Para onde vamos?

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A palavra ”morte” naturalmente desperta o medo na mente de algumas pessoas. Elas veem a morte como algo tão incompreensível, quanto inevitável. Apenas a menção a tal palavra já as assusta, e causa nelas um temor pelo o que não se conhece. Esta reação é compreensível, afinal, as pessoas analisam a vida como o estado do corpo humano biologicamente ativo. E o contrário é a morte.

Mas o nascimento e a morte são uma parte inevitável da vida humana. Então, nós nos perguntarmos: o que acontece após a morte? Algo acontece mesmo?

O apego que criamos em relação às pessoas a quem temos apreço e aos fatos que vivemos que nos tornam frágeis frente à morte e, apesar de alguns dizerem que somos eternos, e que a morte na realidade não existe, nos sentimos suscetíveis e fracos diante da mesma. Algumas pessoas sabem de antemão quando sua morte ocorrerá.

Doenças terminais, quando diagnosticadas antes do tempo, permitem que a pessoa acometida possa colocar os seus assuntos em ordem e dizer adeus àqueles que amam. Nestes casos, o sujeito tem a chance de fazer as pazes com a vida, e se arrepender das coisas ruins que fez, estando à beira da morte. No entanto, nem todos tem essa chance (elas precisam estar à beira da morte para fazer isto?). Muitas mortes ocorrem de repente. A morte pode, e muitas vezes o faz, atacar sem aviso. Num rápido anoitecer, as pessoas podem falecer.

Ninguém está prometido para o outro dia. A única coisa a que podemos nos prender é o hoje. Ou talvez o ”hoje” nem dure tanto assim. Muitas pessoas ao redor do mundo se voltam para a religião para responder as perguntas sobre a morte e a vida que ocorre após a morte, especialmente quando alguém está enfrentando a sua própria letalidade.

Seja cristão, evangélico, espírita, budista, praticante da Umbanda ou maçom, é fato que algo ocorre após a morte. Sim, é verdade, isto não está intrínseco a uma única religião. Desde um simples e único fim da vida, como conhecemos, até uma reencarnação como uma criança do norte do Congo.

Por definição médica, a vida acontece quando o cérebro e o coração humano estão em funcionamento. Entretanto, uma pessoa pode estar biologicamente viva, mas não demonstrar estar viva. Respirar, falar e andar são apenas manifestações do acontecimento chamado de vida. Assim, não existe nenhuma evidência de que algo místico ou sobrenatural aconteça com os organismos após a sua morte. Isto, obviamente, depende da fé das pessoas.

Para muitos, a crença tida sobre a vida após a morte é uma consolação em relação à morte de uma pessoa amada ou à previsão de sua própria morte. Já o medo do castigo infernal ou de outras consequências que não envolvam a paz espiritual podem tornar a morte um acontecimento mais temido ainda.

A ausência de um plano maior para nossas vidas tornaria a vida, por conseguinte, sem sentido? A falta de um propósito maior na vida é irrelevante para o sentido de nossa própria existência. Crer que após a morte você vai para o céu não o torna melhor que ninguém. Como é que um propósito maior pode dar sentido às nossas vidas, para nós mesmos? Nossa vida é válida por si só, e não porque ela cumpre um plano de existência transcendental ou alguma merda dessas.

O que torna a nossa vida significativa é o que fazemos com ela, o que a faz valer a pena. Nossa determinação para levar adiante projetos que criamos para nós mesmos dá sentido às nossas vidas. Se achamos que ela não faz sentido, consideramos a vida como um acontecimento dependente de nossos desejos importantes, se eles são frustrados ou não. O julgamento que fazemos de nossas vidas nestes pontos é o mesmo, independentemente de saber se há vida eterna ou não, ou se ela é parte de um propósito maior ou não.

Acho que as pessoas temem o desconhecido: que é o fato de ninguém nunca ter voltado da morte para mostrar como é estar morto. É por isso que muitos argumentam sobre isso. É porque não há maneira de provar como isto acontece e como vai acabar.

Na idade adulta, as pessoas passam a aceitar a morte inevitavelmente, talvez até com um pouco de tranquilidade, se elas acharem que viveram a vida de forma proveitosa e podem, desta forma, morrer tranquilas. Elas podem também aproveitar para viver cada dia de forma mais intensa, desfrutando ao máximo do tempo que as resta. Se os mais idosos acharem que não têm vivido de forma significativa,  podem reagir à morte iminente com sentimentos de amargura ou mesmo indiferença.

Ainda assim, a morte é certa. Mesmo que não saibamos exatamente o que vem depois dela. Pode ser uma ida ao paraíso, uma reencarnação, uma visita ao capeta ou apenas a morte em si. Ou pode ser como as mortes nas HQs de super heróis. Morrer e ressuscitar nos quadrinhos é algo tão comum e tão batido, que temos praticamente certeza que os personagens voltarão. O que interessa da morte dos personagens é a sua ressurreição. Às vezes, eles nem morrem, apenas voltam ao passado para viver infinitas vidas e morrer infinitas mortes. Talvez até encontremos com Jack Kirby, como o Quarteto Fantástico encontrou, quando precisou trazer o Coisa de volta à vida.

Colaborador

Colaborador não é uma pessoa, mas uma ideia. Expandindo essa ideia, expandimos o domínio nerd por todo o cosmos. O Colaborador é a figura máxima dos Iluminerds - é o novo membro (ui) que poderá se juntar nalgum dia... Ou quando os aliens pararem com essa zoeira de decorar plantações ou quando o Obama soltar o vírus zumbi no mundo...

Este post tem 4 comentários

  1. Renver

    Bom texto…

    Pessoalmente convivo muito com a morte… não sou coveiro rs, mas trabalho na área da saúde…

    Engraçado que há casos que vemos que o corpo já “cansou de viver” e está entregando os pontos e há casos que ela vem tão repentinamente que você fica chocado, ainda mais quando se veê os parentes da vítima chorando inconsolados…

    A morte é como uma entropia, o caos derivado da ordem que não consegue voltar pro seu estado original…

    Espiritualmente falando:

    Acredito em Deus, mas não acredito em céu ou inferno… acredito que quando morremos tudo cessa, talvez nossas informações fiquem presas em um “grande HD”, e talvez esse Deus um dia nos traga de volta a vida aqui mesmo…

  2. JJota

    Texto foda.

    A base de quase toda as religiões que eu conheço é a morte. Aparentemente, elas existem apenas para tentar explicar o – até agora – mistério insondável: pra onde vamos (que parece importar muito mais do que “de onde viemos”).

    O bom é o lado em que tentaram usar isso com fins morais, ajudando até mesmo a vida em comunidade. “Temer” o “castigo” que poderia vir é algo que foi necessário para o amadurecimento de várias sociedades. Lamentável é que, com o passar dos tempos, este mesmo temor passou a ser u$ado pra… Ah, deixa pra lá…

  3. Nai

    Para onde vamos? Depende de inumeros fatores…Morais.
    Temer a morte é perda de tempo ,assim como perdemos tempo em se oculpar com o que vem depois.Plante hoje,cultive e colha amanhã.Aqui ou lá,bem simples.

  4. Don Vittor

    Realmente Rosinha, essa questão ainda está para ser alcançada, se é que existe alguma resposta necessária para tal. A questão é o que fazemos ,enquanto estamos por aqui.

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