O Guia do Nerd Brasileiro: a polêmica Nerd vs CDF

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McLovin, o hibrido, o CDF/NERD

O texto a seguir é de responsabilidade de seus idealizadores, ou seja, o goleiro Bruno e Elize Matsunaga. Neste caso, Zé Messias será apenas um pseudônimo randômico escolhido ao acaso e não tem nenhuma relação com o ilustre, brilhante (e gostoso) colunista do Iluminerds.

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Cansado de ser confundido na rua ou na roda de amigos? Farto de não ser entendido pelos seus pais? Revoltado por ter sido mandado para o psicólogo (terapeuta, psiquiatra) sem motivo? Então, meu garoto (a), seu lugar é aqui. Se você quer ser compreendido, mas sem deixar de lado seus preciosos antidepressivos, você está no lugar certo. Afinal, você chegou à mesma conclusão que eu, se é para rotular, pelo menos que se faça direito!

No entanto, este texto não é para você, meu companheiro ou companheira Nerd (sem a viadagem implícita), que, espero eu, saiba bem o que é. Dedico meu pequeno textículo aos “cães infiéis”, ou, melhor dizendo, todos os não-nerds. Eles são o todo, eles são a massa, eles são a classe dominante. Pode ser seu pai, sua mãe, seu melhor amigo (o que seria um caso raro), sua professora ou até aquela menina(o) que você gosta (e nunca vai contar! Clássico!).

Este texto é o reflexo de anos de meditação e estudo, ele tem uma pequena e simples função: revolucionar o campo das pesquisas sociológicas e antropológicas para todo o sempre. As ideias utilizadas abaixo são uma espécie de compilação de relatos de terceiros (à moda da Veja), uma forma de chupar a sementinha plantada por meu bom amigo Gustavo Audi (uuui!) em sua postagem de estreia, e podem ou não refletir inteiramente as opiniões da Comunidade Nerd.

Como Nerd Apostólico da Divina Revelação 3D, vim trazer luz onde havia trevas, iluminar o caminho dos perdidos e trazer dos mortos aqueles já derrotados. Porque ser nerd no Brasil é duro e a função deste texto é fazer a classe dominante entender isso.

Logo de cara me vem à cabeça a maior luta do Movimento, o chamado: “Porra, eu não sou CDF!!!”. Sim, porque não sei se você sabe, mas uma coisa não tem nada a ver com a outra (mais explicações à frente. Afinal, é bem melhor dizer o que somos ao invés de falar o que não somos).

McLovin, o hibrido, o CDF/NERD

NERD – Segundo o digníssimo dicionário inglês-português Babylon V® do UOL, o termo remete “aos chatos, pessoas incômodas, rechaçadas pela sociedade”. Enfim, os párias. Ora pois, por que esta distinção entre nós e os “seres humanos comuns”? Simples. Porque Nerd, no Dicionário Zé Messias de Maneirismos e Gírias, significa, nada mais nada menos, que diferente ou até mesmo estranho (isso num sentido positivo e não no sentido de bizarro). Os integrantes do Movimento apresentam características únicas que só podem ser verdadeiramente compreendidas e/ou apreciados por quem é do metiê…ou por quem é “do babado”, no bom português.

Nos tr00 Nerds, as principais qualidades são: hobbies bem específicos (beeem meesmo), certo grau de isolamento do mundo não-nerd, propensão a ser vítima de bullying e outros tipos de embaraço e, claro, grau de contato com o sexo oposto zero ou menor (sim, é possível!).

Os espécimes mais clássicos da casta mais nobre da sociedade são: o viciado em HQ, o viciado em games, o otaku (entusiasta da cultura japonesa como um todo), o cibernerd (pessoa que abdica da vida social para ficar na frente do PC) e o viciado em literatura fantástica (RPG, Senhor dos Anéis, Game of Thrones, Privataria Tucana, Eragon etc. – isso, claro, num sentido amplo de literatura). Há algumas vertentes menos comuns no País, como o viciado em computação ou tecnologia como um todo (sem ser necessariamente um profissional/aluno de alguma área de exatas), e os clássicos Trekkie e Jedi, fãs dos filmes Jornada nas Estrelas e Guerra nas Estrelas, respectivamente.

Não podemos nos esquecer dos transgêneros, os nerds híbridos que se interessam por diversas áreas ao mesmo sem conseguir apontar uma vertente com sendo a melhor. Digo isso, pois a natureza abrangente dos diversos segmentos faz com que sejam comuns os que se interessam por mais de uma área. Porém, os não transgêneros geralmente possuem uma preferência definida. Existem ainda níveis de intensidade da chamada nerdice ou do inglês nerdness, desde o 1, categoria em que se encaixam os chamados Entendidos (cagadores de regra, como este que vos fala), e o 10, o Google Nerd.

Agora, após essa brilhante descrição do que seja o Movimento e seus principais atores sociais vamos a bendita da diferença entre CDF e NERD.

Enquanto nerd é tudo aquilo que falei aí em cima (e algumas cositas más), o termo CDF tem a ver simplesmente com o desempenho escolar do indivíduo, nada mais. Por este motivo, recorrendo a epistemologia da sigla, temos Cérebro De Ferro. (Particularmente não entendo o tom ofensivo que se dá a outra possibilidade dessa sigla, o popular Cu de Ferro. Na atual conjuntura da baitolagem adquirida, ter uma olhota de metal seria uma coisa boa, não?).

Toda a confusão começou por causa das características similares de ambas as classes, como a reclusão e a falta de contato com o sexo oposto. Contudo, nunca foi algo característico dos nerds o desempenho escolar fora do normal, pelo contrário, graças ao gene especial da preguiça nº 666, o desempenho escolar do nerd sempre beira o mediano.

No entanto, é necessário deixar claro que os nerds são inteligentíssimos e podem até ser bons alunos (em raras exceções), mas eles preferem usar suas habilidades em algo mais produtivo (para eles). Por exemplo, mestrar uma partida de RPG, aprender japonês sozinho, decorar nomes, função e golpes de personagens em narrativas infindáveis, vide One Piece e Naruto, e não se perder em meio às consecutivas Crises (nem eu entendo esse baguio), Guerras Civis etc.

Assim, não venha me encher o saco se eu mandar você tomar no cu ou se fuder estudar antropologia caso me chame de nerd querendo dizer CDF ou vice-versa, se, por acaso, você não leu este belíssimo post no Ilumerds, a culpa não é minha, oras.

Bye, bye

XOXO

*Zé Messias é um grande conhecedor das coisas profundas (mas não no sentido que ele queria T_T). Ele também é o renomado autor de Best-Sellers como Japão, japoneses e suas (loucas) manias e Mordor, sua cultura e sua gente – um ensaio sobre a beleza da desolação.

Zé Messias

Jornalista não praticante, projeto de professor universitário, fraude e nerd em tempo integral cash advance online.

Este post tem 19 comentários

  1. JJota

    Particularmente não entendo o tom ofensivo que se dá a outra possibilidade dessa sigla, o popular Cu de Ferro. Na atual conjuntura da baitolagem adquirida, ter uma olhota de metal seria uma coisa boa, não?

    HA!HA!HA!HA!HA!HA!HA!HA!

  2. Rosinha

    Que merda de post. Querer ser rotulado de nerd é coisa digna de leitor do Jovem Nerd.

    E ser nerd e não querer ser chamado de nerd é imbecil, coisa de hipster, digno de leitor do Ovolete.

    1. Rosinha, 

      Vc está correto se apenas analisarmos os dias de hoje. Antigamente, ser nerd era como ser uma aberração da natureza. O mais engraçado é que a pessoa não tinha noção exata de ser nerd, somente quando lhe imputavam a alcunha. No ilumicast#1 comentamos o assunto… Não era fácil ser nerd nos anos 1980…

      1. Rosinha

        Cara, eu sofri bullying na adolescência. Eu tinha o típico perfil nerd (magro com óculos), fui, de fato, muitas vezes taxado de aberração. Mas nem dei tanta importância a isso. E pelo fato de ser homossexual, eu diria que tinha motivos em dobro para ser perturbado. Realmente, não era fácil ser nerd nos anos 80. Foi uma fase muito difícil.

        O que é ridículo é que hoje em dia a palavra ”nerd” virou moda, e ser nerd virou moda. Aí tem gente que começa a ler quadrinhos, a ver determinadas séries e filmes porque é coisa de geek. Vemos rapidamente pessoas com óculos de aro grosso, com um encadernado de Sandman na mão, vestidas com uma camisa de Star Wars e falando de Game of Thrones.

        Pessoas que querem ser taxadas de nerd porque está na moda e não porque realmente são.

        1. Cara, eu sofria desde a infância (me nego a falar de um problema psicológico sério como se fosse algo comum), mas, para minha sorte, mama House é do cangaço. Então, eu tinha de reagir senão apanhava em casa e minha progenitora é mestre em espancamentos ninjas (não que esteja reclamando disso, pois creio que foi vital pra minha educação). 

          Agora, concordo contigo que essa modinha nerd é um tanto irritante. Exatamente pelos motivos apresentados por você. O estranho é que hoje em dia não posso ser tão considerado nerd pelo menos é o que me dizem… Fazer o quê? os nerds de raiz não são mais vistos dessa forma e o pessoal Restart da vida quer ser chamado de nerd, mas eu tenho um nome para eles (dementes)… 

          1. Messias

            Essa discussão de vcs coroas dá um novo post.

            Eu nasci em 1988, mas já na minha adolescência não tinha nada de errado em ser nerd. Eu concordo que há uma modinha, mas não tem nada de errado com o termo em si ter se popularizado e ter se tornado algo positivo. A comunicação tem vida própria, ela é dinâmica, ela flui através do uso cotidiano…

          2. Eric Bruno

            Se o cara é muito popular, sarado, bonito, pegador e gosta d esportes radicais + também gosta muito d estudar ( Ele é NERD ou CDF? )

          3. JJota

            Eu vim ao mundo em 1977. Lia Julio Verne com cinco anos. Obviamente, daí para as HQs foi um pulo, principalmente depois que ganhei de meus pais uma edição (a n° 2) do Cavaleiro das Trevas do Miller (primeira publicação no Brasil). Logo estava acompanhando Crise nas Infinitas Terras, Batman Ano Um, Homem-Aranha (morra, Quesada!) e, claro, Superaventuras Marvel (o melhor mix que a Marvel já teve no Brasil!).
            Mesmo garoto, era tratado de forma estranha por ler HQs, ouvir rock (maldita terra do forró!) e, em muitas coisas, adotar uma postura punk (ou seja, FODA-SE!). Por sorte, como fisicamente era forte e jogava futebol, não fui tão vítima de bullying como outros amigos na época.
            Vendo a “moda” de hoje que é ser nerd, lembro de um amigo que tive na Escola Técnica. Sabem o Sheldon, do seriado TBBT? Pois ele era o Sheldon, vinte anos ANTES da série! Ele falava coisas que até mesmo EU achava estranhas (uma vez ele disse ao pessoal do futebol que estava trabalhando num projeto de raio laser para fins militares e que pretendia utilizá-los como cobaia).
            O estranho se tornar moda é comum. O problema é que nem assim as pessoas deixam de achar estranho. O nerd á apenas um cara que tem horizontes muito mais amplos. Ele nao se limita a cinco bobagens na TV. Ele tem curiosidade pra procurar muito mais e ir muito além.

        2. JJota

          São esses “nerds da moda” que estão sustentando a atual fase ruim das HQs e estes filmes ruins de super-heróis.

          1. MaxRicardi

            [2]

    2. Puluko

      O maroto aqui nasceu em 1982… E SEMPRE fui nerd. Minha “praia” são os quadrinhos, games e seriados/filmes. E sim, eu ERA ZOADO NA ESCOLA ATÉ NÃO QUERER MAIS! Já apanhei, fui humilhado… Até mesmo já cuspiram em mim! Acho que por isso que comecei a treinar musculação: foi um mecanismo de defesa psicológico. Hoje digamos que sou o nerd que CONTINUA gostando de quadrinhos e afins, mas um nerd GRANDE.
      Digamos que comecei com os treinos pelo motivo errado, mas hoje os faço pelo motivo certo: saúde! (Mas não vou ser hipócrita: ser grande ajuda… e muito!)

      1. JJota

        Ainda lembro as primeiras brincadeiras mais “pesadas” que suportei por ser “da paz”. Com a mudança de turno no colégio foi que a verdade surgiu: ou eu ficava mais malandro do que todos os malandros de lá ou me daria mal diariamente.
        Impor respeito com atitude ou discurso não funciona na 8ª série…

        1. Puluko

          Não, não funciona MESMO… Certa vez um f.d.p. acertou minhas BOLAS com tanta força, que tive que ir pro ambulatório. Na boa: depois do segundo colegial, eu passei a não aceitar mais qualquer tipo de brincadeira de mal gosto. E se vier pra cima… Vai apanhar! (Ainda sou da paz… Dou um boi pra não entrar numa briga… Mas depois da merda dou uma boiada pra não sair dela!)

  3. Pablo Casado

    Bah, só quem nunca leu os clássicos do homem-aranha confunde CDF com Nerd. Foi com ele que aprendi (na verdade, o Flash Thompson que ensinou) que CDF. ferrinho e outras alcunhas se referem aos CDFs (dããã…), alunos que só vivem para aulas, para o estudo etc.  Nerd e sua conexão com o pop só vi a conhcer nos anos 90, quando o RPG se desenvolveu no Brasil. Antes eu achava que nerds eram aqueles sujeitos estranhos e marginalizados (que incluiam também o CDF) que ficavam em faculdades graças aos filmes da vingança dos Nerds e deles saindo de férias, entre outros. E outra, Geek é mais chic e mais abrangente para mim…

  4. Linik

    Cara é muito chato quem acha que CDF e Nerd é a mesma coisa
    -AIIIIIII,VC NÃO É NERD POR QUE NÃO É BOM EM MATEMÁTICA…..

  5. GABRIEL

    serio essa gente que diz que uma pessoa se da bem na sala é nerd
    me chamam de nerd mas minhas notas são 7.0 ou até menos e falo com meninas tbm(não aquelas que fica na kele agarra agarra mas dakelas que gostam de conversar com vc) BOM POST ESSE

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