Vencedor do prêmio de fotografia em Sundance, e do Caméra d’Or na mostra Um Certo Olhar, paralela à Cannes, Indomável Sonhadora, que passou como um cometa pelo Festival do Rio 2012 e pela Repescagem do Festival, já está agendado para estrear em janeiro de 2013 por aqui.
E é uma fábula. Pela magia de sua poesia crua, de sua plasticidade. E pelos animais. Não seria fábula sem eles.
Acompanhamos as aventuras da pequena Hushpuppy, que mora com o pai numa comunidade na Lousiana alagada e isolada após o Katrina separá-los do resto do mundo. A menina demonstra empatia pelos bichinhos que encontra pelo caminho, sempre aproximando-os de suas orelhas para tentar ouvir o que eles têm a lhe dizer.
Entretanto, a doença de seu pai, uma intensa tempestade e o despertar de bestas míticas vindas das geleiras distantes exigem de Hushpuppy coragem e altivez.
Indomável Sonhadora soa como uma ode à liberdade. De viver e morrer. De manter-se fora do “sistema”, fora da opressão, da formalidade e assepsia da cidade. É ver cores e luzes, surpreender-se com a festa que se desenrola diante de seus olhos. Ouvir os sons da imaginação de uma criança, de uma memória pequenina e repleta de acontecimentos extraordinários. E finalmente comunicar-se com os animais ancestrais que sequestravam bebês das cavernas.
Após a exibição, o diretor, Benh Zeitlin, respondeu a perguntas da plateia, e afirmou que a estranha trilha sonora foi pensada como os sons e ruídos que realmente habitariam a cabeça de uma criança, de Hushpuppy.
Nota: 8.5