agora me diz quem no meio da vida muda drasticamente de voz já pararam pra pensa oq os fans penção sobre isso. E o q acontece quando é dublado só uma parte de um anime? agente tem q se conforma em assisti o restante no original ou seja legendado e só pra consta eu odeio as porr…………das legendas então por isso a maioria das pessoas preferem original porq assim escultamos as mesmas vozes do inicio ao fim desculpa o texto ai mas quando se trata de dublagem no brasil eu fico revoltado. Desculpa aew

    1. Cara, vc está falando, eu acho, de um problema comum nas equipes de dublagem no mundo inteiro. Quando certo personagem dublado ganha mais espaço e se torna mais popular, pela lógica, seu dublador deveria ganhar mais para a segunda temporada, certo? ERRADO!

      Na maioria dos estúdios, a prática é pagar o mesmo – quando não querem pagar menos – aos dubladores porque entendem que o serviço prestado é uma categoria abaixo da categoria de ator. “Suzana Vieira é mais atriz que Guilherme Briggs”, pensariam os produtores… Entendeu? Não é culpa do dublador ou do diretor, mas do dono da produtora que não quer, muitas vezes, negociar novos salários para o elenco.

  11. ............

    Dublagem brasileira é boa o problema sao os trabalhos pela metade e a mania de ter 10 atores pra dubla o mesmo personagem um exemplo bom é o charlie schee. Em 2 homens e meio quem dubla ele é o mesmo q faz o homem de ferro eu acho, e no seriado novo dele terapia de choque quem dubla é o mesmo dublador do kakashi de naruto, ta certo q sao personagens diferente mais pooo q ridiculoooo essa troca troca de voz pelamordedeus senhores diretores de dublagem, cliente q manda dubla sei lá TENHAM MAIS RESPEITO COM SEUS FANS afinal de contas somos nos os fans q colocamos comida nas mesas de vcs.

  12. JJota

    Eu não esquento muito com esse lance de “som original”. Tudo depende mesmo de como é feita a dublagem. Por exemplo, acho TDK foda, tanto dublado como legendado (aliás, na versão dublada só tem fera!) porque, mesmo quando as vozes não casam com as dos atores, caem bem nos personagens. Já a versão dublada de The Big Bang Theory é simplesmente ridícula, porque as vozes casam muito mal com os personagens e não há uma boa qualidade de interpretação.

  13. Matheus Wesley

    Já vi um cara comentando no Omelete,que o povo não saber inglês era sinal de burrice e ignorância…

  14. helderuto

    Esse é o artigo mais retardado que eu já li. O autor só pode estar preso em 2003, quando éramos reféns da TV aberta e de fitas VHS dubladas (a ÚNICA opção disponível nas extintas locadoras – isso sim era exclusão ) e quando internet ainda era luxo. Duvido até que ele saiba que o DVD nos deu a liberdade de escolher o áudio e as legendas dos filmes.

    1. Eita, rapaz. Se vc acha isso , estamos a ler textos diferentes. Ele aborda um problema atual que é alardeado pelos comerciais de TODAS, TODAS, TODAS as emissoras de TV a cabo – “Agora, vc pode escolher a programação no seu idioma (e a legenda vai pro pau porque fica fora de sincronia, ok?)!!!!”

      DVD não deu liberdade coisa nenhuma, ele só é uma mídia de interseção entre o conteúdo de streaming e as emissoras pagas, ou você estaria ainda em 2006?!

      1. helderuto

        E o autor ainda me dá um exemplo bem retardado de que erros de tradução são o único problema na dublagem, pega aquele exemplo do filme dos Simpsons em que o Bart põe um sutiã preto na cabeça. Na versão dublada o Drew de Everybody Hates Chris fala “Oi, sou um camundongo de outro desenho” (como se os Simpsons alguma vez tivessem dado a entender que sabem que são desenhos). Quando eu vi a versão legendada a piada verdadeira era “Oi, sou um mascote de uma corporação do mal”, piada que qualquer um que não more numa caverna entenderia. Um verdadeiro insulto à inteligência do espectador.
        Meus ouvidos sangram toda vez que um filme dublado “traduz” as palavras geek e nerd usando o termo CDF (uma gíria carioca que só quem ainda vive nos anos 80 usa). Porra, nerd e geek são termos populares que não tem e não precisam de tradução.

        1. Não sabia que o Colossus estava comentando por aqui… Se os seus ouvidos sangram, procure um otorrinolaringologista. Isso não é normal, rapaz.

          Provavelmente, vc está tb com problemas de vista.

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