Iluminamos: Até Que a Sorte Nos Separe 2

Você está visualizando atualmente Iluminamos: Até Que a Sorte Nos Separe 2

Continuação do primeiro Até Que a Sorte Nos Separe, esta sequência foi lançada muito rapidamente, praticamente 1 ano depois do longa original, e narra a continuação dos eventos iniciados no primeiro filme. Tino continua pobre, morando em um apartamento ferrado na Tijuca, com todas as contas vencidas, e ainda não conseguiu se recuperar de ter detonado toda a fortuna da família ganha na loteria. Na verdade, o personagem de Leandro Hassum sequer demonstra vontade alguma para tal.Depois de ficar pobre, e de passar por um breve período de emprego assalariado em uma das redes de lojas do tio milionário de sua mulher, Olavinho, Tino e sua esposa perdem o emprego na loja e passam a viver em constante crise financeira.

atequeamorte1

Até que, em um dia de nova sorte, algo acontece: o tio Olavinho morre, deixando 100 milhões de herança para a família de Tino, com uma condição: que ele vá aos EUA e jogue as cinzas do tio milionário sobre o Grand Canyon e em Las Vegas, onde teria conseguido seu primeiro milhão. Tino, cumprindo sua vocação nata de filho pródigo, consegue torrar toda a herança em uma noite num cassino exclusivo e ainda consegue dever 10 milhões pra mafiosos mexicanos.

atequeamorte2

Todas as confusões posteriores são decorrentes desse mote e vão alimentar o filme até o seu final. Até Que a Sorte Nos Separe 2 é um filme divertido e despretensioso. Não tem intenção nenhuma de levar mensagens ou reflexões posteriores ao espectador e faz isso bem. Apesar do roteiro simplório e de não possuir nenhuma trama paralela, o filme cumpre o desafio de ser uma diversão areja-cabeça.

Roberto Santucci, diretor do filme, disse em entrevistas que esperava que seu filme fosse um clássico da Sessão da Tarde. Se essa era a sua pretensão, provavelmente vai conseguir. É um filme fácil, com piadas rápidas e que se vale quase o tempo todo do enorme talento improvisacional de Leandro Hassum. Este, por sinal, faz um personagem histriônico, exagerado, marcadamente caricatural, e, por isso mesmo, divertido. Não há pretensões realmente interpretativas na atuação do comediante. Ele entrou ali pra se divertir e faz questão de deixar todo mundo a par disso.

atequeamorte6

Camila Morgado entrou no lugar de Daniele Winits, no papel de Jane, esposa de Tino, e fez bonito. Graças à Deus que Daniele Winits não foi liberada pela Globo pra filmar a continuação. Mesmo pegando uma personagem estereotipada como a dondoca mulher de Tino, a atriz conseguiu dar a emoção e a sensibilidade que Daniele provavelmente não teria o menor instrumental pra reproduzir.

atequeamorte3

Os outros atores do elenco fixo, como Kiko Mascarenhas e Rita Elmôr, que fazem o contador e amigo de Tino e sua esposa, são ótimos atores, engessados por personagens unidimensionais, cujo roteiro um tanto quanto disperso (e, neste caso, erroneamente despretensioso) não permitiu maiores aprofundamentos.

O maior destaque ficou por conta de algumas participações pra lá de especiais. Arlete Salles está perfeita como a sogra de Tino: consegue dar um tom solene sem sair do tom. Devido ao nível de atuação da atriz, mesmo com todo o seu esforço em dar toques de antipatia a sua personagem, ainda assim, ela consegue ser cativante, pois acaba não sendo antipática, e sim irritantemente sensata. Além disso, é de sua boca que saem alguns dos únicos momentos mais sérios do filme, ela acaba sintetizando, em suas falas, a “filosofia” que vem permeando essa franquia: “o que vem fácil, vai fácil”.

atequeamorte4

Anderson Silva faz uma participação bem humorada, na pele de um segurança/policial internacional, Andrew Silver, que por um acaso é parecidíssimo com o campeão de MMA. Há várias piadas com relação a isso, ao longo do filme, mas a graça delas acaba logo. A participação de Anderson Silva é o que se espera: ele não é ator, é o Anderson Silva, poxa.

atequeamorte7

Jerry Lewis faz uma outra ponta pra lá de boa, em duas aparições minúsculas: na primeira, ele aparece como um carregador de malas, em clara referência ao filme O Mensageiro Trapalhão (inclusive, seu uniforme é idêntico). Sua atuação é discreta e marcante. A segunda aparição, quase no final do filme, me pareceu um tanto quanto desnecessária: ele aparece de terno e acompanhado de uma loura. Antes de entrar em seu luxuoso carro, dá uma ficha de cassino a Tino, seguida de uma lição de moral completamente estúpida.

atequeamorte5

A última aparição de Jerry Lewis, aliás, dá início à pior sequência de todo o filme, pois se trata de uma série de clichês inomináveis, elevados ao nível do absurdo: Tino consegue ganhar milhões de dólares, acertando inúmeras vezes seguidas na roleta, sem ser interpelado por qualquer segurança ou membro da administração do cassino, e ainda arrisca colocar tudo a perder ao fazer com que Jane aposte tudo em uma última e decisiva ficha, demonstrando o quanto acredita nela. Tudo isso, acrescido de uma trilha musical deplorável, edição com excessivas câmeras lentas e cortes inapropriados, quase sabotam o filme de maneira irremediável.

No final das contas, é um filme agradável que garante boas risadas. Realmente, será um clássico da Sessão da Tarde.

Colossus de Cyttorak

Detentor dos segredos da Mãe-Rússia, fã incondicional de jogos da antiga SNK (antes de virar esse arremedo, chamado SNK Playmore), e da Konami, Piotr Nikolaievitch Rasputin Campello parte em busca daquilo que nenhum membro da antiga URSS poderia ter - conhecimento do mundo ocidental. Nessa nova vida, que já conta com três décadas de aventuras, Colossus de Cyttorak já aprendeu uma coisa - não se deve misturar Sucrilhos com vodka, nunca!!!!

Este post tem um comentário

  1. Vilipendiador Unperucked

    Eu fico puto com a divulgação desse filme!
    Tendo Jerry Lewis pra abrilhantar essa produção caça-níquel (e agregar valor), eles preferem fazer cartaz do Anderson Silva. Sifudê!

Deixe um comentário