Ponta de Estoque: Metal Gear Solid – The Legacy Collection

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Sempre tem gente fazendo cobertura de novos games, porém, ninguém se lembra daqueles que não têm dinheiro pra ficar comprando lançamentos, mas também querem ter seus joguinhos. Esse é o objetivo básico dessa coluna: ajudar a orientar as pessoas que querem ter jogos sem gastar tanto e não se importam que sejam mais antigos. Além disso, também é uma desculpa barata pra cagar regra em cima de jogos antigos que ainda são vendidos em promoção pelos camelódromos e infocenters da vida.

O jogo de hoje será a coleção Metal Gear Solid: The Legacy Collection, lançado para PS3, no ano de 2013.

Metal Gear Solid dispensa comentários. O jogo já era inovador em seu estágio embrionário (as 2 primeiras versões lançadas no MSX). Nos idos da década de 1980, em plena vigência da geração 8 bits, a filosofia da maioria esmagadora dos jogos era “atire em tudo primeiro e pergunte depois”. E foi aí que a Konami nos brindou com um jogo de história pungente, rebuscada e cujo protagonista é um dos mais humanos e palpáveis personagens que já existiram na história dos videogames: o agente Solid Snake. Além disso, já em seus primeiros jogos, ainda na era MSX, Metal Gear trazia uma mensagem clara e completamente coerente, que permearia toda a série: matar não é agradável, nem bom.

O ato de matar, de ser criado e treinado para matar, leva seu protagonista à morte em vida, já que provoca efeitos extremamente danosos no assassino: ou dessensibiliza o matador, ou acaba com o que lhe resta de sanidade, já que, em algum momento (a não ser que o cara seja um completo psicopata), os mortos acabam voltando e pedindo o seu preço. A história de toda saga Metal Gear é uma ode à vida. Uma homenagem à paz e um grito desesperado contra a insanidade gratuita e idiota da guerra. Coisa difícil de se fazer num jogo ambientado em cenários bélicos e investido de uma aura militar forte e onipresente.

MGS-BELIC

A Konami, homenageando os 25 anos de aniversário dessa série genial, lançou um pacote não menos genial: Metal Gear Solid: The Legacy Collection. E por que ele está sendo coberto na coluna Ponta de Estoque? Porque é uma pechincha pela quantidade de jogos que oferece.

Pelo preço de um simples lançamento, você leva 7, isso mesmo, caro leitor, SETE jogos: Metal Gear Solid; Metal Gear Solid – The VR Missions; Metal Gear Solid 2  – Sons of Liberty: HD Edition; Metal Gear Solid 3 – Snake Eater: HD Edition; Metal Gear Solid: Peace Walker e Metal Gear Solid 4 – Guns of the Patriots: Trophy Edition. Pra melhorar a coisa, a versão do Metal Gear 3 é a raríssima Subsistence, que tem o sistema de enquadramento livre de câmera (você controla a visão do jogo através do controle analógico direito) e ainda vem com os 2 Metal Gears originais do MSX. Além disso, o pacote vem com um lindo encadernado, belamente diagramado e editado em papel de altíssima qualidade, com capa em alto relevo, que conta a história gráfica da saga Metal Gear através das inúmeras capas, pôsteres e outras imagens originais dos jogos. Todo o conjunto vem embalado numa bonita caixa de papel em alto relevo.

MGS-BOOK
Detalhe do livro que vem junto. Apesar de não ser novidade para quem é fã da série, fã que é fã sempre gosta de ter cópias duradouras de suas coleções. É certo que todas as imagens são facilmente encontráveis em alta resolução na internet, ao mesmo tempo, é difícil reproduzir essa impressão em papel de tão alta qualidade sem um alto custo. Vale a pena.

Lançado em 2 disquinhos de Blu-Ray, a coleção é tão generosa com o fã da série quanto com aquele herege que se diz gamer e nunca sequer colocou as mãos em um jogo da franquia: o disco 1 vem com os 80 gigabytes de Metal Gear Solid 4, enquanto o disco 2 vem com os outros jogos todos. Inclusive, há uma ordem cronológica sugerida: se você quiser entender a história de maneira mais completa e abrangente, o menu principal sugere que você jogue primeiro o Metal Gear Solid 3 (passado em 1964); em seguida o Metal Gear Solid: Peace Walker (passado em 1970); seguido de Metal Gear Solid 2  (passado entre 1998 e 2001).

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Pra não dizer que eu não sou putinha assumida da Konami, só discordo um pouquinho das sugestões da empresa: ficaram incompletas. Na verdade, a ordem cronológica a ser jogada seria a sugerida pela Konami, até o Peace Walker. A partir daí, é recomendado que se jogue o Metal Gear 1 e 2 do MSX, seguindo-se, então, a jogar o Metal Gear Solid do PS1, para depois então se poder jogar o Metal Gear Solid 2 e, finalmente, Metal Gear Solid 4.

Portanto, é uma aquisição necessária e obrigatória ao fã da série Metal Gear que esteja, por algum motivo, com sua coleção incompleta, e, mais ainda, é uma pechincha para aquele que não conhece ainda nada deste jogo (o que, por si só, já é uma falha de caráter), e esteja interessado em comprar algo em conta. São mais de 60 horas de jogo e uma avalanche de títulos pelo preço de um simples lançamento: eu comprei por R$ 149,00, mas por até R$ 199,00 você leva todos esses títulos e tem a oportunidade de acompanhar na íntegra um dos clássicos supremos dos videogames, entendendo toda a complexidade da história (que faz críticas que vão da estupidez da guerra até a falta de ética da ciência), num pacote único, imperdível e inesquecível.

O único porém vai para o fato de a Konami já ter lançado, há pouco tempo atrás, uma coletânea muito parecida, chamada de Metal Gear Solid HD Collection; com todos os jogos da Legacy, menos o Metal Gear 4e com o acréscimo de ter, em seu acervo, uma versão física em Blu-Ray, do Metal Gear Solid para PS1. A coleção Legacy, ao contrário, simplesmente disponibiliza o download de Metal Gear Solid do PS1 através da PSN, mediante inserção de um código. A ausência de versão física do grande jogo para Playstation desvaloriza um pouco o pacote, e a própria razão de ser do título. Afinal, foi o primeiro Metal Gear para PS1 que deslanchou o fenômeno que possibilita a existência de um Legado. Mesmo assim, a coleção é tiro certeiro da Konami.

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Pela mesma faixa de preço você corre o risco de levar uma bela merda como esta pra casa.

FICHA TÉCNICA

Plataformas – Playstation 3

Ano de lançamento – 2013

Nota – 10

Preço – de R$ 149,00 a R$ 199,00

Colossus de Cyttorak

Detentor dos segredos da Mãe-Rússia, fã incondicional de jogos da antiga SNK (antes de virar esse arremedo, chamado SNK Playmore), e da Konami, Piotr Nikolaievitch Rasputin Campello parte em busca daquilo que nenhum membro da antiga URSS poderia ter - conhecimento do mundo ocidental. Nessa nova vida, que já conta com três décadas de aventuras, Colossus de Cyttorak já aprendeu uma coisa - não se deve misturar Sucrilhos com vodka, nunca!!!!

Este post tem 5 comentários

  1. Churrumino

    No Japão o MGS1 veio em versão física. =/

    Só não compro essa coletânea pq já tô com todos os jogos lá em casa.

    Só senti falta do Portable OPS nessa coletânea!

    1. Verdade, Churrumino. Todo mundo sentiu falta do Portable. Foi inexplicável, a ausência. Não se justifica ser por dificuldades técnicas, pois eles fizeram uma grande adaptação do Peace Walker, do PSP.

      1. Churrumino

        A desculpa pra ele ter ficado de fora é que, mesmo fazendo parte da cronologia oficial da série, o Kojima não participou efetivamente do desenvolvimento dele. Essa desculpa tbm vale para até hoje não ter saído uma versão HD do remake do MGS1 que saiu pro Game Cube, o Twin Snakes.

        1. Como você bem disse, é pura desculpa… Como se os jogos fossem parte integrante da “alma” do Kojima. Eu sei que certos “autores” têm uma ligação sentimental, visceral e competamente possessiva com suas criaturas, mas isso aí é ridículo.. .hahaah

          1. Churrumino

            Pois é! Hauhauhau!
            Eu sou doido pra jogar o Twin Snakes, mesmo com todo mundo falando que foi um remate desnecessário. Juro que quase to comprando um Wii só pra isso.

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