Big In China

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Imaginem a situação, você é o editor-chefe de uma das maiores revistas de guitarra do mundo, possui três filhos com dois, quatro e sete anos de idade e sua esposa trabalha no Wall Street Journal. Vocês vivem uma tranquila rotina americana em New Jersey, de repente, toda essa realidade é sacudida com uma mudança que os levou a morar na China.

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Esta é a premissa do livro de Alan Paul, ex-editor-chefe da Guitar World, chamado “Big in China”. Quando sua esposa é convidada pelo Wall Street Journal para uma temporada de 42 meses em Pequim para escrever sobre culinária, isso faz com que toda a família se mude para a Ásia.  Alan, acostumado a entrevistar rock stars, teve que se tornar pai em tempo integral do outro lado do mundo. Durante essa jornada, escreveu uma coluna para o WSJ, “The Expat Life“, de que consiste o livro.

Durante as férias de verão no Hemisfério Norte, a família regressava para uma curta temporada na América, com intuito de rever família e amigos. Em uma dessas viagens, Alan decide comprar uma guitarra semi-acústica e levá-la para a China. Porém, ao chegar em Pequim, descobre que o instrumento danificou-se na viagem, sendo necessários alguns reparos técnicos. Neste ponto, somos apresentados a Woodie Wu, luthier chinês, com uma tatuagem de Stevie Ray Vaughan, que conserta a guitarra de Alan, e monta com este uma banda de blues, batizada por eles, obviamente, de Woddy Alan. O livro conta a evolução da banda, de um projeto concebido para apenas um show para familiares até o ponto em que gravam um CD e são escolhidos “banda do ano” em Pequim. É retratado também o crescimento de seus filhos em uma cultura muito diferente da sua, o que, no meio do caminho, nos ensina lições incríveis.

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Antes de se mudar para a China, Alan alugou um depósito para deixar coisas importantes para a família, que não podiam ser levadas devido ao excesso de bagagem. Ele tinha a nítida impressão que a vida não seria a mesma sem alguns daqueles objetos. Contudo, quando a família volta definitivamente para os EUA, ele sequer lembrava de muitas das coisas ali guardadas, e percebe que conseguiu viver, e muito bem, sem nada daquilo. Como toda a emoção de “apresentar” os Allman Brothers para um maravilhado chinês chamado Zhang Young, detalhe, os Allman Brothers estão na ativa desde 1969, tendo vendido milhões de discos e lançado um dos discos ao vivo mais famosos de todos os tempos, “Live ta Filmore”. 

Um livro que fala sobre família, mudanças, dificuldades e, é claro, música. Infelizmente, este livro não foi lançado no Brasil, o que faz com que, pessoalmente, fique muito preocupado com a proposta de lei entregue pelo Sr. Vicentinho, deputado federal, em 25/03/2014, que tem como objetivo a proibição da compra de livros e publicações estrangeiras por órgãos públicos brasileiros. Não estou falando apenas desse livro em específico, porém me parece temeroso que uma universidade brasileira fique proibida de comprar um estudo de outro país.

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Alguns anos atrás, foram fortes os rumores sobre uma produção cinematográfica com base no livro, porém tais rumores ainda não se tornaram realidade. O autor reside ainda hoje em New Jersey.

Alê Pardini

Colaborador

Colaborador não é uma pessoa, mas uma ideia. Expandindo essa ideia, expandimos o domínio nerd por todo o cosmos. O Colaborador é a figura máxima dos Iluminerds - é o novo membro (ui) que poderá se juntar nalgum dia... Ou quando os aliens pararem com essa zoeira de decorar plantações ou quando o Obama soltar o vírus zumbi no mundo...

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