Uma Tarde No Museu Com David Bowie

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Desde pequena escuto falar da genialidade de David Bowie, do quanto o cara quebrava barreiras e desafiava a estética da sua época. No entanto, só fui entender de fato o que mamãe me falava quando adentrei o MIS e uma lágrima escorreu de meu olho esquerdo.

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Depois que recebi os fones, a primeira coisa que vi foi uma roupa feita por Kansai Yamamoto usada na turnê Aladdin Sane, de 1973. Este estilista em especial foi importantíssimo na vida de Bowie nos anos 70, inspirou o cantor e trouxe a influência do teatro Kabuki – em português, “a arte de cantar e dançar” – aos seus shows.

Diz Yamamoto que, antes de conhecer Bowie, era apenas um estilista e hoje em dia se expressa de formas bem mais abrangentes e criativas.

Pouco depois do macacão fomos apresentados aos manuscritos e às partituras de Bowie, e foi aí que pirei, nunca achei que poderia ver o manuscrito de Starman ou a partitura original de Space Oddity, mas estavam lá. Protegidas apenas por um vidro, prontas para serem lidas enquanto se ouvia a produção final nos fones: uma sensação indescritível pra quem ama música.

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Naquele mesmo corredor de salas parcialmente escuras algumas folhas de papel com frases de Ziggy Stardust pendurados na parede podem ter passado despercebidas por observadores não tão detalhistas. Aliás, totalmente compreensível que muita coisa tenha passado batido: eram 300 peças, 48 figurinos, vídeos espalhados pelo museu tudo, livros pendurados no teto, matérias de jornal e revistas, entrevistas com pessoas importantes na carreira do cantor. Muita coisa para poucos olhos.

Contudo, de todas as salas do MIS, a que me arrancou lágrimas – literalmente – foi a “Redonda”, onde é possível tirar seus fones e ouvir a mesma canção que todos ao seu redor. Nas paredes, vídeos de shows e backstage eram projetados enquanto luzes circulavam a sala e eram expostos.

Era o caos e a genialidade juntos, ao mesmo tempo em que se está sobrecarregado por tanta informação, está impressionado e emocionado por tudo o que este homem fez pela cultura que consumimos hoje. Uma experiência única.

Gaby Molko

Paulista, musicista, jornalista, detalhista, sessentista, comentarista, imediatista e polemista.

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