Iluminamos: Sem Escalas ou Liam Neeson

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Vamos ser francos: Liam Neeson é o cara. A estreia de um filme dele nos cinemas dá reboot na minha agenda e se torna a prioridade cinéfila da semana.

Embora o prestígio alcançado pelo ator irlandês se deva a seu incontestável talento na arte de interpretar, sendo merecidamente elogiado por seu trabalho em Michael Collins: O Preço da Liberdade; Kinsey – Vamos falar de sexo, e; principalmente, em A Lista de Schindler, é inegável que ele vem se consolidando ao longo dos últimos anos como herói de filmes de ação.

(Sim, consolidando. Nos idos dos anos 90, Neeson já estrelava películas frenéticas como Darkman – Vingança Sem Rosto, de Sam Raimi.)Darkman_-Liam-Neeson-Makeup8

Como um Nicolas Cage mais assustador, ele tem estrelado produções quase sempre desprezadas pela crítica, que chora pitangas pela opção do cara por filmes comerciais em detrimento das ‘produções de arte’.

Depois de ensinar o be-a-bá a Obi-Wan em Stars Wars: Episódio I e a Bruce Wayne em Batman Begins, respectivamente, como Qui-Gon Jinn e Ra’s Al Ghul, o astro teve que deixar de lado a aposentadoria da CIA e usar sua inteligência, métodos e violência para resgatar a filha do cativeiro no memorável Busca Implacável, cuja segunda sequência já está a caminho.

Em 2011, Desconhecido valeu-se de uma trama de amnésia e conspiração para instilar novamente o capeta no coração do confuso e agressivo personagem de Liam, em outra pérola dos blockbusters.

Liam-Neeson-The-Lego-MovieE não é mais que a confirmação de um fato afirmar que o irlandês de meia-idade começou muito bem o ano, participando de duas produções que – ainda bem! – não se levam a sério, e entregam diversão em doses cavalares: Uma Aventura Lego – em que Liam faz o policial bipolar, e Sem Escalas – em que interpreta o protagonista.

Sem Escalas generosamente oferta uma discussão a cada freguês: terrorismo; impulsividade / manipulação da Imprensa; alcoolismo; hiper conectividade; diversidade; paranoia, todas acertadamente limitadas a apenas avançar a trama na alquimia do espetáculo de suspense que se desenvolve na tela grande.

Liam Neeson capricha na caracterização de seu vazio e sofrido personagem, utilizando sutilmente hesitação e carência como armas para o cumprimento do seu dever. Os demais atores, incluindo Julianne Moore, são todas peças no xadrez cujo desafiante o astro pena para descobrir.

A cartilha da pancadaria ágil, dura e realista de A Identidade Bourne também está presente, e a coreografia das lutas no banheiro e nos corredores do avião funciona muito bem. A tensão, a sensação de impotência e desconforto são crescentes, com as cores frias da fotografia e o aperto do cenário enaltecendo esses sentimentos, resultando num thriller direto e triste.0

Os blockbusters de Liam Neeson soam como um estranho elo perdido entre a pancadaria cínica de Steven Seagal e a porradaria blasé de Jason Statham, com um cérebro novo, devidamente costurado na caixa craniana pelo Dr. Frankenstein.  Ou não.

Rodrigo Sava

Arqueólogo do Impossível em alguma Terra paralela

Este post tem 3 comentários

  1. Vilipendiador Unperucked

    Vai ter uma terceira parte de Busca Implacável?!
    Ai sim, estamos conversando.

  2. Rodrigo Sava

    Será sua intensa expressão de melancolia aditivada por suas atuais opções no cinema?

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