Delicado, fiel e suave feito a brisa de morte num domingo de inverno. Esta foi a melhor forma que encontrei para descrever esta adaptação cinematográfica, uma vez, que superando todas as expectativas, o filme conseguiu ambientar boa parte da narrativa do livro mesmo retirando espaço de seu maior narrador: a morte.
Caso não conheçam a sinopse do filme, eis aqui, a mesma, chupinhada do Adoro Cinema:
“Durante a Segunda Guerra Mundial, uma jovem garota chamada Liesel Meminger (Sophie Nélisse) sobrevive fora de Munique através dos livros que ela rouba. Ajudada por seu pai adotivo (Geoffrey Rush), ela aprende a ler e partilhar livros com seus amigos, incluindo um homem judeu (Ben Schnetzer) que vive na clandestinidade em sua casa. Enquanto não está lendo ou estudando, ela realiza algumas tarefas para a mãe (Emily Watson) e brinca com a amigo Rudy (Nico Liersch).”
A sinopse é extremamente mal feita, o que me dá mais liberdade para dissertar sobre a obra. E é com imenso prazer que venho a endereçá-la, também, aos leitores e amantes do livro original: Trata-se de uma adaptação bastante fidedigna da obra homônima de Markus Zusak, fugindo em poucos – porém importantes- aspectos da trama original.
Para os que possuem interesse em ver o filme e até hoje não leram a obra original, A Menina que Roubava Livros é protagonizado Liesel Meminger, uma jovem miserável que, devido às perseguição às minorias da Alemanha de 1939, é adotada por um pobre casal de idosos da família Hubermann, onde há o contraste entre o jeito amistoso e amoroso de Hans, seu pai adotivo, e a severidade e rispidez de Rosa, a mãe adotiva.
O ponto alto da história é centrado no desenvolvimento sobre a quebra da instrospectividade de Liesel, assim como a tremenda dependência emocional que a mesma adquire após livrar-se das amarras de seus próprios traumas junto a sua nova família e amigos. Estes últimos representados por Rudy Steiner, – um jovenzinho alemão que sonha em ser o velocista negro Jesse Owens, quatro vezes medalista nos Jogos Olímpicos de Berlim, em 1936 – e Max Vandenburg – um refugiado judeu que busca abrigo no porão da família Hubermann. Deste modo, não é preciso dizer que algumas lágrimas irão rolar e que a Morte, narradora onipresente, será a ceifadora de muitas ou quiçá quase todas as alegrias da pobre Liesel.
Contudo, para evitar mais spoilers vou passar diretamente para as críticas, sendo a parte elogiosa para a fotografia e a escolha do cast principal, em especial, Nico Liersch (Rudy) e os ótimos Geoffrey Rush (Hans) e Emily Watson (Rosa). Já no que diz respeito às possíveis falhas, para ser direto, prefiro atribuí-las à falta do próprio enredo do livro, ainda mais quando existe um enorme vácuo na hora de transportar para as telas a emoção presente no texto. No entanto, caso ache paradoxal esta afirmação contraposta à anterior – sobre o rolar das lágrimas – a minha defesa é simples, como não se emocionar com suas inocentes crianças sendo massacradas de todas as formas possíveis durante a Segunda Guerra Mundial? Falando nisso, um fato que me incomodou bastante foram as alterações em cenas capitais envolvendo os personagens Rudy e Max, mesmo não influenciando diretamente na história. Além, é claro, da beleza da protagonista que contradiz completamente a descrição de Markus Zusak .
No mais, é um filme bem interessante e merece um 7,5.
A pergunta é inevitavel: chorastes?
Ninguém viu rs
Chorei litros kkkkkkkkkkkkkk