10 Razões Para Assistir Pecado Mortal

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  1) É como nos bons tempos da Sessão da Tarde

A Record, conhecida por suas produções originais repletas de violência, tem nessa trama de aventura uma bela ironia: Os mocinhos usam bastões de beisebol ou as próprias mãos, e não raro a cuca. Valem-se de armas de fogo, procuram mirar longe do coração, e nem se vê o sangue escorrer. É puro desenho animado, é só perceber.

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 2) Conhecer (ou recordar) uma visão nada exagerada dos anos 70 no Brasil

Veraneios Vascaínas patrulhando as ruas, camisas abertas exibindo peitos masculinos antes do metrossexualismo impor a depilação como regra; cordões e relógios de metal pra lá e pra cá. É isso: Os produtores são competentes, a figurinista não se limitou ao cânone de Dancin’ Days e suas meias de lurex. As casas e os móveis e as roupitchas são reproduzidas com bela simplicidade, e por isso mesmo surgem em cena bonitas, espertas, captando a essência de uma década mais tresloucada mas, principalmente, descomplicada.

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 3) Inocência e recato (bem) reproduzido em horário nobre

É realmente outra época: Decotes femininos comportados, palavreado contido, pedidos de desculpas verdadeiros, amor fraternal entre irmãos, ética e bons sentimentos em ação pautando os rumos da trama. E tudo isso embalado por temas modernos e antigos, complementares ou antagônicos, como amor livre e casamento monogâmico; ambição e sossego; lei e crime; machismo e feminismo.

 4) Personagens cativantes e novos atores idem

Fernando Pavão vive Carlão, o protagonista da trama. Um hippie cabeludo, grandalhão, inteligente, bom de briga, rebelde e de bom coração. Naturalmente ético e pacifista, ele corta um dobrado para sobreviver alheio ao fogo cruzado da guerra pelo controle do crime no Rio do fim dos anos 70. O principal antagonista, o corrupto delegado Picasso, é interpretado com lascívia e malemolência pelo ator Vitor Hugo. E a trinca de ouro se completa com o confuso e carente irmão de Carlão, Otávio, encarnado por Felipe Cardoso.

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 5) Deliciosa trilha sonora antiguinha

Um caso à parte. Medalhões da saudade e regravações de hits da década da discotheque são um deleite para os ouvidos, começando pela abertura, que nos leva por um passeio num cenário de tiroteio, cuja ação, congelada no tempo, nos permite observar os personagens, sua indumentária e postura, praticamente apresentando a história da telenovela, tudo ao som de ‘Street Life’, na voz e instrumentos de The Crusaders & Randy Crawford. A trilha ainda passa por ‘Charme do Mundo’ (Marina Lima) e por uma versão inspirada de ‘I Just Wanna Stop’, na voz de Maurício Manieri (essa dedico procê, amor ;* ).

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6) Matar a saudade de estrelas sumidas da TV

Você encontra em Pecado Mortal veteranos da telinha, alguns nas casa dos ‘enta’ e outros mais novinhos, todos com experiência e talento de sobra. Atores e atrizes do naipe de Luiz Guilherme, Jussara Freire, Gracindo Jr., Denise Del Vecchio, Fábio Villa Verde, Simone Spoladore, Betty Lago e Ricardo Petraglia levam colorido, consistência e diversidade à história de Carlos Lombardi.

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7) 1 protagonista e 1 trama

Cabe de tudo nas novelas atuais: Bordões, 3 dúzias de núcleos onde cada um tem sua função de fazer um merchandising diferente, diversos vilões (com a possibilidade de virar mocinhos), melodrama histérico e mil paisagens (!). Mas, nesse folhetim, Carlos Lombardi volta ao básico. Um único protagonista. Uma única trama principal. E faz tudo funcionar.

 8) Humor anárquico

Zorra total fez escola ou o humor de marca-texto é uma evolução natural das telenovelas, com seus bordões e caras e bocas, ao som de sugestivas músicas radiofônicas populares? Pecado Mortal faz a curva fora do ponto e nos oferece um tipo de humor suave e simpático, digestivo e inofensivo o suficiente para acompanhar o jantar. Porém, quando percebemos, já estamos sorrindo, arrebatados pelo texto ágil e inteligente, pelas pérolas e reações, pela espirituosidade do contexto e pela espontaneidade das personagens em diversas situações, com desfechos às vezes inacreditáveis e divertidos.

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 9) Horário simpático

Quando estreou, fizeram muchocho porque o horário avançado afastaria telespectadores. Recentemente, e aparentemente por estratégia, a emissora a encaixou após o Jornal da Record, às 21h15, antes de Once Upon a Time (Era Uma Vez) e Breaking Bad (A Química do Mal). Uma ótima opção para quem dorme cedo, e, principalmente, para quem busca algo diferente de Helenas e Leblons.

 10) Carlos Lombardi

Nos anos 90, revolucionou o formato com o lançamento de Perigosas Peruas e Quatro por Quatro, que se tornaram mania nacional. Que o diga o romance de Raí e Babalu. Se Antônio Calmon (outro grande autor nos anos 90 que está injustamente esquecido) mirava os adolescentes para criar obras-primas como Top Model e Vamp, Carlos Lombardi atingia igualmente os adultos. E, apaixonado por cultura pop (sim, incluindo Hqs), continuou experimentando temas e ideias na Globo (Uga-Uga, O Quinto dos Infernos e Kubanacan – algumas das suas tramas que, para mim, merecem teses de mestrado) até ser contratado pela Record.

Rodrigo Sava

Arqueólogo do Impossível em alguma Terra paralela

Este post tem 2 comentários

  1. Vilipendiador Unperucked

    Sério isso mesmo?! Agora fiquei até curioso. Vou tentar dar uma conferida.
    Isso se a sra. Vilipas largar o controle remoto, é óbvio.

  2. Matheus Wesley

    Um cara faz um post sobre uma novela da record e ninguém comenta ? Pode isso Arnaldo ?

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