O que é preciso para uma equipe ser formada?

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 Fala aê!

Sentiram minha falta né? Não? Dane-se, porém depois de muitas chibatadas do senhor Don Vitor e do nosso editor chefe Dr. House (assim como vocês, eu também não entendo nem um pouco como esses dois foram se encontrar), tive a fabulosa ideia de trabalhar este texto desenvolvendo a ideia de grupo com vocês leitores deste blog.

Este ano, em que grupos como “Os Vingadores”, “Os Mercenários”, a “Liga da Justiça reboot” e agora os “Iluminerds” estão aparecendo com força total na vida nerd. A pergunta que me faço é apenas essa: o que é preciso para uma equipe ser formada?

Bom, sei que temos algumas diferenças entre equipe e grupo. Mas partindo do precedente de que toda equipe é um grupo, por razões óbvias, vou começar esta análise pela característica principal para uma equipe: o objetivo. O termo grupo tem como uma de suas origens o termo germânico “group” que significa “laço” ou “nó”, a equipe traz esta característica, mas as pessoas têm um objetivo, não são apenas um monte gente inútil que estão ali pra nada (tipo alguns blogs safados por aí, RATINHO!!!). Um bom exemplo é o desenho “Caverna do Dragão”, que tinha um grupo de jovens (vivendo altas aventuras) unido para procurar uma maneira de sair daquele mundo esquisito.

Vocês conhecem esse grupo?!

Lembro-me que uma das discussões que se faziam, na época da formulação da “milésima re-recriação nova” da Liga da Justiça para os novos 52, era sobre quem seria o personagem negro desta equipe, onde uns defendiam o personagem que foi escolhido (o Cyborg) e outros defendiam a entrada de outros personagens, como o Sr. Incrível. Esse é um dos traços de um grupo: a diversidade.

Aliás, diversidade é um tema que merece um post próprio (deixarei este tema anotado no bolso do simbionte). Contudo, aqui eu só irei apontar esta característica. Normalmente quando falamos de diversidade em equipes a vemos sendo abordada de duas maneiras, uma de forma mais concreta como quando a apresentamos de maneira objetiva (gênero ou etnias, tipo Capitão Planeta, que tinha lá aqueles “mulequinhos” onde cada um pertencia a um continente e que um deles soltava fogo pelo anel, lembra?).

Ou (e eu prefiro este) através das habilidades como o que basicamente Liefield usa como fórmulas para montar equipes (por exemplo o Youngblood e o X-Force, duas equipes com diferentes maneiras de apresentar o Wolverine).

Segundo o psicanalista Didier Anzieu, existem duas outras característica de um grupo que seriam o acolhimento e a frustração. A necessidade da diversidade se dá para que os integrantes interajam e dependam das habilidades específicas de cada um e isso acontece para que cada personagem possa crescer de maneira individual. Isso ficou muito bacana no filme dos “Vingadores” (2012), onde na separação ficou claro que cada um dos integrantes evoluiu em sua singularidade.

A última característica para que esta equipe se levante e possa começar a sua ação, é a figura do Líder. Um líder é para esta trama de objetivos e diversidades como um ser que ficará responsável por fazer este corpo andar. Neste sentido, a característica do Líder irá dizer como o grupo irá se movimentar. Antes de todas as nuances que o Morrison deu ao personagem Ciclope dos X-Men, lembro-me de um revista (que foi emprestada e nunca mais voltou e, se não me engano, foi a Super Heróis Premium Nº8 dos X-Men) em que o Wolverine filosofava sobre o Scott, dizendo que ele era parecido com o cíclope da mitologia grega que só tinha um olhar para o mundo. Este olhar foi o que sustentou (ou deveria sustentar) os X-Men durante muito tempo.

Para os dccanecos, não chiem, temos o ícone-mor de super ser, o Superman como aquele que na Liga é sem sombra de dúvidas o ideal a ser seguido enquanto regras para um mundo melhor. (tá, muitos comunistinhas devem estar irados com a comparação, mas fato é que apesar de toda a gama de poder que o Superman pode ter, o que mais se sobressai é o seu ideal de justiça que quase sempre norteia a Liga). Para o psicanalista Bion o líder é uma espécie de deus, um estado teocrático em miniatura (maneiro, né, Don?!), mas também é esperado que este líder supra todas as necessidades desta equipe (mais maneiro, ainda, né, Don???) para que este não seja derrubado pelas irresponsabilidades dos próprios membros.

***

Bom, esta é mais uma maneira (atrasada) de dar boas vindas ao grupo (porque já temos mais de um mês de trabalho). Até a próxima, e que os Iluminerds não precise ser rebootado (péssima maneira de acabar, mas foi uma maneira de terminar).

Panter-O

Redator dos Iluminerds, antenado em quadrinhos e Psicologia. Esta será a minha melhor versão de mim, rsrsrs.

Este post tem 15 comentários

  1. Victor Vaughan

    Muito boa sua matéria Ebony! (também não sei como Deus, um ser que representa o bem absoluto, permite a existência do Diabo e muito menos tenha permitido que o Thomaz e o Vitor tenham se conhecido) Tomei várias anotações para mim do seu texto e sim,assim como a Liga do reboot, esse grupo de iluminerds é inusitado, mas tenho certeza que estamos mais para a Liga Extraordinária do Moore que pra o YoungBlood (daquele cujo qual o nome não deve ser mencionado)

      1. Harvey_o_Adevogado

        “batatinha quando nasce, esparrama pelo chão, menininha quando dorme, põe a mão no colchão…”

  2. Rosinha

    Uma boa equipe precisa de personagens carismáticos, com personalidades fortes (não massavéias), um bom líder e um alívio cômico, algo que apesar de, na maioria das vezes, ser levado de forma galhofa, ajuda e descontraí a equipe nos momentos de maior tensão.

    1. Ebonyspider

      O alívio cômico num grupo, normalmente aparece na figura do trickster (o trapaceiro) ou do transgressor, são aqueles que normalmente denunciam algo de errado no grupo, eles acabam sendo visados por este destaque.
      Não que seja essencial ter um alívio cômico, mas eles sempre aparecem.

      1. Sim, Ebony, mas há de se lembrar também que isso depende muito da tônica do grupo. Quando levado estritamente a sério, isso acontece, mas, na chamada Liga Cômica, o que tivemos foi quase uma tipologia do riso. Temos todas as personagens desviadas de suas características mais essenciais para que colaborassem nas piadas. 

        1. Ebonyspider

          Mesmo nesta equipe, tínhamos o personagens que puxavam para a seriedade, fazendo um contraponto ao que se era esperado para esta equipe. O Batman era esse “desviante”.

          1. Dr. Housyemberg Amorim

            O Batman era o desviante que servia de alívio cômico da comédia estabelecida na Liga dos anos 1980, Ebony. Na realidade, o que Giffen e DeMatteis conseguiram naquela época é muito difícil de se reproduzir atualmente. E olha que eles tentaram…

          2. Rosinha

            O filme d’Os Vingadores me fez pensar que um filme da Liga Cômica não seria tão má ideia assim.

          3. Harvey_o_Adevogado

            vamos ver se você estará certo com isso…(harvey mode vidente)

  3. JJota

    Olha, acho que uma das boas ideias do Millar em Supremos foi justamente deixar de lado muito mimimi pra formar a equipe e colocou o elemento militar como justificativa primordial de tudo: aquelas pessoas de destruição em massa (uma das melhores sacadas de Mark em toda a sua carreira) estavam ali reunidas por “autoridades maiores” como uma equipe de elite para enfrentar aquelas ameaças que ou eram imbatíveis para as forças militares convencionais ou cujo combate com estas forças causariam um número excessivo de baixas (o que sempre coloca a opinião pública contra certas iniciativas).
    Isso é tão forte que o Banner usou como desculpa para se tornar o Hulk justamente a falta deste tipo de ameaça, que estava levando algumas pessoas a questionarem os gigantescos gastos para manter esta equipe.
     Agregar a isso o elemento de marketing foi um desdobramento natural, na minha opinião.
    Marketing puro era a equipe da X-Force (depois X-Táticos) criada pelo Milligan e Mike Allred. Tanto que todas as ações do grupo eram filmadas e baixas, que não só criavam comoção entre as pessoas como também abriam a oportunidade para renovação constante dos quadros, não só não eram lamentas como encorajadas.

    1. Ebonyspider

      Mesmo o grupo dos Supremos foi escolhido de acordo com a diversidade de habilidades, devido a falta de objetivo que o Hulk foi “ativado” pelo Bruce.

  4. Aline Rosa

    Show Ebony, a singularidade sendo vista dentro da pluraridade! A presença da resiliência, necessidade de flexibilidade e dependendo mudanças de pensamento que tiram qualquer um de sua “zona de conforto”. Adorei!

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