Após a perda irreparável da rainha da televisão brasileira, nesta segunda-feira o mundo amanhece mais ignorante com a morte de Eric Hobsbawm. Segundo a Família do próprio historiador, ele viera a falecer aos 95 anos em decorrência de pneumonia, após um longo período doente, segundo divulgou o site do jornal britânico The Guardian.
Para nós, cientistas sociais, assim como os comunicólogos de plantão, é impossível nunca ter esbarrado com uma das obras do maior historiador contemporâneo, no meu caso especialmente, a Era do capital.
Marxista, era a favor do socialismo, e ficou especialmente conhecido por sua série “A Era das Revoluções”, “Era do Capital”, “A Era dos Impérios” e “Era dos Extremos”, traduzida a mais de 40 idiomas.
Pra fechar, deixo para vocês uma singela parcela de sua genialidade.
O senhor acredita em algum tipo de progresso histórico? Vê sentido na História?
HOBSBAWM: se olharmos para trás é claro que a História se moveu numa certa direção. A Humanidade avançou em todos os sentidos materiais: o mundo hoje acomoda mais pessoas, a maioria das quais mais prósperas, maiores, mais saudáveis e longevas do que antes, e têm à sua disposição um número maior de escolhas, experiências e perspectivas do que antes, para não falar na ciência e tecnologia incomparáveis. Não vejo por que isso não deva ser chamado “progresso”, desde que estejamos conscientes de que isso não tornou os seres humanos melhores do que eram no Egito Antigo ou do que os incas, e que na verdade eles são e se comportam como antes. A tecnologia avançou, mas a filosofia não, nem o amor nem a maneira pela qual os humanos organizam e regulam suas relações com outros. Também não podemos extrapolar o futuro a partir desse progresso passado.
Por fim, trabalhadores do mundo, uni-vos, vós não tendes nada a perder a não ser vossos grilhões!
Alguns dos seus livros publicados:
A Era das Revoluções, Era do Capital, A Era dos Impérios, Era dos Extremos, Globalização, Democracia e Terrorismo, História Social do Jazz, Pessoas Extraordinárias: Resistência, Rebelião e Jazz, Os Trabalhadores: Estudos Sobre a História do Operariado, Mundos do Trabalho: Novos Estudos Sobre a História Operária, Revolucionários: Ensaios Contemporâneos, Estratégias para uma Esquerda Racional.
