Imagino que o êxito na Europa da peça de Alexandre de La Patellière e Mathieu Delaporte motivou-os a convertê-la no blockbuster que já arrebatou mais de três milhões de franceses e… UM brasileiro, pelo menos. Adivinhem quem?
Tenho o orgulho de dizer a vocês que, embora tenha assistido a esse maravilhoso longa na Repescagem do Festival do Rio, descobri que na verdade estive numa espécie de pré-estréia, porque em breve ele entraria em circuito – e, de fato, entrou!
Sim, para a felicidade geral da nação, pois não é todo dia que uma coisinha tão grandiosa e frágil como um filme reúne uma lista tão completa de predicados: diálogos inteligentes e reveladores, roteiro enxuto e ágil, e atores dando um banho em todas as cenas.
Tudo começa com um jantar em família, no qual o nome escolhido para um vindouro bebê serve de estopim para uma acalorada discussão, na qual nada fica de fora, nem rancores, nem desilusões ou segredos.
Com comédia e drama na medida certa, Qual é o Nome do Bebê? reflete sobre o papel, o alcance e o limite das ideologias, sobre a importância da sociedade na vida dos indivíduos, sobre História, Filosofia, homossexualidade, preconceito e sexismo, através do confronto quase teleológico entre os personagens.
Toda a ação acontece numa única casa e em apenas uma noite, como no imperdível filme nacional A Falta Que Nos Move, de Christiane Jatahy, com um indomável Pedro Brício no elenco. Lá, um grupo também reúne-se para beber, cozinhar e jantar, e conversam, discutem e brigam enquanto aguardam um convidado que nunca chega.
E trata das aparências e das vísceras dessa instituição tão enaltecida quanto mal falada, a família, como a ácida película de Mario Monicelli, Parente… é Serpente!
Vale a pena convidar a mãe, a avó, a namorada ou o namorado e os amigos para rir um bocado e se divertir na estreia em tela grande desse fenômeno popular, realmente para toda a família.
Nota: 9.5
Gostei meu amigo! Ando bem carente de bons filmes no circuito nacional.