Iluminamos – Tudo por Justiça.

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Fala, galera que conhece os chiliques do Christian Bale e mesmo assim o chama de Batman!  Hoje, trago para vocês a resenha do subestimado Tudo por Justiça.

Diferentemente dos demais filmes que vemos no cinema, desta vez fomos enganados pelo trailer, mas de uma maneira, digamos, válida, pois, ao invés de agirem tal qual o filme Alemão, onde vendem uma ideia maravilhosa e nos brindam com um banho de esterco, a pérola do norte-americano Scott Cooper – direto de “Coração louco” (2009) -, faz justamente o oposto. Francamente, em alguns trailers e sinopses, mais parece um desses filmes que tentam entrar na crista do UFC –  enredo recheado de lutas clandestinas – e que, para finalizar, se valem da imagem de um oscarizado armado e com desejo de vingança. Todavia, para nossa felicidade, as lutas clandestinas não equivalem a 5% do enredo, por sinal, muito bem elaborado, embora seja criado sobre uma ideia já batida: a vingança.

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Apesar do trailer sugerir um clima de mistério e investigação, nada disso acontece no filme. De uma maneira muito mais simplista do que é utilizada no cotidiano, o enredo tem um desenrolar bem enxuto e, até certo ponto, crível.

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Aqui está a sinopse chupinhada do Adoro Cinema:

Russell Baze (Christian Bale) trabalha em uma usina e mora com o pai (Bingo O. Malley), que enfrenta sérios problemas de saúde, e o irmão mais novo, Rodney (Casey Affleck), que lutou na Guerra do Iraque. Um dia, Russell se envolve em um acidente de carro onde uma criança acaba falecendo, o que faz com que seja preso. Ao sair ele retoma a vida de antes, trabalhando novamente na usina. Entretanto, Rodney se recusa a levar a mesma vida do irmão e do pai. Querendo ganhar dinheiro, ele passa a fazer lutas clandestinas e acaba se envolvendo com um homem violento e bastante perigoso: Harlan DeGroat (Woody Harrelson).

 Quanto ao filme, gostaria de dizer a todos que é uma obra extremamente válida de ser assistida, em especial por pessoas que, assim como eu, dão valor a representação da realidade do submundo, onde os fracos não tem vez e não existe o perdão.

Especializando-se cada vez mais em retratar o cotidiano de homens em crise, apoiada pelo mesmo talento que rendeu ao “O Operário” o Oscar de melhor ator, a parceria Scott/Bale nos traz o derrotado Russel Baze e sua incansável luta pela honra de ser “homem”. Alguns podem acreditar que estou confundindo honra e vingança; no entanto, desde o início de sua caçada até o momento clímax da película, o território mostra-se como um personagem marcante, principalmente por sua cultura regional onde, fadado a viver numa vida miserável e de poucas conquistas, nada mais resta a um homem – a rústica concepção local – do que lavar as máculas em sua honra, trazendo o alimento para sua casa e fazendo valer suas regras.

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Neste mesmo contexto, de visão interiorana e machista, é que o talento de Woody Harrelson  traz a vida ao personagem mais interessante e instável do filme. É, no mínimo, magistral a construção de Harlan DeGroat, assim como seu caráter e juízo de valores, pois, variando de 0 a 100 Km/H em míseros segundos, o perigoso personagem, chefe da região montanhosa do estado, torna-se completamente imprevisível, agregando ao filme uma mescla de terror e repúdio.

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 Infelizmente, não posso me estender devido ao risco de spoillers, então, o que lhes digo é: – Corram até o cinema mais “cult” da região e apreciem esta obra, pois, se depender da merda das distribuidoras você não verá nada de útil.

Confira o tão comentado trailer:

Don Vitto

Escritor, acadêmico e mafioso nas horas vagas... Nascido no Rio de Janeiro, desde novo tivera contato com a realidade das grandes metrópoles brasileiras, e pelo mesmo motivo, embrenhado no submundo carioca dedica boa parte de seu tempo a explanar tudo que acontece por debaixo dos panos.

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