Revista # 3 – AVENIDA BRASIL NÃO É GOTHAM CITY – Mas Rita está para Nina assim como Bruce Wayne está para o Batman.

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Na Rita, aliás, reta final da telenovela mais tique-nervosa do país, ação pouca é bobagem. Os capítulos de Avenida Brasil têm se mostrado autênticos médias-metragens, verdadeiros filmes para tevê repletos de surpresas, revelações e reviravoltas.

A essa saudável instabilidade, soma-se a tensão da encenação, da dissimulação, das personagens a todo momento fingindo ser quem não são, disfarçando mais para alguns, menos para outros, numa intrincada rede de informações e contrainformações, digna de agentes da CIA e KGB à época da Guerra Fria.

Vimos na primeira semana da novela: Rita era só uma menininha quando foi abandonada à própria sorte num ambiente hostil, o que lhe cobrou o suficiente de tutano e sacrifício para sobreviver aos outros e à sua própria miséria.

Órfã, Rita teve sua guarda concedida a estranhos que tornaram-se, com o tempo, sua nova e substituta família. Adquiriu educação, conhecimentos e uma trajetória individual. Porém, jamais esqueceu o crime que a arrancou de sua verdadeira família, o chão sob seus pés.

Mais que isso: raiva, ódio e ressentimento sempre a acompanharam. Um sentimento negro que mantinha fora do campo de visão dos demais. Até que, adulta, resolveu pôr em prática um plano grandioso, que, concretizado, impediria que outra família passasse por aquilo novamente.

E assim, Rita voltou para sua terra natal. E, com nova identidade, ou, poderíamos dizer, apenas disfarçada de Nina, iniciou seu projeto de vingança contra quem levou seu pai.

Lemos em infinitos gibis e vimos nos filmes: Bruce Wayne era um moleque de tenra idade ao despertar subitamente para um mundo de sombras após a tragédia que matou seus pais. E que precisou engolir muitas lágrimas e raiva para sobreviver àquele turbilhão.

Criado por um mordomo, Bruce terminou a escola, graduou-se, sempre sozinho. A solidão o acompanhou e fez companhia à lembrança da tragédia, incrustada em seu peito. Bruce circundou o mundo em busca de conhecimento, de aventura, de sua identidade, em busca de algo forte e duro o suficiente para preencher o vazio em seu coração. Em busca de sentido.

Finalmente, de volta para casa, numa igualmente vazia mansão Wayne, Bruce encontrou sua identidade na visão de um morcego atravessando o vitral e, como morcego, iniciou seu projeto de vingança contra quem levou seu pai e sua mãe.

A partir daí, é história. De duas pessoas muito diferentes. E de diversas outras. Afinal, não podemos resistir a identificar em Betânia o ‘Robin’ de Nina. Pois, ainda que a frentista pretenda levar apenas uma vida normal, ela vê a chefe de cozinha como uma irmã, e esta, calculando ou não as consequências, a insere em sua vingança.

Que é o ponto crucial da questão. As más línguas dizem que Bruce Wayne tornou-se Batman para se vingar do assassinato de seus pais. Bruce diz que virou Batman para fazer justiça.

Outros comentam que Rita voltou para o Brasil como Nina para vingar a morte de seu pai. E ela também diz que faz o que faz por Justiça.

Rodrigo Sava

Arqueólogo do Impossível em alguma Terra paralela

Este post tem 3 comentários

  1. Rosinha

    É impressão minha, ou você comparou uma personagem de novela das 9 ao Batman?

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