Iluminamos: Uma Família em Apuros.

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Fala galera que não tem muito que fazer e, por isso, passa o domingo vendo comédias para a família!  Hoje trago para vocês a resenha do novo filme de Billy Crystal, este, chama-se Uma família em apuros.

Sinopse gentilmente oferecida pelo site “Adoro Cinema”:

Quando a filha sai para trabalhar, Artie (Billy Crystal) e Diane Decker (Bette Midler) passam a cuidar dos netos. O problema é que os métodos modernos de educação, que excluem punições e deixam de lado qualquer tipo de diversão, entram em conflito com tudo aquilo que Artie e Diane aprenderam com a vida. Logo eles decidem abandonar as recomendações da filha e adotar seu próprio método, usando algumas táticas inesperadas para conquistar os netos e ensiná-los a serem crianças de verdade.

Logo “de cara”, posso dizer que o filme traz questões interessantes sobre a educação dos filhos em meio ao conflito de gerações. Ainda  que sua proposta seja arrancar risos de situações ricas em possibilidades, além de ser uma comédia leve, em vários momentos o longa nos leva a refletir diversas problemáticas atuais, principalmente no que diz respeito a Lei da Palmada. Não sabem o que é? Bom. Direto do Wikipédia trago-lhes a luz:

Lei da Palmada é o nome dado pela imprensa brasileira ao projeto de lei que visava proibir o uso de castigos físicos ou tratamentos cruéis ou degradantes na educação de crianças e adolescentes. A lei conhecida como “Lei da Palmada” gerou polêmica devido à aceitação cultural do castigo físico a crianças e adolescentes pelos pais. O principal argumento contra a Lei é a intervenção do Estado em assuntos privados, como a educação de crianças em casa.

Não sei se é do interesse de vocês, mas gostaria de discorrer um pouco sobre esse assunto, ainda mais pelo fato de que uma das cenas mais marcantes, diga-se engraçada, é completamente voltada para tal polêmica. Deste modo, vou colocar em forma de citação para que assim, os leitores mais preguiçosos possam pular direto para a crítica do filme.

Como todos sabemos criar filhos não é uma tarefa  fácil. Às vezes em situações extremas nos vemos obrigados a impelir castigos físicos  ou até certas “humilhações” psicológicas, uma vez que sabemos a perversidade das ruas. Deste modo, uma vez que precisamos corrigir aqueles que queremos bem  e o diálogo não é mais eficaz,  contra nossa vontade damos algumas palmadas ou berros mais inflamados contra nossos filhos. Até então, tudo normal, certo? Na verdade, não! A partir do momento em que vivemos numa sociedade dita evoluída em relação aos valores passados, a maneira como boa parte de nós fomos criados é taxada de infantil e violenta, além de ser atribuída a problemas psicológicos e emocionais que, tratados pelo governo gratuitamente, por intermédio desta lei nos dará mais que orientação. O governo que não banca educação, saúde ou condições dignas de sobrevivência, aos olhos dos grandes educadores da nova era, nos dará ajuda psicológica.  Francamente…

Crianças mimadas e suas típicas M$%&@!
Crianças mimadas e suas típicas M$%&@!

Voltando ao filme, gostaria de dizer que se trata de uma comédia muito divertida e o melhor fica a cabo do desenrolar hilário sem o uso de palavrões.  Na verdade, vi o filme dublado, mas pela pegada do roteiro, acredito que em inglês não teria muita diferença.  Confesso que me surpreendi positivamente, uma vez que esperava um filme raso e bobo. Porém, logo no início, pude perceber que se trata de uma clássica comédia familiar que, se for vista ao pé da letra, com a família, pode servir para a reconstrução de laços afetivos ou até mesmo, uma catarse sobre a correria do dia a dia. Cabe até mesmo uma reflexão sobre como a mesma nos deixa afastados da convivência social, principalmente, na base que, a despeito da evolução das mais variadas teorias, ainda é considerada a mais importante. A Família.

A trupe toda reunida.
A trupe toda reunida.

Na minha humilde opinião, a comédia dirigida por Andy Fickman foi um grande acerto em todos os quesitos. O roteiro é bem interessante, assim como os diálogos e a profundidade de cada personagem. Dos três netos, cada um tem suas questões a serem resolvidas e mesmo que seja de maneira bronca e, em certos momentos, egoísta, Artie Decker (Crystal) e sua esposa (Bette Midler) fazem tudo o que está ao seu alcance. Assim como os verdadeiros avós fazem.

Garantia de risadas.
Garantia de risadas.

Todo esse esforço dá, principalmente, a oportunidade de se redimir de erros passados e assim não decepcionar a confiança depositada por sua filha (Marisa Tomei) politicamente correta, amante da ecologia e da educação não competitiva. Traduzindo, o filme mesmo que construído numa crítica despretensiosa, relata o choque de gerações, assim como os métodos de criação de seus filhos. Pois, enquanto de um lado a insossa modernidade se vê questionada pelo execrado modo da chinela, os velhos costumes são vistos como problemas psicológicos e de correlação de forças.

O pequeno ruivo tentando fazer o que muito marmanjo já desejou.
O pequeno ruivo tentando fazer o que muito marmanjo já desejou.

Transformando toda a crítica para a visão do filme, podemos dizer que a maior graça da obra incide exatamente no que foi elencado acima. O fio condutor, Artie Decker, um sexagenário debochado e de maus costumes, em vista aos conceitos atuais, vê-se diante a desafiadora missão de cuidar dos netos, os quais não via há quase um ano. Até aí, nada demais. O problema é que a missão não é tão simples,  uma vez que, diferentemente do modo démodé de educação, o mesmo terá de adaptar-se a métodos atuais, que logo de início, numa cena perfeitamente montada, o espectador é apresentado. Digo o modelo americano de pais Cool and hightech, onde o casal Alice (Tomei) e Phil (Everett Scott) bajulam seus filhos ao ponto de se tornarem próximos a súditos fieis. Acredito piamente que a cena, até certo ponto exagerada, apenas tivera a serventia de explanar a automação dos afazeres básicos do homem, assim como o conceito moderno de se evitar broncas ou outras formas de constrangimentos as crianças. No entanto, utilizando-se de uma visão mais crítica, podemos refletir sobre a falsa interação social a qual as novas tecnologias se pautam, principalmente, pelo simples fato das pessoas  gastarem mais tempo em redes sociais ou com aparelhos eletrônicos do que aproveitando a vida real que passa pela janela.

Outro detalhe importante é que, por tratar-se de uma crítica velada em tom de comédia, o filme conseguiu  passar muito bem as cenas dramáticas, sendo que, em certos momentos, não seria nada exagerado ver pela plateia vários pares de olhos marejados.

A delicada Bailee Madison numa das mais dramáticas cenas do filme.
A delicada Bailee Madison numa das mais dramáticas cenas do filme.

Infelizmente ou não, acabei estendendo-me, porém gostaria de encerrar a resenha com a simples frase: O filme é bom e, com certeza, é muito mais válido gastar seus suados reais com isso, do que perdê-los em produções nacionais que sequer instigam seu lado mais intelectual.

Pontos Positivos:

  1. Todos que elenquei acima.
  2. Ver uma anã logo na saída do cinema ajudar um cidadão que, completamente disperso, atém-se tão somente ao tamanho da gentil cidadã e assim, por mera confusão, acaba tratando-a como uma criança, dando-lhe dois afagos na cabeça ao som de “ que bonitinha”.

Pontos negativos:

  1. Clichês usados.
  2. Piadas primárias, sem violência, nudez ou sexo.
  3. Já falei nudez? Dessa vez não fomos agraciados por Marisa Tomei, mas a Regra 13 está aí pra isso.

*Obs: Não queria dar Spoiller, mas um membro importantíssimo da família morre de forma trágica.

Nota 8,0, mas não se esqueça que é para a família. Depois não venha reclamar.

Deixo o trailer para vocês darem uma curtida:

Don Vitto

Escritor, acadêmico e mafioso nas horas vagas... Nascido no Rio de Janeiro, desde novo tivera contato com a realidade das grandes metrópoles brasileiras, e pelo mesmo motivo, embrenhado no submundo carioca dedica boa parte de seu tempo a explanar tudo que acontece por debaixo dos panos.

Este post tem 12 comentários

  1. toddy

    kra, eu ñ sei se é por culpa da traduçao louca, mas acho q já vi esse nome em outros filmes! mas como vi nos seus pontos negativos: sem violência, nudez ou sexo. deixarei chegar na sessao da tarde! já q é pra familia, vou deixar toda minha familia( ou seja meu cachorro) assistindo no sofá, enquanto eu assisto videos no xvide… ah digo, leio resenhas de filmes familiares no iluminerds! valeu

    1. Don Vittor

      Que isso cara. A tomei merece uma homenagem em qualquer filme auuuhaUHUUHUHAHUAUH

          1. Don Vittor

            Certamente! aUHUHUUHAHU

  2. Inacreditavel_Neo

    ADORO A MARISA TOMEI!

    Me lembra uma conhecida minha. Ainda pego aquela danada.

    1. toddy

      pega quem rapaz? mas é um fanfarrao mesmo, no maximo deve pegar uma susan boille da vida, e isso pagando! valeu

      1. Inacreditavel_Neo

        Não preciso ser lembrado da minha triste realidade.

        Agora fiquei xatiadu…

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