Ouvi dizer que você gosta de 20 centavos… Por Heitor Serpa – Parte Final

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Na época de Jango, política se fazia com partidos. O acesso ao conhecimento não era simples, o acesso aos ensinos superiores era limitado ao extremo, os principais canais de notícia eram jornais, panfletos, mais rádio do que TV. Não tinha Facebook, Twitter, nem Kazaa, ICQ ou PC do Milhão. Convenhamos que não era só um terreno propício para a manipulação de massas. A verdade é que não havia outro jeito além de criar uma bandeira e reunir cabeças.

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Hoje, temos o exemplo civil-militar do passado, orquestrado em cima de uma ameaça que nunca existiu. Voltando ao Prof. Ilmar, o povo brasileiro sempre, mas SEMPRE temeu a “desordem”. Diferente do lado espanhol da América, tivemos a estrutura institucional da realeza, na qual poucos detinham o poder sobre muitos. Enquanto aconteciam os caudilhismos, foram os próprios setores da “nobreza” que declararam nossa independência, assim como a República teve num monarquista seu maior ícone.

Fica mais tranquilo entender como a mínima referência de danos à propriedade – pública, privada… nunca existiu diferença para quem esteve no controle – nos remete à mentalidade dos reis que não somos. Ainda há quem favoreça este discurso, uma permanência que, ao meu ver, é dar com a cabeça na parede. Da mesma forma que o capitalismo, agora o(s) socialismo(s) quem sofre(m) os primeiros efeitos de seu abalo. O Muro de Berlim caiu… O fato é que não se pode pautar as tensões políticas da contemporaneidade em meras esquerdas ou direitas. Muito mais do que partidos políticos, é o choque entre uma nova mentalidade, formada pelos mais novos, e a antiga que ainda se retém no comando.

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São notórias as tentativas de se vincular as bandeiras partidárias ao progresso, tanto quanto o governo tenta usá-las como justificativa à repressão. Paralelo ao velho cabo de guerra em busca de um pedaço do bolo, os filhos se recusam a assumir o manto de manobra dos pais e, inspirados pelas importantíssimas conquistas sociais em voga (lembrando o pioneirismo do Brasil na Língua de Sinais, só para citar um exemplo), tropeçam seus próprios passos na direção de melhores condições de vida. Estes foram meus 20 centavos sobre os 20 centavos de quem discute e luta pelos 20 centavos, e espero que lhe instigue a pensar melhor ao ver as outras opiniões sobre 20 centavos feitas sobre a divulgação da imprensa sobre os 20 centavos em conflito com o compartilhamento instantâneo de quem vivencia na pele os 20 centav… vocês entenderam, yo!


Atualização (21/06/2013)

Hoje, a presidência transmitiu em rede nacional um pronunciamento a respeito dos últimos acontecimentos. Para evitar a fadiga, vou colar aqui o que opinei no Facebook.

Concordo em alguns pontos, discordo de outros e continuo temendo todos. Ela escolheu suas palavras com cuidado, mais uma vez utilizou de seu passado militante como base para simpatizar com as reivindicações populares. O que a presidente (presidentA é o krl) falou com relação aos partidos e, principalmente, sobre o processo de “redemocratização”, não poderia estar mais correto. Sobre a “minoria da arruaça”, espero que se tenha o discernimento de incluir os excessos das autoridades; vale lembrar que foi a repressão injustificável nas primeiras passeatas (as quais a mídia vira-casaca, por sinal, apoiou) o motivo de o povo ganhar força e impulsionar as mudanças. Caso os homens que balearam olhos, por exemplo, permaneçam impunes, creio que, de democrático, só teremos o discurso.

Agora, me assusta, e MUITO, o uso da palavra “Pacto” entre governadores e prefeitos das principais cidades (só as principais? não tem outras?), e o anúncio de uma Reforma Política prevista de maneira suspeita pelo Anonymous. Já não parece tão “anônimo” assim…

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Meu conselho, se ele exerce um mínimo de influência: não confiem em ninguém. Não sigam o furor do sangue, não participem de atos sem consultar quem são suas lideranças. Quem fica espionando o perfil de ex-namoradinho(a) pode muito bem descobrir mais sobre os criadores de determinada convocação nas redes sociais… Continuem fazendo sua própria mídia, mantenham câmeras e máquinas fotográficas por perto, registrem TUDO que for e não for possível. Além de exercerem um papel fundamental de denúncia, contribuirão para a análise posterior.

Esqueci de falar sobre a Copa: a Dilma tirou o corpo dela fora, óbvio. Mais óbvio ainda foi o discurso de “hospitalidade” e identificação do povo com sua seleção. A revolta é justificável? Sim… Mas sabe onde resolver a situação? Nas urnas. Como meu coordenador de curso diz, eu não conheço nenhum eleitor da Rosinha e, mesmo assim, ela foi maioria absoluta. A Dilma não entrou no Executivo por livre e espontânea vontade, ela foi ELEITA POR VOCÊS. O mínimo que se pode fazer é enfiar a hipocrisia no saco e não esquecer destes episódios ano que vem.

 Eu não esquecerei nem perdoarei… E vocês?


Links:

http://pt.scribd.com/doc/109398164/Historia-dos-Estados-Unidos-Leandro-Karnal

http://www.4shared.com/office/PADslloV/ilmar_rohloff_de_mattos_-_o_te.html

http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/manifestocomunista.pdf

http://www.youtube.com/watch?v=3OmQDzIi3v0

http://www.youtube.com/watch?v=NNLEaVgVZeM

https://medium.com/primavera-brasileira/dfa6bc73bd8a

http://blog.planalto.gov.br/temos-que-aproveitar-o-vigor-das-manifestacoes-para-produzir-mais-mudancas-afirma-dilma/

Colaborador

Colaborador não é uma pessoa, mas uma ideia. Expandindo essa ideia, expandimos o domínio nerd por todo o cosmos. O Colaborador é a figura máxima dos Iluminerds - é o novo membro (ui) que poderá se juntar nalgum dia... Ou quando os aliens pararem com essa zoeira de decorar plantações ou quando o Obama soltar o vírus zumbi no mundo...

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