O Festival do Rio 2015 e a palavrinha da moda

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Outubro à porta. E aquele período do ano em que você fecha pra balanço. Ou abre para balanço, sei lá. Duas semanas perdido numa noite suja, bêbado de sensações, tropeçando em filmes de variados tipos e estilos, radicalmente diferentes entre si, em comum apenas o fato de todos estarem se oferecendo para você.

O Festival do Rio 2015 entra em cartaz, de 2 a 14 de outubro, com cerca de 280 filmes, de mais de 65 países, como informa o disputado guia de programação, disponível virtualmente e nos cinemas participantes. Sob o selo comemorativo dos 450 anos do Rio, o Festival ressurge menor em numero de filmes e sem suas salas mais tradicionais. O Estação Net Rio, com suas três charmosas salas, bomboniére, espaço de convivência e sebo, no qual o festival montava seu quartel-general, com os estandes de vendas defendidos por voluntários cinéfilos, em torno dos quais os apaixonados espectadores passavam horas montando suas listas de sessões, consultando os filmes já liberados para venda e discutindo alucinadamente sobre o que iriam ou acabaram de assistir, ficou de fora.

E é aí que se encaixa, fidedignamente ou por simples polêmica – a gosto do freguês – a tal palavrinha da moda: Crise. Estaria o Festival adequando-se a tempos mais austeros, ou fora afetado por redução de investimentos de empresas tradicionalmente parceiras, como a Petrobras? Independente disso ou de quaisquer razões econômico-financeiras, terá sido uma opção inteligente alterar o coração do evento, tirando o bairro de Botafogo de seu centro?  Além de eliminar as salas do Estação Net Rio, tiraram a maioria das salas do Estação Botafogo (reservaram apenas uma).

Ao menos uma consequência será imediata: o aumento da procura pelas sessões de meia-noite de sextas e sábados, neste ano limitadas a apenas duas salas, o Estação Botafogo 1 e o retornado Odeon (ano passado havia ao menos o dobro, contando apenas Botafogo!).

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Em relação às salas, há também boas notícias: Embora não haja o retorno do imenso Pavilhão da Cidadania, o reformado Odeon retomará as pré-estréias nacionais e debates do Cine Encontro. O Cine Carioca Méier, parte do centro cultural (João Nogueira) que se tornou o Imperator, e parecia destinado a receber as sessões de gala no ano passado (mas bateu na trave), finalmente passa a integrar o festival. O Ponto Cine de Guadalupe, continua, acertadamente, assim como o reaberto Cine Arte UFF, de Niterói. Além disso, há o retorno da Cinemateca do MAM, que vem recebendo nova curadoria, e é mais um reforço de qualidade. Destaque para o fato de haver duas salas em Copacabana, uma no Roxy e outra no Cine Jóia. E mais duas no Kinoplex São Luiz, no Largo do Machado.

Diversas salas exibirão sessões gratuitas e debates, dentre eles, o CCBB (com a exposição A Magia Universal do Cinema, inclusive), o Espaço BNDES e o Cine Maison (que exibirá no dia 5/10 um dia inteiro de filmes do Michel Gondry!).

O RioMarket, voltada para os negócios e para a troca de conhecimento ocorrerá neste ano no novo Pavilhão do Festival, o Centro de Altos Estudos da UFRJ.

As sessões pagas possuem valores diversos, de R$ 2,00 (meia-entrada no CCBB) a R$ 22,00 (entrada inteira 3D no Cinépolis Lagoon), e os passaportes -ah, os passaportes… Já esgotados, foram disponibilizados neste ano apenas os de 20 ingressos, inacreditavelmente um pouco mais em conta que no ano anterior: R$ 180,00.

Maior ou menor, nessa festa cabe cada cinéfilo e curioso da cidade – e os Iluminerds também. Acompanhe aqui nossos pitacos sobre o Festival do Rio 2015 e as melhores – ou ao menos as mais loucas – críticas das produções desse ano ; )

Rodrigo Sava

Arqueólogo do Impossível em alguma Terra paralela

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