Iluminamos: Os Suspeitos.

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Fala galera que curte romance policial, não esperava nada de novo e acabou de ganhar o dia! Hoje, trago para vocês a resenha do surpreendente Os Suspeitos (Prisoners).

Obs: Nas legendas das imagens colocarei alguns dos questionamentos em que me vi perdido durante a obra.

Para os curiosos, deixarei aqui a resenha disponibilizada pelos colegas do Adoro Cinema:

Boston (EUA). Keller Dover (Hugh Jackman) leva uma vida feliz ao lado da esposa Grace (Maria Bello) e os filhos Ralph (Dylan Minnette) e Anna (Erin Gerasimovich). Um dia, a família visita a casa de Franklin (Terrence Howard) e Nancy Birch (Viola Davis), seus grandes amigos. Sem que eles percebam, a pequena Anna e Joy (Kyla Drew Simmons), filha dos Birch, desaparecem. Desesperadas, as famílias apelam à polícia e logo o caso cai nas mãos do detetive Loki (Jake Gyllenhaal). Não demora muito para que ele prenda Alex (Paul Dano), que fica apenas 48 horas preso devido à ausência de provas contra ele. Alex na verdade tem o QI de uma criança de 10 anos e, por isso, a polícia não acredita que ele esteja envolvido com o desaparecimento. Entretanto, Keller está convicto de que ele tem culpa no cartório e resolve sequestrá-lo para arrancar a verdade dele, custe o que custar.

Existem vilões e mocinhos? Qual a linha que os define? Seria esta, a mais tênue possível?
Existem vilões e mocinhos? Qual a linha que os define? Seria esta a mais tênue possível?

Primeiramente, não posso negar que, ao ver o eterno Wolverine, logo lembrei-me de seus últimos filmes e remeti qualquer coisa que estava por vir a um enorme poço de merda. Contudo, demovido desta ideia – por minha senhora e pela ausência de outros títulos – digo-lhes, com imenso prazer, que quebrei a cara! Também gostaria de deixar bem claro que não recebi um centavo por esta resenha, afinal, os elogios a seguir podem ser mal interpretados, mesmo quando direcionados aquele que, até então, foi o melhor filme do ano.

Por  arriscar-me na vida de  romancista, em especial no gênero policial, digo-lhes com toda a exatidão que foi um imenso prazer assistir tal obra. Feito para adultos, sombrio e de roteiro eletrizante,  Os Suspeitos veio pra resgatar a aura do legítimo thriller policial, trabalhando em meio a inúmeras reviravoltas, alternando sua estrutura narrativa entre as convicções de seus personagens, o crime, a investigação, o castigo e a revelação do culpado! Na verdade, pautando-se principalmente no eterno conflito entre a justiça hominídea e a justiça divina, o diretor Denis Villeneuve leva a telona o limite do ser humano – tanto físico quanto psicológico – fazendo com que o público se divida entre a simpatia, perante os motivos que levaram um pai de família a tornar-se um impiedoso torturador, e a clemência, quando deparados com os danos infligidos a um, até então, inocente  jovem diagnosticado com problemas mentais – o principal suspeito do ocorrido.

Até que ponto podemos chegar em situações de extremo stress? Qual o limite de nossa moral, quando o imaculado é profanado?
Até que ponto podemos chegar em situações de extremo stress? Qual o limite de nossa moral quando o imaculado é profanado?

Com atuações estupendas, Hugh Jackman e Jake Gyllenhaal deram um show à parte em papéis distintos dos habituais, trazendo um diferencial ao que, por si só, já superava as expectativas de ser um filme qualquer sobre sequestro, recheado de ação e frases clichê. Felizmente, Os Suspeitos eleva seu público ao ápice das sensações, deixando pequenos rastros falsos a cada passo, assim, verdadeiramente instigando o espectador a inúmeras suposições de qual seria o verdadeiro segredo dessa trama. Neste ponto, acredito que, para muitos, não tenha sido dito nada demais, uma vez que esta é a premissa básica de um thriller policial, contudo, o que venho passar a vocês é que, finalmente, tivemos a oportunidade de ver um legítimo filme do gênero policial, talvez uma mescla entre Whodunnit? e Noir, com pequenas e pertinentes fugas ao paradigma hollywoodiano.

O que você faria quando o mundo perfeito desaba diante de seus olhos? E, seu Estado, por intermédio das leis que regem sua vida, lhe diz que nada poderá ser feito?
O que você faria quando o mundo perfeito desaba diante de seus olhos? E, seu Estado, por intermédio das leis que regem sua vida, lhe diz que nada poderá ser feito?

Desta vez não vou ater-me muito a história, pois, a qualquer deslize, posso soltar um spoiller e acabar com a graça de vocês. Sendo assim, me despeço por aqui, avisando que, a despeito das duas horas e meia, a produção e roteiro impecáveis distribuem o tempo num ótimo ritmo, com inúmeras reviravoltas e questionamentos morais.

Caso tenha se interessado, eis aqui uma prévia desta obra de arte.

*Nota  9,0. E ponto final.

Don Vitto

Escritor, acadêmico e mafioso nas horas vagas... Nascido no Rio de Janeiro, desde novo tivera contato com a realidade das grandes metrópoles brasileiras, e pelo mesmo motivo, embrenhado no submundo carioca dedica boa parte de seu tempo a explanar tudo que acontece por debaixo dos panos.

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