Repescagem ou Última Chance: Você escolhe!

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Sabe quando você está cansado, com o corpo em câmera lenta, seus olhos piscando mais devagar que o normal, e nesses intervalos percebe, no escuro, que pode estar dormindo sentado numa poltrona reclinável, numa sala gelada?

Acredite: quinta-feira, véspera de feriado, tive essa evanescente sensação. Entre a hora das bruxas e uma da manhã, mais alguns quebrados, minhas piscadelas, cada vez mais longas, editavam o filme, ao vivo.

Estava assistindo Os Maus Não Merecem Paz, último filme que achei que veria nesse Festival do Rio, e realmente queria assisti-lo, mas um dia de trabalho e uma noite recheada de filmes me atropelou como o cavalinho azul da nova HQ do Grant Morrison e Darick Robertson.

Quando me dei conta, tudo tinha acabado, e meio que havia perdido várias cenas, provavelmente longas e curtas, não sei quantas, mas o suficiente para que eu decidisse abortar a resenha que faria do filme aqui neste sítio de internet.

Assim, não direi a ninguém que o longa trata de um inspetor de polícia decadente, que, após cometer um crime e caçar a única testemunha dele, acaba no meio de um crime ainda maior, em andamento, e vê nisso a chance de cumprir com seu dever, mais uma vez, e talvez a última. Por redenção? Para se despedir? Ou apenas porque é justamente aquilo o que ele sabe fazer? Duvido que alguém pudesse arrancar tal resposta de um cara durão e intragável como o rico personagem vivido com maestria por Jose Coronado.

Mas, patotinha, devo ter tomado a estrada errada, pois não era aqui que queria chegar. Na verdade, pretendia dizer que essas últimas semanas de Festival do Rio foram sensacionais, mas bastante cansativas. Ainda assim, é um prazer saber que meio que não acabou, pois segue até quinta-feira a tradicional Repescagem, também conhecida como Festival do Rio, Última Chance, apenas no cinema Odeon, na Cinelândia.

Tudo bem que uma conjuntivite cinematográfica me impediu de assistir a Post Tenebras Lux ontem à noite, mas ainda tenho esperanças de esbarrar por aí com esse novo Carlos Reygadas, diretor de Batalha no Céu, filme que assisti no Festival do Rio 2005, um espetáculo para os olhos, um espetáculo triste, pelo retrato do vazio existencial de um homem gordo, e pela sexualidade crua retratada a partir do encontro com uma moça chamada Ana.

Embora trate de algo indigesto para a hora do almoço, minha pedida para quarta-feira, às 13h é A Guerra Invisível, documentário sobre a epidemia de estupros dentro do exército americano, premiado pelo júri deste ano, em Sundance. Eu tinha um ingresso para vê-lo no festival, mas pouco antes da sessão, fiquei sabendo que ele tinha sido substituído por outro, pois tinha chegado sem o final!

E, pra terminar, nada melhor que Woody Allen : Um documentário (quarta, às 19h). Contudo, ainda estou decidindo se assisto ou não. Pretendia ver mais filmes antigos dele antes, acho que estou com um irracional medo de spoilers…

P.S.: Se você está livre terça-feira, às 17h, vá ao Odeon gargalhar com Termas Romanas, filme live action baseado no mangá homônimo de Mari Yamazaki, no qual um arquiteto da Roma antiga viaja no tempo e termina no Japão contemporâneo no qual conhece uma artista de mangá. Link para a programação completa da Repescagem: http://2012.festivaldorio.com.br/?p=1407

Rodrigo Sava

Arqueólogo do Impossível em alguma Terra paralela

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